Anna Mendes 04/04/2021
Nunca imaginei que fosse dizer isso de um livro, mas a leitura dessa história foi uma perda de tempo :(
Beth Prince tem o emprego dos sonhos em um charmoso cinema independente e um namorado maravilhoso chamado Aiden. Ela trabalha com o que ama, e o entusiasmo pelos filmes intensifica a busca por seu próprio “felizes para sempre”. Só há um problema: nenhum homem jamais declarou seu amor por ela.
E, apesar de acreditar que Aiden é o príncipe encantado, Beth desconfia de que ele tem medo de dizer “eu amo você”. Desesperada para escutar essas palavras mágicas pela primeira vez, ela resolve assumir as rédeas do destino, mas acaba se arrependendo. Além das turbulências em seu relacionamento amoroso, Beth ainda terá que lutar para salvar o cinema que tanto ama.
Eu não gosto de pensar na leitura de um livro como perda de tempo. Mesmo que eu não goste da leitura, pelo menos eu dei uma chance para descobrir se eu gostaria ou não daquela história. Não gostei? Então bola pra frente. Próxima leitura, por favor.
Mas com “Em Casa Para o Natal” eu posso dizer que foi uma perda de tempo. Houve apenas duas passagens, mais no começo da história, que trouxeram um esboço de sorriso para os meus lábios. Só isso. Do resto, não gostei de nada.
Esse foi o meu primeiro contato com a escrita da Cally Taylor. O livro é narrado em primeira pessoa, intercalando os pontos de vista dos protagonistas: Beth e Matt. Esse tipo de narrativa sempre foi um ponto positivo para mim. No entanto, com essa história não funcionou, porque eu não gostei dos protagonistas. Na verdade, eu não gostei de nenhum personagem!
Existem personagens que têm uma característica predominante, mas que acabam mudando e evoluindo com o decorrer da história, mas não foi isso o que aconteceu com os personagens desse livro.
“Em Casa para o Natal” foi publicado há alguns anos. Talvez, se eu tivesse feito a leitura naquela época, certas coisas não teriam me incomodado. Mas hoje, com o mercado literário repleto de livros com representatividade e personagens femininas fortes, foi triste me deparar com a personagem da Beth, que fica bêbada e se humilha para um cara na primeira oportunidade que tem. Forçar situações vergonhosas para dar humor para uma história muitas vezes tem o efeito oposto e acaba não funcionando.
Sem contar os comentários que encontrei no começo do livro. A protagonista diz algo do tipo: “pior do que isso seria ter 24 anos e ainda ser virgem” (???!). E “com 69 quilos só um guindaste para me tirar do lugar” (???!!!). Tipo, isso é realmente relevante? Ter 24 anos e ser virgem é um problema? Ter 69 quilos é algo ruim? Esses comentários realmente me incomodaram, porque não fazem o menor sentido para mim.
Com relação ao Matt, eu achei ele um idiota (risos). Não tem outro jeito de dizer isso. Ele deixa tudo acontecer e não toma nenhuma atitude. Só no final, porque aí também se ele não fizesse nada ia ser difícil. Com relação aos outros personagens, eles me lembraram aqueles personagens de comédias românticas do ensino médio que passam na Sessão da Tarde. Rasos, repletos de clichê e sem profundidade.
A história como um todo é clichê, mas existem aqueles clichês que funcionam. Contudo, aqui não foi o caso.
Outro ponto é com relação ao romance entre os protagonistas. O romance não me convenceu, porque eles se encontram poucas vezes, até que acontece algo que faz com que eles passem um pouco mais de tempo juntos. E então eles estão completamente apaixonados um pelo outro. Achei rápido e superficial. Não pareceu real e por isso acabou não me convencendo.
E uma observação: o livro se chama “Em Casa Para o Natal”, mas o Natal só começa a ser citado na metade do livro e apenas para mostrar a passagem do tempo. Ou seja, a história praticamente não se passa no Natal, então eu realmente não entendi o título. Sem contar o desperdício de uma capa natalina tão fofa para um livro que mal fala do Natal.
Em suma, “Em Casa Para o Natal” foi uma leitura que realmente não funcionou para mim em nenhum aspecto. Não gostei do desenvolvimento da história e nem dos personagens. Foi bem decepcionante.