A Desumanização

A Desumanização Valter Hugo Mãe




Resenhas - A desumanização


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João Pedro 05/11/2020

Gélido
"Foram dizer-me que a plantavam. Havia de nascer outra vez, igual a uma semente atirada àquele bocado muito guardado de terra. A morte de crianças é assim, disse a minha mãe."

"A desumanização" é um livro triste, frio, fazendo jus às gélidas paragens da Islândia, onde se passa a história. Nele acompanhamos as dores da menina Halla, que acaba de perder sua irmã gêmea, Sigridur, tendo que lidar não só com o luto, mas também com as dores do crescimento e conflitos familiares e comunitários. Apesar de narrada inteiramente do ponto de vista de Halla, uma criança, há passagens bem fortes e um tanto perturbadoras. É interessante acompanhar o crescimento de Halla enquanto tenta administrar seus pensamentos em relação à sua falecida irmã, abandonando aos poucos a imagem que tem de si mesma enquanto "criança-espelho".

Diria que é a escrita de Valter Hugo Mãe que, como uma chama sempre quente, aquece o leitor durante a leitura. Há trechos que tocam fundo na alma, como o seguinte:

"O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti."

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Didi 02/11/2020

Uma leitura que me fez pensar na vida. Desentender aos poucos o que parece não ter explicação. Enxergar na morte a poesia de viver. Desprender a cada palavra a melancolia dá agonia, a profundidade da dor, contemplar a arte de apreciar o luto. Compreendendo a humanização ou a desumanização.
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Geovanna.Carla 28/10/2020

?Não ler, pensei, era como fechar os olhos, fechar os ouvidos, perder sentidos. As pessoas que não liam não tinham sentidos?.

Que livro. Que final!!!!
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chbmoura 28/10/2020

Valter Hugo Mãe é um beletrista por excelência: ele esmera-se no manejo das palavras, trabalhando-as, recontando várias vezes a mesma história, se necessário for, para alcançar sua perfeição. Seu estilo, recheado de lirismo e metáforas, rende belos e deleitosos momentos ao leitor.

Este estilo, porém, torna-se repetitivo ao longo das páginas. As idas e vindas da narrativa em torno do mesmo ponto pouco acrescentam à história e à construção dos personagens. A mim, pouco interessava ler pela enésima vez, agora escrita de uma maneira diferente, mais embelezada com novas alegorias, sobre a irmã morta, o namorado esquisito, o pai poeta, a mãe perturbada, “a tia ursa” ou sobre deus, que é a Islandia. O livro, que de início encantava, vai aos poucos ficando arrastado, até o ponto de aborrecer. Fica a sensação de que sobram ideias para o formato e faltam para o conteúdo.

Esse foi o terceiro livro de VHM que li. A primeira impressão foi positiva. Vi muito potencial e fiquei bastante curioso por conhecer mais de seu mundo literário, afinal não é a todo instante que se encontra um escritor com estilo tão próprio e bem definido. Entretanto, com essa nova leitura, dou-me por satisfeito. Seu estilo não é para mim - prosa poética como um todo. Parece que já extrai tudo que poderia aproveitar de sua obra. Reconheço-lhe qualidades, inúmeras, mas agora prefiro olhar para outros autores, de modo a ampliar meu horizonte literário.
janainademelo 04/11/2020minha estante
?




thapark 20/10/2020

O relato, em primeira pessoa, de Halla, a irmã gêmea (que vive) daquela que morreu acometida pela doença, Sigridur.
O luto, a raiva, a procura pela identidade, a convivência com a mãe que via nela “uma metade insuportável que preferia não reconhecer”, e a vida após a morte são frutos da narrativa de uma criança atormentada por uma perda irreparável.
E quando quase acreditamos no argumento da pequena garota que percebe a insuficiência das palavras em traduzir sentimentos - ou as coisas como elas verdadeiramente são -, nos damos conta que foi justamente com as palavras que Valter Hugo Mãe nos encheu de emoções, angústias e lágrimas.
Com um estilo peculiar de escrever (e pontuar frases), suas reflexões são poéticas e absolutamente transformadoras. Impossível ler este livro e permanecer a mesma pessoa.

site: @livros_e_dicas
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Stephanie 16/10/2020

Desafiador!
Gente, que livro!
Achei a leitura difícil, mas trata de assuntos bastantes polêmicos.
Tem muita coisa que pode levar a uma reflexão, um debate.
E em principal, o livro traz um assunto que ninguém sabe falar apenas sentir, que é o luto.
Como uma mãe se sente ao perder um filho? como um pai se sente ao perder o filho? o que a irmã se sente ao perder sua irmã?
Como a sociedade lida com o morte?

Não é fácil falar sobre o luto e não é fácil ler esse livro!
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Bia 15/10/2020

se em ?o filho de mil homens? tbm de VHM eu me senti num pôr do sol rosa e amarelo, em a desumanização eu me senti em tons de azul e cinza, não só pelo lugar em q se passa, mas por ser algo bem mais intenso e cara a cara com o partir. a cada livro de VHM que eu leio fica em mim a certeza que ele abre meus olhos pra delicadeza do que não consigo enxergar sozinha, que ele expande meu horizonte de uma maneira cheia de sentimentos enriquecedores.
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Amanda.Ferreira 28/09/2020

Primeiro contato com VHM. Leitura interessante e densa. No começo um pouco confusa a forma de escrita, depois você se acostuma e parece que sempre leu livros assim. Final surpreendente, daqueles de ficar boquiaberto e se perguntar: "ué?!".
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Matheus Gonçalves 10/09/2020

A morte, o luto e as pessoas
A morte traz o luto aos que ficaram; consigo vêm as consequências que, de tão intimas e específicas, extrapolam a individualidade para impactar na vida de quem nos ronda. O luto é a desumanização, ao ponto que escancara nossa humanidade falida.
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Cleuzita 10/09/2020

Poeticamente melancólico.
Esse livro é muito bem escrito, mas me trouxe uma mistura de sentimentos. Ele também é poético, melancólico, pessimista, frio, constrangedor, amoroso e cheio de uma beleza triste. Não é um livro para ser lido em tempos de sofrimento e desesperança, ele já os tem o suficiente. Foi uma experiência especial cada parágrafo, descobrindo essa riqueza que é a escrita do Mãe, nessa língua igual e diferente que é o português de Portugal. Recomendo essa leitura para as pessoas que gostam de poesia e para os curiosos que aproveitam bem as experiências surpreendentes.
Felipe 10/09/2020minha estante
Ótima resenha! Me lembrou a sensação do Livro do Desassossego do, também português, Fernando Pessoa.




Dav 08/09/2020

Aprendendo o essencial sobre a tristeza
Um monstro branco, peludo e de nariz comprido, vindo de dentro de Halla a ensina sobre o que é fundamental sobre a tristeza.

Logo após perder sua irmã gêmea, a personagem principal passa a ser chamada por todos na pequena ilha de a "menos morta".

Sua mãe se torna violenta e herege, seu pai se torna ainda mais distante e confuso. Ao pé do túmulo da irmã, Halla se imagina como uma criança bonsai que deve eternamente espelhar sua metade inexistente.

Esta obra foi composta como uma homenagem do autor a Islândia e como uma saudação a seu irmão falecido. Quem conhece V. H. M. sabe que ele tem ume estilo único de prosa poética, sempre sensivel e humano. Apesar de toda a dor envolvida, está é uma obra belíssima.
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drygo 21/08/2020

Profundo
Uma leitura profunda e as vezes íntima. Não é só a história Halla, mas é uma história que implica em pensar a vida e a morte, o bem e o mal... Essa dualidade que é a vida.
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Glauber 18/08/2020

Narrativa poética profunda
Leitura concluída.

Livro 33 do ano: "A desumanização" - Valter Hugo Mãe

Foi minha primeira leitura do autor e já gostei. A linguagem carregada de poesia é deslumbrante. Aliás, essa linguagem ajuda a narradora e o leitor a passar pelas questões profundas da história, que, em essência, gira em torno da morte, ou melhor, do luto.

A história é sobre uma menina que perde sua irmã gêmea. E, no luto gerado disso, passamos a ver o seu lugar, a Islândia, e o mundo, por sua visão.

Obra sólida e bem tecida.
Giesteira 18/08/2020minha estante
Foi minha primeira leitura do Valter Hugo Mãe também. Desde então já li todos dele. Vale a pena seguir e, se quiser uma sugestão, leia A Máquina de Fazer Espanhóis. Passar da infância para velhice foi bem bonito pra mim.


Glauber 18/08/2020minha estante
Sem dúvida! Muito grato pelas dicas!




nocca 16/08/2020

Ler "A desumanização" me foi custoso, doloroso. Embora já acostumada como a prosa crua de Mãe, há certos aspectos gráficos no livro, muito duros, que me fizeram parar a leitura por um tempo. O livro não é ruim, pelo contrário; é um "excesso" de empatia que faz com que eu me relacione e comprometa com as histórias e seus personagens de tal modo que aquela história passa ser a minha, em uma certa medida. Ainda assim, resolvi dar um voto de confiança a esse autor que tanto amo e não me arrependo.
A princípio, acreditava tratar-se puramente de um livro sobre luto e como lidar com esse aspecto inevitável da vida. Nessa história, a morte é mais um item no cenário gélido da Islândia e da vida de Halla, que nos leva a ponderar sobre os processos que constroem e ao mesmo tempo corrompem o que acreditamos ser a nossa humanidade. Sinceramente, acho que é o máximo que posso dizer sobre. Ainda estou processando e só posso arranhar a superfície nessa resenha, e recomendar a leitura. Por fim, faço questão de lembrar que só existimos por e através desse "outro", e que devemos deixar a beleza nos comover mesmo nas situações mais sofridas que a vida nos apresenta (por mais clichê que isso possa parecer). Deixo aqui esse trecho, dentre os muitos que me comoveram:

"O mundo pensa na felicidade, julguei eu. Se as auroras descessem a boca de deus, iluminando o meu filho cadente, podia ser que lhe indicassem o caminho para um sossego qualquer, traçado no ouro encantado que certamente revestia o físico animal do próprio deus. Imaginei um lustre de mil lâmpadas descendo a funda no centro das montanhas dos fiordes. Um lustre de mil lâmpadas que mostrasse a beleza, para que os mortos não se equivocassem. Para que não se esqueçam nunca da beleza de a morte ser uma dimensão de deus. A morte é uma dimensão de deus. Deve ser magnífica."
Paulinho 16/08/2020minha estante
Amei a sua resenha!!!


nocca 17/08/2020minha estante
Obrigada! E obrigada por me proporcionar essa leitura! ?


Paulinho 17/08/2020minha estante
É um prazer. Hugo Mãe é um grande escritor. Ler suas obras é sempre uma experiência impactante.




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