A desumanização

A desumanização Valter Hugo Mãe




Resenhas - A desumanização


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Ingrid 12/06/2018

Naturalização da pedofilia
Quero deixar aqui o link da minha resenha crítica para o medium.
Surreal que o floreado do autor convença tantos leitores que é apenas um romance, e não apologia explícita à pedofilia na obra.
https://medium.com/qg-feminista/o-estupro-infantil-e-a-normaliza%C3%A7%C3%A3o-da-pedofilia-na-literatura-d601278b7c9a
Aline 11/06/2020minha estante
Resenha muito boa, me impediu de perder meu tempo e dinheiro com um livro tão asqueroso.




Alanna Fernandes 21/08/2021

Não acredito que vou criticar Valter Hugo Mãe, mas vamos lá né.

O livro poderia ter apenas 100 páginas. O autor arrastou demais a narrativa com coisas "inúteis" e investiou muito esforço em detalhar o que se passa na cabeça da protagonista.

Apesar de a história ser dura, dilacerante, envolvente e, como característica do autor, trazer frases, parágrafos e até mesmo páginas inteiras com questões que te fazem repensar sua vida toda, te inspira, te cura, te corta e uma infinidade de outras sensações que Mãe nos proporciona, achei a história densa e a construção da narrativa desgastante para o leitor.

O final é extremamente decepcionante pois depois de uma infinidade de páginas sem necessidade alguma, o autor finaliza o livro contando de forma confusa, desordenada e sem muitos detalhes o que aconteceu com o par romântico da protagonista.

De todos que já li do autor, este título foi decepcionante.
Rodrigo 21/08/2021minha estante
Faço minhas as suas palavras...




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Gabriela 09/05/2024minha estante
perfeita resenha




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Honey K. 18/04/2024minha estante
sim! se tiramos as palavras bonitas, o que sobra?




chbmoura 28/10/2020

Valter Hugo Mãe é um beletrista por excelência: ele esmera-se no manejo das palavras, trabalhando-as, recontando várias vezes a mesma história, se necessário for, para alcançar sua perfeição. Seu estilo, recheado de lirismo e metáforas, rende belos e deleitosos momentos ao leitor.

Este estilo, porém, torna-se repetitivo ao longo das páginas. As idas e vindas da narrativa em torno do mesmo ponto pouco acrescentam à história e à construção dos personagens. A mim, pouco interessava ler pela enésima vez, agora escrita de uma maneira diferente, mais embelezada com novas alegorias, sobre a irmã morta, o namorado esquisito, o pai poeta, a mãe perturbada, “a tia ursa” ou sobre deus, que é a Islandia. O livro, que de início encantava, vai aos poucos ficando arrastado, até o ponto de aborrecer. Fica a sensação de que sobram ideias para o formato e faltam para o conteúdo.

Esse foi o terceiro livro de VHM que li. A primeira impressão foi positiva. Vi muito potencial e fiquei bastante curioso por conhecer mais de seu mundo literário, afinal não é a todo instante que se encontra um escritor com estilo tão próprio e bem definido. Entretanto, com essa nova leitura, dou-me por satisfeito. Seu estilo não é para mim - prosa poética como um todo. Parece que já extrai tudo que poderia aproveitar de sua obra. Reconheço-lhe qualidades, inúmeras, mas agora prefiro olhar para outros autores, de modo a ampliar meu horizonte literário.
janainademelo 04/11/2020minha estante
?




Ana Aymoré 16/03/2019

Como ver com as costas dos olhos
"Nós não somos mais do que a carne do poema. Terrível ou belo, o poema pensa em nós como palavras ensanguentadas. Somos palavras muito específicas, com a terna capacidade da tragédia."
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O que nos salva da desumanização em "um tempo de profunda maldade"? O romance breve de Mãe, com a densidade característica da linguagem dos símbolos, constitui-se, de fato, no sistema literário do autor, como um metaromance, no qual a crítica do autor português às estruturas - estatais, familiares, econômicas, sociais, das mentalidades coletivas - que se constituem para a nossa invariável pobreza (de corpo e alma) e para a nossa infelicidade acentua-se e sintetiza-se, no diapasão aparentemente distanciado da fábula nórdica.
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Pois para muitas/os de nós, a Islândia soa como um espaço distante demais, irreal. Mas se a olharmos, através da escritura de Mãe, com "as costas dos olhos" (a leitura literal fracassa nesse romance, não tem jeito), podemos nos ver ali - somos nós através das palavras ensanguentadas de Halla. Sofremos, como só pode sofrer - e agir - com coragem a menina violada, o apagamento do outro que é também nossa quase morte; a violência que se inscreve na pele, oriunda do próprio seio familiar; os estupros insensíveis, cotidianos, das mulheres na sociedade dos homens, os quais quase não perceberíamos se não fosse a fecundação natimorta; a devoração da boca de deuses terríveis que só existem para nos julgar; a hipocrisia dos maus disfarçados de santidade e atenção desinteressada na comunidade.
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Nesse inferno gelado em que vivemos imersos, a mensagem segue sendo a mesma: a literatura tem a potência de nos salvar de nós mesmos, de nossa progressiva desumanização civilizada. Encontrar uma rota de fuga que seria, que é (o romance se encerra com uma nota de esperança, afinal) a realização do reencontro das irmãs-espelho: o ser longe.
arlete.augusto.1 19/06/2019minha estante
Parabéns pela resenha. A escrita de Mãe é instigante e difícil de digerir, mas fascinante.




Boniex 14/12/2015

Para nós tudo começa quando a criança é plantada. Halla é quem nos conta a história, sua história, a história de um mundo sem nome; carente da inutilidade de uma nomenclatura. "As palavras eram inúteis para abordar algo que estava proibido à pequenez humana. Qualquer nome não passava de uma blasfémia."

Sua gêmea, morta, foi plantada na terra, e não tendo mais os olhos da irmã, Halla pede emprestado outros olhos para ver o que ela própria já via. Usa os olhos da ira: "A terra estava infestada de seres matadores, invejosos, gulosos da felicidade dos outros. Comem-lhe a felicidade." Da desilusão: "Tão pouca gente podia ser uma coisa grande no tamanho da alma." Do medo: "Não inventava mais monstros. Bastavam-me os que a realidade tinha." Da resignação: "...não te importes que sofram. Elas vão ter de sofrer de qualquer maneira e não vale de nada a vida se não a jogarmos por inteiro." Enfim pelos olhos da tristeza mortal, pelos olhos dela mesma: "Pensei em muitas ocasiões que não éramos gémeas. Pensei que ela era a genuína e eu apenas a imitação."

Melancolicamente Halla nos conduz pelo seu pequeno mundo onde poucos personagens são nomeados, a maioria são definidos em expressões verbais coletivas como "começaram", "fizeram". Mais adiante novos personagens surgem e ganham nomes adjetivados como A Mulher Urso ou Senhor Apagado e a Senhora Acesa. Tudo é melancólico. Pequeno. Mas a complexidade é expandida na imensidão de seu mundo interior. Como é gigante os pensamentos desta menina. Constantemente questiona a morte, as crenças, sua própria existência.

Alimenta o sonho de fuga. Como se aquele lugar não existisse e para sua própria existência tivesse que fugir. Pois não existindo o lugar, logo as pessoas que formam o lugar são desprovidas de existência. Em um momento imagina o tédio divino em relação à pequenez de sua vila: "Deus certamente bocejaria se assistisse ao espetáculo pequenino das nossas vidas. Estaria indubitavelmente olhando para outro lado, para outro lugar." Por isso fugir era importante, mas nada fácil: "O caminho ficava muitíssimo mais longo porque eu urgia na necessidade de chegar." Acredito que seu desejo de fuga seja mais interior que exterior, embora ela mesmo conclua que "ninguém é longe. As pessoas são sempre perto de alguma coisa e perto delas mesmas." Mesmo assim sente-se compelida a fugir "O que me magoa está por definir e tem-me aqui presa quanto me obriga a fugir. De igual modo me propõe a morte e a vida ao mesmo tempo."

Bom. Encerro por aqui. Me esforcei para não revelar muita coisa. Pensei tantas coisas sobre este livro, infelizmente careço de inclinação para o ensaio e elas ficam apenas vagando pelo espaço oco da mente. Espero que os próximos leitores captem o que pra mim voa longe.
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Livrogram 29/09/2014

=)
Vamos falar de livros? Lava, gelo, vulcões, vento. Valter Hugo Mãe escolhe a Islândia como local de seu último e fascinante romance, A Desumanização. A Islândia do autor é gélida, misteriosa e intempestiva. Assim como a protagonista de doze anos, Halldora, o leitor precisa cavar o gelo em busca do afeto e da ternura dos corpos. Afundada em tristeza e confusão após a morte de sua irmã gêmea, a pequena Halldora se vê obrigada a amadurecer e enfrentar sensações e pensamentos desconhecidos até então. Do ódio direcionado à mãe à observação do temperamento suave do pai, Halldora passa a atribuir novos sentidos para tudo que a rodeia. No embate de si mesma com seu corpo em luto e com a natureza da aldeia que habita, Halldora descobre o sexo, o amor e aquilo que passa a diferenciá-la de sua irmã morta. Este é um livro brutalmente delicado. Valter Hugo Mãe mais uma vez nos surpreende com sua escrita apaixonante, viva, repleta de imagens e belezas que só as palavras escolhidas por ele são capazes de construir e revelar. No vídeo de hoje do Livrogram no canal do Youtube você encontra mais um pouco deste livro tão especial. Além de um trecho lido com carinho por mim!

site: https://www.youtube.com/user/livrogram2014
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luadepaginas 10/11/2024

A escrita de Valter Hugo Mãe é pura poesia. É lindo de ler, mas também é complexo. A Desumanização apresenta uma teia de histórias tristes e uma homenagem a um local remoto, cujo clima frio contribui muito para a sensação de abandono e desespero que a personagem principal sente.
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Raphael Rasse 15/12/2015

A Desumanização
Valter Hugo Mãe surpreende nesta obra maravilhosa que transborda poesia em forma de prosa. Lendo você esbarra na poesia por mais que não queira.
Em resumo, este livro é triste... muito triste. É triste por nos mostrar as multiplas facetas da perda e da morte. Nos mostra o quão genial pode ser a inocência e o quão maldosa pode ser a esperança.
Triste... mas indispensável
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Paty 23/07/2014

Um enredo ensanguentado que nos faz pensar a solidão, que o autor acredita ser de todos nós.
Será você capaz de estar sozinho para ler este livro?
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Almeida 22/04/2016

A Islândia, o deus deitado...
A Ciência ainda não comprovou a conexão misteriosa e intrigante dos gêmeos, mas confirmam que a carga genética e a conexão entre eles é compartilhada desde o útero. Dessa ideia, Valter Hugo Mãe trouxe em prosa poética as irmãs, Halldora e Sigridur, gêmeas que são separadas pelo destino chamado Morte. Uma separação prematura que trouxe uma desestruturação familiar.
"foram dizer-me que a plantavam. Havia de nascer outra vez, igual a uma semente atirada àquele bocado muito guardado de terra." Aqui jaz Sigridur!!!
É difícil para o ser humano ter uma noção da morte até o momento em que ele se vê enlaçado por essa que é vista por todos como a indesejada. Mas quando ela nos toca indiretamente, nos vemos obrigados a reagir, mas cada um reage de forma diferente. O romance A desumanização nos traz a tona diversas antíteses sentimentais que em algumas páginas nos sufocam quando compreendemos através das personagens o significado dessa tal desumanização, que é uma espécie de ansiedade frustrante em excluir a sensibilidade que muitas vezes não compreende que para ser ser humano não precisamos ser menos humanos.
A história se passa em uma pequena aldeia da Islândia onde Halla, a menos morta, com os seus 11 anos de idade perde o seu duplo que nada mais é do que a sua irmã Sigridur, a criança plantada, que morre prematuramente. A partir dessa separação, Halla começa a sentir-se violentamente só e a mãe completamente desnorteada pela presença da morte, vira-se para Halla e diz que ela agora teria duas almas para salvar no céu, dando a então uma responsabilidade grandiosa e cheia de questionamentos.
Em todo o romance tem o amadurecimento dessa narradora personagem que descobre a diversidade do mundo adulto, onde ela se vê entre o ódio, amor, desprezo e sua própria sexualidade. E toda essa aflição é mostrada no ponto de vista de uma criança enfrentando o mundo adulto, tem pontos de equilíbrio da ingenuidade versus densidade, pureza versus sofrimento, e isso faz com que a obra venha a se tornar uma leitura deslumbrante.
Para mim, Valter Hugo Mãe só me surpreendeu com a sua maestria em criar uma obra que transborda poesia em forma de prosa. Fez-me pensar na pureza e na esperança, ambas com predicados, aquela que pode ser perfeita, mas a outra que pode ser maldosa. É um livro que traz o significado das perdas e ganhos. Perde-se um ente, mas se ganha a desumanização. Portanto, o pior amor é aquele que já é feito de ódio também. Alexandre de Almeida


site: instagram alexandreafloriano
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Carla 24/04/2016

Realmente desumano...
Minha estreia com livros de Valter Hugo Mãe pois certamente lerei outros! Uma escrita em prosa poética perfeita e envolvente, em todos os momentos da leitura pude sentir a dor e angústia de se sobreviver, a real desumanização de cada uma das personagens.
A história se passa na Islândia, em alguma aldeia afastada encravada nas montanhas, essa foi a impressão que tive de acordo com as descrições realizadas. A narrativa gira em torno da morte da irmã gêmea de Halla e de toda a dor que esse fato trouxe para ela e para a família. No decorrer de toda a história vão se passando fatos que mostram como cada componente da família lida com essa morte e como tratam Halla por ser a gêmea sobrevivente. Creio que a desumanização seja a forma como cada um vai se deteriorando e deixando a morte e o sentimento de tristeza assolar a própria existência. Achei um livro forte de escrita impactante e um desenrolar para a vida de Halla extremamente conflitante, terminei o livro com várias inquietações. Super recomendo.
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Samantha.Canovas 09/06/2016

Desumano
A desumanização é um livro horrível. Horrível porque trata de temas sombrios com uma delicadeza e poesia irreparável. Ele atinge tudo a que se propõe, e rasga seu coração a cada meia dúzia de palavras. É um livro lindo, sobre a morte, sobre a solidão, sobre a compaixão, sobre irmandade. A Islândia pintada por Mãe deixa suspiros, de uma terra longínqua que é primeiramente mãe. Traz a sensação de que somos antes de tudo seres viventes, pertencentes à terra. Não dá pra ler de um fôlego só, tamanha a rispidez da faca, mas é permanente e assombroso.
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Igor Marques 30/06/2016

Psicológico poético.
Confesso que o excesso de lirismo e poesia que a narrativa possui, ao final, me levou à exaustão. Uma bela narrativa, um ótimo enredo, uma história muito triste e uma linguagem muito pesada. Senti que, próximo do final, a história corria de uma maneira diferente e mais objetiva... Mas creio que, essa dispersão do denso lirismo faz uma alusão à garota Halla, que, com o passar das páginas, vai amadurecendo e perdendo aos poucos a sua inocência, sua "pureza", o seu olhar poético sobre a vida e o mundo...

Acredito, talvez, que eu tenha iniciado a leitura de "A desumanização" em um contexto da minha vida em que ando meio apoético. Porém, espero que, em um futuro não tão remoto, eu possa ter a oportunidade de reler esta obra e enxerga-la, talvez, de foma distinta, com um olhar diferente.

Como já dizia Manoel de Barros:

"Poesia não é para compreender mas para incorporar
Entender é parede: procure ser árvore."

Talvez eu não tenha conseguido compreender aquilo que, na verdade, não se entende, mas se incorpora...
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Paula1844 01/07/2016minha estante
Nossa, fiquei curiosa! Doida pra ler alguma obra do autor, mas acho que vou começar com "A máquina de fazer espanhóis".


Igor Marques 01/07/2016minha estante
Recomendo preparar-se de corpo e mente. Leitura densa, profunda... Pelo que andei lendo, Valter Hugo tem esse costume.




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