Lelê 23/12/2013Resenha: Uma história simples para alguns, um assunto muitas vezes polêmico ainda para outros, uma lição de vida para todos!
" - Às vezes, uma foto me dá a impressão de
já ter visto aquilo em algum lugar. Mas
é como tentar agarrar a fumaça.
Nunca consigo entender."
Pag. 126
Kassey e Elowyn se conheceram ainda crianças no hospital, uma havia quebrado a perna e a outra o braço, fizeram companhia uma para a outra até que tiveram alta. Foram estudar juntas e se tornaram melhores amigas.
Elowyn era filha única, e seus pais eram exemplares, amorosos e atenciosos. Já Kassey, que também era filha única, só tinha a mãe, seu pai havia ido embora quando ela tinha três anos e nunca mais dera notícias.
Elas cresceram, companheiras, amigas, irmãs.
Por volta dos dezesseis anos Kalsey ainda não se interessava por garotos, mas Elowyn estava apaixonada. Wyatt, o garoto que enlouqueceu o coração de Elowyn foi o céu e o inferno dela.
Foi depois de uma briga com Wyatt que Elowyn saiu com o carro na chuva, nervosa, cega pela raiva mesmo; perdeu o controle do carro e bateu em uma árvore. Foi internada, mas depois de dias em coma, os médicos detectaram morte cerebral, e como era de desejo dela, seus órgãos foram doados.
"O zumbido do ar-condicionado do quarto
preenchia o silêncio. Elowyn não se movia."
Pag. 41
Arabeth, que desde os oito anos de idade não sabia o que era respirar normalmente, não sabia o que era brincar como uma criança normal, não tinha amigas, não ia à escola. Só ficava em casa esperando o dia que encontrariam um coração que fosse compatível para que ela conseguisse viver. Somente aos quinze anos é que ela recebe a ligação que muda tudo.
O coração estava esperando por ela no hospital.
Um ano depois de transplantada, vivendo como nunca pôde, o destino fez com que Arabeth ficasse mais perto de Elowyn, pois Kassey, Wyatt e os pais de Elowyn se juntam para viverem uma nova vida, e descobrirem como cada um pode seguir à diante.
Com uma narrativa simples e envolvente a autora traz para o público jovem um assunto que não é tratado com frequência; o transplante de órgãos. E você acha que isso não é importante? É sim.
Crianças e adolescentes também ficam doentes, tem problemas com os pais, tem dúvidas sobre relacionamentos, sofrem com perdas, enfim, "De Coração Para Coração" traz muita coisa que pode fazer realmente a diferença para quem está lendo.
O tema tratado é triste, não consigo me imaginar na pele de nenhum dos personagens, só de pensar um nó se forma na minha garganta, mas garanto que a maneira como Lurlene McDaniel mostrou, dá pra ver claramente a luz no fim do túnel e acreditar que a esperança é sempre o melhor remédio.
É narrado em primeira pessoa, por Kalssey e Arabeth, cada uma em seu capítulo.
A capa simples é encantadora, assim como a diagramação. Li em poucas horas e foram horas extremamente agradáveis, apesar do tema mais denso.
Recomendo muito a leitura.
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http://topensandoemler.blogspot.com.br/