Rafael 05/02/2023
De Atreides e Harkonnens nascem Starks e Lannisters
Filhos de Duna é acima de tudo, uma história sobre entrega. Até onde um possível ser humano pode ir para entregar o bem comum de uma comunidade?
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Publicado em 1967, Filhos de Duna é o terceiro livro da série de maior sucesso de Frank Herbert. Desta vez, nos deparamos aqui com um dos maiores problemas que uma sequência que entrega a finalização de um grande arco, pode enfrentar: O famoso, E agora? O que vem depois?
Herbert continua a expandir seu universo esotérico, com um misticismo científico de um jeito fascinante, apresentando aspectos e transformações para suas personagens que nos deixam de queixo caído ante tamanha originalidade.
O autor entrega também a versão mais aprofundada de seu jogo de casas, numa trama política que entretém, mesmo com sua simplicidade. É fácil encontrar ao longo do texto, o que viriam a ser inspirações para muitas séries aclamadas nos dias de hoje pelas duas reviravoltas políticas e intrigas entre casas em busca de poder.
Este, no entanto, é o ponto mais complicado do livro. A intriga política e a maquinação de esquemas é travada como uma engrenagem enferrujada, nos deixando a sensação de um grande buraco vazio lá pela metade do livro, onde ficamos reféns de tramas vazias e quase sem importância.
Mas Filhos de Duna pode ser entendido como uma grande expansão do universo conhecido até então, sendo uma grande conclusão para o fim da conhecida primeira trilogia de Duna. Herbert monta o palco aqui para uma expansão sem precedentes para seu universo ao colocar em cheque todo o poder do império, mostrando que é capaz de destruir tudo o que já nos é conhecido, delineando a estrutura de uma história dourada, irredutível ao grande poder da especiaria e fascinante pelo desenrolar do desenvolvimento ecológico de um planeta desolado que continua sendo o centro de todo o poder imperial.
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