Resenhas - Iracema

Rayssa414 18/11/2024

Desisti de entender e só li
Só passei a compreender melhor a escrita quando estava terminando a leitura, por ter me "acostumado", mas fiquei perdida com tanto termo indígena e descrições carentes de mais detalhes.

Quando eu vi que foi publicado em 1865, a primeira coisa que eu pensei foi: "nem a abolição da escravatura havia sido assinada ainda", a segunda; "a escrita não deve ser uma das melhores".

A única coisa que eu gostei foram os exemplos dados para "explicar" ou "comparar" os sentimentos ou ações, remetendo a ações da natureza, plantas, animais e etc.

Lero3 16/11/2024

Questionável
Muito bem escrito (achei fácil se acostumar com o jeito dele) e que vai te prender, mas ainda sim dá bastante raiva. Apesar do Alencar fazer uma alegoria do descobrimento, com a inocência de Iracema e o sofrimento causado pelo colonizador, há indícios de uma grande romantização da coisa. Já é possível identificar a questão do "escolhido", indignante como é trabalhado o abandono de Iracema a sua casa por um cara que ela mal conhece. Um lugar em que ela tinha uma ligação além do normal (indo para o lado espiritual por causa do segredo de Jurema). E mesmo assim ela está disposta a matar o próprio irmão para o seu querido não sofrer, entregar sua "inocência" (ponto importante para sua ligação espiritual) e abandonar sua casa para se juntar ao inimigo do seu povo.
Ao mesmo tempo que sua figura é endeusada, tem uma grande depreciação na figura indígena, por essa aceitação tão facilitada e inquestionável dos costumes europeus. Todos tem um amor incondicional por Martim e sofrem o que for por ele. O cúmulo foi Poti (amigo de Martim) deixar Tupã (seu deus) pelo deus cristão. Isso, creio eu, escapa da alegoria e entra na romantização. Além de Iracema ser sempre a única que verdadeiramente recebe as consequências dos pensamentos de Martim, como se ela própria não tivesse suas saudades e decepções. Tudo para de girar em torno dela, porque ela é apenas um instrumento que se curva para seu próprio colonizador (aquele que todos sabem que trás morto).

Nick_Ssouza 16/11/2024

Iracema
A leitura é muito rebuscada, tive que estar com um dicionário ao meu lado para entender cada palavra que o José de Alencar utilizou. O livro não conseguiu me prender, as vezes eu me perdia nos próprios devaneios dele. Entretanto, o livro é um clássico e demonstra o romantismo puro.

Julia6799 13/11/2024

Clássico mas não inesquecível
Iracema é um clichê mas mais do que isso: o pioneiro do clichê indianista. Dá pra entender a intenção do José de Alencar em querer ser patriota e marcar o Brasil e mais especificamente o Ceará com algo mas na prática a história só é incrivelmente chata.

A linguagem é redundante e rasa, assim como todo o resto. Iracema só serve pra ser a manic pixie dream girl (termo do cinema para dizer de uma personagem feminina rasa que só serve para ajudar o herói). A vigindade e aparência de Iracema serem suas duas únicas características e isso ser só o que importa para os homens e para o enredo no geral me incomodou demais.
Certo que esse romance foi escrito no séc. XIX durante o romantismo onde idealiza muito os personagens mas aqui é tanto que incomoda. Temos o indígena raivoso que só pensa em guerra (Irapuã), o indígena preguiçoso e inútil (Araquém), a indígena que é proibida (virgem), o indígena que cede ao domínio português e por isso é bom (Poti) e o homem branco que é o herói...

Não preciso nem dizer que não é uma história de amor, certo? Martim só vê Iracema com olhos de desejos e machistas. Iracema tem uma depência doentia por ele que a deprime e a enfraquece a levando até o final de sua vida. Tudo isso por causa de um homem branco que já tinha compromisso com outra mulher em Portugal e que assim como Iracema disse que ele faria, ele fez: vai embora com o filho e a deixa lá. Talvez nunca tenha contado que a mãe de Moacir era uma indígena, ou melhor, uma selvagem!

E o fim quando catequizam os indígenas e terminam como se isso fosse uma ação e salvção... me incoodou novamente porque Martim é até hoje um herói mas nós sabemos na vida real como era que ocorria esses batizados forçados.

rduartw 13/11/2024

Apenas ruim
Tem uma escrita bem maçante, por mais que seja um livro adaptado, continuo sendo bem ruim. A história não me prendeu em nenhum momento, e quanto mais eu lia mais eu não entendia.

Lira.minai 13/11/2024

Bom 3/5
é um livro clássico, eu achei a linguagem bem maçante porém no final achei a história bem interessante, gostei de como acabou por mais que eu queria uma continuação.

Line 12/11/2024

Li décadas atrás, tarefa da quinta série ?
Mas não gostei nem um pouco, na época considerei a leitura difícil, pouco atraente, cansativa e com "trocentos" mil "virgem dos lábios de mel".
Será que ao reler, décadas depois, o livro melhoraria no meu conceito?

Fabiana.Verbanek 10/11/2024

Iracema
Esperava mais, o final é um tanto quanto previsível e poderia ser melhor. Porém é uma boa leitura e a escrita consegue te manter interessado.

Sidney 07/11/2024

Vale pela história
Apesar de ser um livro que trás muitos preconceitos da época em que foi escrito, achei uma história de amor bonita. Mas o que gostei mais foi conhecer costumes, populações e geografia de comunidades indígenas que não existem mais.

lizmr_rm 06/11/2024

Ao invés de uma resenha, vou dar minha opinião pessoal: o livro não é sobre Iracema, a moça é apenas uma coadjuvante na história de dois guerreiros amigos, um índio e um branco português.

Geovana.Verandes 06/11/2024

...
Clássico nem um pouco a frente do seu tempo, e tudo bem. Leitura muito válida pra quem quer se aprofundar na literatura clássica brasileira.

Nicky :) 05/11/2024

Literatura Brasileira
Odeio soar ignorante, mas esse livro não me agradou em nada.
Confesso que não li por vontade própria, talvez minha percepção fosse diferente se o tivesse feito. Como um autor de romance indianista, Alencar passou tempo demais descrevendo paisagens e criando diálogos cheios de poesia e enrolação - como pede esse gênero literário -, o que tornou a obra, pelo menos para mim, uma leitura entediante, daquelas que você sente vontade de pular páginas porque sabe que nada vai acontecer em todo esse meio tempo.
Fiquei horrorizada com a forma como Iracema foi submissa e - me perdoem - tola ao largar suas crenças, seu território, seu povo, sua família, suas responsabilidades e seu próprio < eu > por uma paixão de alguns dias por um branco europeu que já estava apaixonado por uma portuguesa - e ela sabia -.
Ela sacrificou pessoas de sua própria tribo, sacrificou sua alma, e, no fim, o amor de Martim por ela se esfriou. Senti por vezes que o amor que ele tinha por Poti - seu amigo Pitiguara - era muito maior que o que ele tinha pela própria Iracema.
Odiei a forma como Alencar a resumia como uma virgem. Todo capítulo era enfatizada milhares de vezes sua virgindade, como se isso fosse a única coisa que a tornasse mais pura e valiosa. Até que ela a perdeu (e eu enxerguei esse momento como um abuso s, já que ela drogou Martim para ter sua tão desejada relação s3xu4l) e finalmente voltou a ser descrita como mulher, mãe, indígena. Dessa relação resultou o querido Moacir, com nome que significa dor e sofrimento, para representar o primeiro cearense, fruto derelacionamento de uma indígena com um europeu colonizador. Iracema morre e o bonito leva o filho e o cachorro com ele de volta para Portugal.
No fim, mesmo com desgosto da leitura, eu consegui entender o que José de Alencar quis passar aqui. Vi esse livro como uma representação da nossa própria história. Iracema é a representação dos povos originários que foram obrigados a deixar suas crenças religiosas, seus costumes, sua forma de viver e seu próprio povo pelos europeus (Martim) que chegaram e levaram seus maiores bens (Moacir). Além disso, Moacir representa a forma como o povo brasileiro é fruto de uma mistura de etnias, culturas e costumes, filho da dor da violência a que os indígenas e negros foram submetidos durante séculos.
Eu amoooo literatura clássica, mas passei raiva durante toda a leitura. Só fiquei satisfeita no fim, quando finalmente entendi sobre o que realmente se tratava, ainda assim odiei praticamente tudo o que houve no livro.

??Curiosidade interessante: Iracema é um anagrama de America.

Mirella 05/11/2024

Complicado
Primeira obra que eu peguei desse autor, mas pelo visto vai ser a última.
Super complicado essa leitura, está de parabéns quem conseguiu entender pelo menos metade.

Thay.91 02/11/2024

José de Alencar
Foi a leitura mais difícil para mim. Nunca havia pego uma obra de Alencar pra ler e tive que usar um dicionário aqui.

O livro é muito bom, conta a história de Iracema e seu amor proibido com o português Martim. Mas a dificuldade que tive para ler, não fez o livro me prender. Lutei a terminar a leitura.

Para quem gosta desse tipo de clássico e tem conhecimento das obras de Alencar, é um livrão.

btwbasics 01/11/2024

Heroína Romântica Escassa de Personalidade
"Iracema", obra-prima de José de Alencar, é um clássico que nos transporta para um Brasil do século XIX, mas ao mesmo tempo, nos confronta com questões que reverberam até os dias de hoje. A história de amor entre Martim e Iracema, embora envolta em uma prosa lírica e cheia de beleza, nos leva a refletir sobre comportamentos que, à luz da contemporaneidade, soam problemáticos.

Martim, o protagonista, é moldado pelos ideais românticos da época, que enaltecem o amor como um sentimento absoluto e redentor. No entanto, essa idealização também traz à tona um egoísmo subjacente. Sua busca por conquistar Iracema parece, muitas vezes, mais uma aventura de autoafirmação do que um verdadeiro desejo de entender e respeitar a cultura dela. O romantismo, com sua glorificação do amor platônico e do herói solitário, acaba por obscurecer a importância do diálogo e do respeito mútuo em uma relação. Martim se coloca como o ?civilizador?, mas esquece que o amor deveria ser uma troca, e não uma imposição.

Por outro lado, Iracema, que poderia ser uma figura forte e independente, frequentemente aparece como um símbolo de entrega total. Sua submissão a Martim é dolorosa de se observar; a personagem se transforma em um ideal romântico da mulher que sacrifica tudo por amor, mas isso levanta questionamentos sobre o papel da mulher na narrativa. Em vez de ser uma parceira ativa, Iracema se deixa moldar pelas vontades do homem, o que nos leva a refletir sobre as expectativas sociais impostas às mulheres tanto na literatura quanto na vida real.

O romantismo, com suas idealizações, muitas vezes ignora a complexidade das relações humanas. Em "Iracema", essa complexidade é simplificada em um amor que parece desconsiderar as individualidades e as culturas envolvidas. Assim, a obra provoca um desconforto ao leitor moderno, que busca representações mais justas e equilibradas nas histórias que consome.

A narrativa de Iracema também nos confronta com a insensibilidade da protagonista em relação ao destino de sua tribo. Embora Iracema seja apresentada como uma figura de amor e devoção, sua decisão de se unir a Martim resulta em consequências trágicas para seu povo, que é dizimado pela invasão dos colonizadores. Essa escolha revela uma falta de percepção sobre as implicações sociais e culturais de suas ações, levantando questões sobre a responsabilidade individual frente ao coletivo. Através da sua entrega ao amor romântico, Iracema ignora a luta e os sofrimentos de sua comunidade, transformando-se em um símbolo da traição de valores fundamentais por causa de uma idealização do amor. Essa dualidade entre o amor pessoal e a lealdade ao seu povo traz à tona um dilema moral que ressoa com as dinâmicas de poder e identidade, sublinhando a crítica à forma como os ideais românticos podem obscurecer a realidade das relações sociais e históricas.

Em suma, "Iracema" é uma leitura rica e poética, mas não isenta de falhas que podem desagradar e incomodar. A reflexão sobre o amor, poder e submissão nos leva a questionar o que realmente significa amar e ser amado em um mundo onde a igualdade e o respeito são fundamentais. Por isso, a nota de 3 estrelas reflete tanto a beleza da narrativa quanto as limitações de uma visão romântica que, embora encantadora, retrata de maneira clara a visão patriarcal.