Iracema

Iracema José de Alencar
José de Alencar




Resenhas - Iracema


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suellensouza 22/07/2021

Mim não gostou de Iracema. É uma escrita muito dificil o que dificulta a compreensão e confunde muitas vezes. Provavalmente apenas nao seja meu tipo de livro mas recomendo que leiam e decidam por si.
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rmerrighi. 15/10/2024

Iracema
"Iracema" retrata a história de amor entre Iracema, a virgem dos lábios de mel, e Martim, um estrangeiro protetor da região. Não sou um grande fã de romances, o que de primeira me afasta um pouco da história, mas eu achei a analogia a colonização feita pela relação do casal bem interessante. É inegável o poder de narracao desse clássico, mas minha experiência com ele não foi a melhor possível. Achei a história promissora mas a linguagem é muitas vezes inútil e exagerada e a história um pouco arrastada, sobretudo nos conflitos entre as personagens e as tribos. O saldo é que é um bom livro, mas eu esperava mais dessa leitura.
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Babi159 24/06/2022

“Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.”
Meu primeiro contato com esta obra foi em uma aula de literatura brasileira, no segundo ano do Ensino Médio. Recordo de minha professora da época, uma senhora fumante que, em realidade, era fumada pelos cigarros, falando que Iracema era tão perfeita que os galhos da floresta não ousavam ferir sua carne. Na época li alguns fragmentos da obra nas aulas e fiz uns exercícios toscos sobre, tendo em vista que pedir a leitura integral do texto era impossível. Minha professora não era o tipo que gostava de torturar adolescentes, logo sem leituras obrigatórias, sem avaliações e sem qualquer atividade que pudesse causar algum incômodo a ela.

Passados alguns séculos, resolvi ler a obra. Teria funcionado bem mais se eu tivesse lido aos 16 anos, mesmo que na época eu contasse com dois neurônios, e precisasse recorrer ao dicionário a cada parágrafo, o que ocorreu da mesma forma anos depois. Todavia, é preciso ter certo lirismo, certo ufanismo, certo romantismo para embarcar na viagem lendária proposta pelo Alencar, o que, de certa forma, é meu caso.

Contudo, passei da fase de idealizar corpos humanos (e não humanos também), e idealizava muito aos 16 anos. Levando em conta tal fato, Iracema é talvez a principal obra indianista (e higienista) do Romantismo brasileiro. Não vou me deter aqui às características do Romantismo nacional, mas a mais chata é o que eu chamo de síndrome de Sandy: as mocinhas dos livros do Romantismo eram absurdamente lindas, magras, voluptuosas, frágeis, virginais, sonsas (por natureza ou por ocasião) e desprovida de qualquer necessidade fisiológica, se é que vocês compreendem o que quero dizer.

Agora que fiz três parágrafos de contextualização, vamos às minhas “brilhantes” percepções sobre a obra máxima de Alencar, ou uma das, tendo em vista que o cara escreveu mais que o Stephen King e seus 348234328492482948 livros de almas penadas sanguinárias... Estou exagerando, acho! Vamos focar a seguir.

Iracema é uma belíssima garota indígena idealizada pelo José Alencar, um cara que amava um padrãozinho bem antes do termo ser teorizado. Além de ser desprovida de necessidades fisiológicas, a semideusa em questão tem o hálito de baunilha (no meio da selva!), é uma mulher limpa (e uma “mulher limpa é uma mulher boa”), perfumada, virgem, jovem (ela deve ser uma semiadolescente), guerreira e conhecedora das ervas alucinógenas. Seu único defeito é não ser católica, segundo o Alencar (eu vejo como uma baita qualidade, mas aí é outra história), mas ela logo deixa Tupã de lado por um boy crente.

A gata em questão está lá no Ceará, vivendo sua vida de virgem belíssima com umas crises existenciais inatas ao ser humano, enfrentando com pai e irmão uma guerrinha básica entre tribos ali e outra acolá. E aí conhece Martin, um português meio sem sal (eu o achei sem sal, todavia o Alencar o descreve como um super gato), mas que a faz abandonar tudo para ficar com ele. Eles se conhecem em toda uma situação romântica dela ferindo Martin, depois cuidando dele. Ele é gato, gentleman, cristão e todo aquele romantismo e o Alencar descrevendo isso da forma mais inacreditável possível, com um vocabulário puxado... E tu lá, toda acabada, lendo toda uma lenda de duas pessoas perfeitas se enamorando, com uma aba aberta para pesquisar palavras em tupi porque nem as notas de rodapé dão conta.

Antes de ler Iracema devo pontuar que li “O Guarani”, e tive um crush severo no Peri mesmo, às vezes, eu imaginando que ele tinha a aparência do Márcio Garcia, um cara que eu acho meio caótico. Imaginei isso, pois uma vez assisti uma adaptação vergonha alheia de “O Guarani”, no Canal Brasil, e o Márcio Garcia interpretava o Peri. Aquilo impregnou na minha mente de forma terrível, mas graças a Deus consegui esquecer minimante tal visão patética, abstraindo a imagem e vendo o Peri como o cara mais perfeito já criado na literatura mundial depois do Michael Hosea.

Porém, toda a admiração que tive pelo Peri não tive pelo Martin. Gente, para começar imaginei todo o tempo que o Martin era o John Rolfe, e a Iracema era a Pocahontas. A Disney realmente fez lavagem cerebral em mim, entretanto não conseguia ver de outra forma ambos, fora que o Martin não se doou a Iracema como o Peri se doou a Ceci. E o Martin era cristão, Peri pagão. Vejam só!

Assim como o John e a Poca, óbvio que Martin e Iracema se apaixonam e tem um relacionamento MUITO estranho. Povo, aquilo não é nem uma relação. É muita perfeição e beleza. É tudo muito estranho ao ponto deles se beijarem ao acordar sem bochechar um Listerine por 30 segundos, e Martin ainda destacar o hálito deleitável de Iracema ao amanhecer. Iracema só falta dormir maquiada e acordar plena. E outra: eles nem são casados, mas Iracema decide dar um “chá mágico” para o guerreiro branco. Com Martin drogado, mas lúcido (ele tem uma espécie de sonho lúcido pelo o que eu entendi ou estava totalmente fora de si), Iracema perde o título de virgem que o Alencar deu a ela, e vai viver com Martin. Ela fica grávida e tem um baby, o fruto do amor (?) de colonizado e colonizador, mas têm um destino para lá de trágico que eu não esperava. Alencar romantizando e idealizando sangue, amor unilateral, traição e aniquilação dos povos nativos. Que belo!

Quanto à escrita: Sabe aquele tipo de livro que você lê e pensa: “Meu Deus, o que é isso? O que está acontecendo? Será que isso tá acontecendo? Pera aí, vou voltar umas páginas porque perdi o fio da meada.” É mais ou menos assim que foi minha leitura de Iracema, mesmo eu já sabendo mais ou menos como era a lenda. O início do livro é difícil, mas também não é tão difícil quanto o terrorismo que apregoam à obra. Aliás, é possível perceber trechos de uma beleza ímpar no que tange escrita. Iracema e Martin e o chá mágico, Iracema falando do filho deles em seu útero e da aproximação do fim de sua existência terrena é de uma beleza indescritível. A própria descrição idealizada de Iracema é de uma poesia sem igual.

O livro também possui trechos que fariam uma feminista ter um ataque de pelanca. Para começar, Iracema abandona seu povo para ficar com um homem, colonizador e católico em nome do amor, e ela faz tudo o que vocês podem imaginar para agradar a Martin e ser a melhor esposa cristã possível, embora ela tenha suas crises existenciais e se sinta ingrata com seu povo. Porém ela segue se sacrificando por homem, ao ponto de morrer por ele. Gente!!! Não deveria ser o contrário? Só aí daria para fazer uma problematização das bravas. Eu teria muito a escrever também sobre valores cristãos presentes nesta obra, mas hoje é sexta, o frio é terrível. Fica para a próxima, mas daria uma discussão interessante.

Eu li o livro em e-book (bem digno, aliás, no Kindle), pois me nego a pagar livro em domínio público, mas não recomendo que façam isso com livros como este, e sim leiam o livro físico. Não é a minha leitura favorita do Romantismo brasileiro e nem do Alencar, mas vale a pena conferir.
Babi159 24/06/2022minha estante
Contém spoilers! Não consigo marcar, pois o Skoob está bom bugs, e postar o comentário foi um parto por si só! Aff!!!!


Babi159 24/06/2022minha estante
*com bugs




Mirella 31/05/2021

Clássico Brasileiro
Não é uma leitura fácil, está longe de ser. Tive muita dificuldade de entender esse livro. E confesso que é um livro, na maior parte do tempo, chato.

Mas, é muito louco e triste pensar como a gente apagou a nossa cultura primária, como essa realidade/língua é tão distante da gente.
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Duda 08/08/2021

É um clássico da literatura brasileira. Ouvi muitas críticas negativas sobre o livro, e por isso achei que não ia gostar. Confesso que me surpreendi bastante, a leitura não é tão chata como falam.
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Lu 23/12/2015

De onde veio a novela das oito... ou das sete... ou das seis...
Há certos livros que foram feitos para serem lidos aos risos. Esse não foi, mas eu ri mesmo assim. A partir do momento em que o Alencar compara a Iracema com uma ema selvagem, comecei a anotar as minhas frases favoritas da história. Foi divertidíssimo!
Na minha opinião, ler esse livro como comédia é o que o salva. Também dá pra entender como os brancos da época se achavam reis da cocada preta (comparação intencional) e que tinham o direito de escrever a história de qualquer povo, índio, negro e quem mais pisasse ali na terrinha "deles". Não engulo por nada essa fase indianista do Brasil, não enquanto não aparecer um clássico escrito por um índio (o que, convenhamos, já deveria ter aparecido há muito tempo se o Brasil não fosse o que é). Além disso, também não me convenço pelo argumento "tem que levar em conta a época em que o livro foi escrito" porque muitos livros escritos antes de Iracema não pecam em frases piegas e personagens rasos. Isso é uma novela, gente, uma bem engraçadinha, mas que vou continuar não levando a sério enquanto houver um pouquinho de razão em mim.
Chinchilla 30/12/2015minha estante
Hahahaha
Ai, Luisa


a antirrosa atômica 21/06/2018minha estante
estava a ler as resenhas em busca de alguém que também se divertisse com o absurdo da narrativa. Estou achando o livro cômico.


Henrie 16/05/2019minha estante
A ignorância do ser humano desconhece limites. Essa vergonha literária que você está passando ainda está sendo paga financeiramente? Estude um pouco sobre metáfora e prosa poética. Estude urgente poesia.

Outra coisa, não adianta meter o pau no livro e no eurocentrismo, e se referir aos nativos brasileiros como "indios". Índio é erro histórico, informe-se.




Lulucarneiro 22/05/2024

Antigo
Leitura chata, porém é possível se conectar com a história e desfrutar do conteúdo se você tiver um vocabulário rico ou retrogrado
Rafazellah 22/05/2024minha estante
Minha professora de português está nos obrigando a ler Senhora, Iracema e Guarani ?




Grazi 15/09/2023

Clássico e Poético
Foi uma experiência nova para mim, uma clássico brasileiro e gostei bastante da alegoria da colonização do Brasil ser representado no romance de Iracema e Martim. Da mistura do indígena e da natureza sendo Iracema e Martim o europeu que coloniza.

Algumas partes foram complicadas de ler como não sou acostumada. Achei o final, apesar do apesares um final bonito e condizente com a trama e entendi o significado que o autor quis passar.

No geral gostei bastante!
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Luana Vinuto 19/06/2020

Livro_Iracema
Apesar de ser considero um clássico a leitura não me agradou.
Achei cansativa, sem emoção, não achei fluída a história e fiquei confusa em muitos momentos.
LeandroCastro88 29/07/2020minha estante
100% eu


Luana Vinuto 29/07/2020minha estante
Leandro é bom saber que alguém comunga o mesmo sentimento ao ler Iracema.


LeandroCastro88 31/07/2020minha estante
Hahahaha... Total!




Fuzue 11/08/2023

Iracema é prosa
Iracema, detentora dos segredos de Jurema, é a formosura e força expressa na tão complicada prosa poética de José de Alencar.
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kellen.suamy 12/04/2020

"Tudo passa sobre a terra"
"Iracema" foi escrito em 1865 por José de Alencar. Nesse período, o autor buscava, assim como outros escritores da sua época, exaltar a identidade nacional em suas obras. Para isso ele usou a figura do índio e dos portugueses que aqui chegaram no período colonial. Iracema é uma ficção: a história de amor entre a índia Iracema e o português Martim é fruto da pura imaginação de Alencar. Porém o personagem Martim é inspirado num português que realmente existiu e fez amizades com algumas tribos indígenas.
A cultura indígena é retratada nesse livro baseada em características reais da época: as festas de comemoração de vitórias contra outras tribos indígenas regadas a cauim; as crenças indígenas tendo no maracá, na lua, um dos simbolismos de sua religiosidade; a forma como o indígena tratava os hóspedes; a rivalidade entre as tribos indígenas que se refletiram no período colonial em apoios a nações européias diferentes (Portugal, França, Holanda). Os índios tinham a tradição de deixar exposto o crânio dos seus inimigos como simbolismo de vitória e força. José Alencar retrata também essa característica no seu livro, através da figura de Iracema - índia da tribo Tabajara - e de Martim - português protegido pela tribo dos Pitiguaras - quando ambos foram se estabelecer na tribo Pitiguara:

"- Por que chora a filha dos tabajaras?
- Esta é a taba dos pitiguaras, inimigos de meu povo. A vista de Iracema já conheceu o crânio de seus irmãos espetado na caiçara; o ouvido já escutou o canto de morte dos cativos tabajaras; a mão já tocou as armas tintas do sangue de seus pais."

José de Alencar teve o cuidado e o trabalho de em seu texto usar nome dos animais, e outras expressões mais, conforme a língua indígena. Achei muito interessante esse estudo por ele feito porque nos brindou com algumas curiosidades sobre a língua indígena:

"A graciosa ará [11], sua companheira e amiga, brinca junto dela."

[11] Ará - Periquito. Os indígenas como aumentativo usavam repetir a última sílaba da palavra e às vezes toda a palavra, como "murémuré". Muré - frauta; murémuré - grande frauta. "Arárá" vinha a ser pois o aumentativo de "ará", e significaria a espécie maior do gênero.

Além das características nacionalistas expressadas na figura do índio (Iracema, Poti, Caubi), do "português brasileiro" que aqui se estabeleceu (Martim) e do caboclo (Moacir), o romantismo também é característica presente nessa obra. Muitos trechos de fala entre os personagens são quase poéticos, como o trecho abaixo no qual Caubi dialoga com Iracema:

"O rosto de Caubi anuviou-se:
- Teu irmão pensava que a tristeza ficara nos campos que abandonaste; porque contigo trouxeste todo o riso dos que te amavam."
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grazy3 15/07/2023

Iracema dos lábios de mel?
Iracema foi aquela leitura que me desafiou a compreensão e o conforto, ao qual eu já estava acostumado.
Muito se é dito sobre esta curta, porém memorável, obra de Alencar para a literatura nacional. Compreendi os motivos de criar heróis nacionais em cenários nacionais, mas a linguagem ainda rebuscada e extremamente comparativa tornou minha leitura mais lenta do que imaginei que seria. 
De qualquer modo, Iracema veio pra mim como um canto patriótico que enaltece a cultura dos primeiros homens deste país e dá palco para o que pode ser escrito por aqui. 
É de época? Sim. Vai cansar? Certamente rsrs
Mas é um clássico que faz parte da literatura nacional e deveria ser lido por todos :)
QUEIJO460 15/07/2023minha estante
??


Jhaze 18/07/2023minha estante
Parabéns ?...vc é jovem e leu... tentei ler no final da adolescência e desisti... talvez um dia eu tento novamente.




Aliluz 11/09/2021

Médio
A história é boa e um pouco trágica, mas eu gostei. O grande problema é que tem muitas palavras difíceis de entender, e mesmo com os grifos e com um dicionário ficou bem difícil de entender o livro. Então eu acho que a história é boa, mas por causa do livro ser muito antigo fica muito difícil para entender as palavras.
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Victor225 05/01/2021

Que outros clássicos não sejam assim
Talvez seja diferente se eu reler com mais calma, algo que provavelmente vou fazer por causa dos vestibulares, mas no momento só quero ler outros livros que me interessam mais
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