Beatriz 26/10/2023Não lembro da maior parte desse livroEsse foi mais um dos clássicos que fui obrigada a ler no meu tempo de escola. Sinceramente a parte boa dos clássicos, principalmente os brasileiros, é poder ver como eram os tempos passados com mais clareza e profundidade do que os livros de história, isso eu gostei nesse livro. Por exemplo, imaginar que em algum momento vadiar ou ser financeiramente dependente de alguém, apesar da maioridade e condições físicas perfeitas, era um crime no Brasil é no mínimo engraçado, imagina se essa lei ainda existisse?
Quanto a história não lembro muito dela, mas lembro o suficiente para saber que Leonardo, personagem principal, era fruto de um lar desestruturado. Os pais se conheceram, antes de casar, ela engravidou, eles viviam brigando até que um dia o pai dele saiu de casa, se me lembro bem teve violência física envolvendo a mãe e o menino Leonardo, pelo menos uma vez.
Não lembro o que aconteceu com a mãe, mas ele foi criado pelos padrinhos, a mulher sempre passou muito a mão na cabeça dele, por isso, ele cresceu travesso e sem planos para o futuro. Quando mais velho, ele foi preso por vadiar e por vingança de um oficial da polícia ele acabou se tornando sargento.
Como não lembro muito mais da história recomendo esse livro para pessoas que como eu gostam de ver como era a vida no passado e para quem está começando nos clássicos. Geralmente escrevo meu trecho favorito no final de cada resenha, mas não lembro o suficiente da história para ser sincera nessa situação, então vou deixar o trecho que mais me intrigou:
Parte mais intrigante: “Passado o tempo indispensável do luto, o Leonardo, em uniforme de sargento de milícias, recebeu-se na Sé com Luisinha assistindo à cerimônia a família em peso.
Daqui em diante aparece o reverso da medalha. Seguindo-se a morte de D. Maria, a do Leonardo-Pataca, e uma enfiada de acontecimentos tristes que pouparemos aos leitores, fazendo aqui ponto final”
O nome desse capítulo é “Conclusão feliz”, é curioso o fato do autor não ter terminado a história com o casamento e ter continuado dizendo que muitas coisas tristes aconteceram. Outro trecho que achei enquanto folheava o livro foi esse:
“Esse meio de que falamos, essa caricatura da família, então muito em moda, é seguramente uma das causas que produziu o triste estado moral da nossa sociedade.”
E Manoel nem viveu na nossa época! Isso só prova que a degradação da nossa sociedade não é novidade, só está se agravando.