Ingrid 01/02/2016
Memórias de um Sargento de Mílicias
Memórias de um sargento de Milícias foi escrito no período do romantismo, contudo destoa completamente desse movimento a começar pelo seu público alvo, as pessoas comuns, o proletariado, além disso a história apresenta um anti-herói, o amor não é o idealizado, e as personagens são tipos que encontramos no nosso dia a dia, apesar dos séculos de distância entre nossa realidade e a do livro, como a vizinha fofoqueira, que convenhamos todos nós temos uma e para finalizar o autor construiu cenas muito engraçadas, comédia pastelão. Por isso é um livro singular e que merece atenção, pois foi uma inovação.Além de hoje em dia ser caracterizado como novela de costumes, pois o livro é um retrato social do período em que foi escrito, fazendo-o um precursor do realismo brasileiro.
Então vamos a história, no começo relata como o casal Leonardo Pataca e Maria das Hortaliças se conheceram, depois vem o nascimento do Leonardo( filho do casal), esse cresceu sendo travesso e mimado, foi criado pelo padrinho que o amou como filho, pois seus pais haviam se separado, a mãe voltou para Portugal e o pai ficou no Brasil sofrendo por algumas raparigas.Então esse jovem cresceu e mesmo sem querer, entra em confusões, sendo preso inclusive por nada mais, nada menos que por vadiagem.Sim, por vadiagem!A partir dessa prisão o desfecho do futuro de Leonardo tomar cor, é quando por circunstâncias bem estranhas se torna oficial e depois sargento.Sim, deixei praticamente todos os detalhes do livro ocultos, pois convido você, caro leitor a mergulhar no mundo de Leonardo e se divertir com suas peraltices e com os biotipos das personagens.Que ora se confundem com as do nosso dia a dia, ora ficam melhores na época do Rei. E ora parecem se misturar.
Gostei muito desse livro pelo realismo com que foi escrito, percebe-se as características da sociedade daquela época facilmente, como por exemplo o predomínio da Igreja Católica e suas festas, os ciganos eram numerosos no Rio e muito festeiros, sofriam um pouco de preconceito, talvez por não serem católicos. tem também o jeitinho brasileiro, as trocas de favores,o apadrinhamento,a subjetividade das autoridades locais,( a justiça que nunca é justa), é bem engraçado.Mas o que realmente me chamou a atenção foi o amor , é como ocorre hoje em dia, ora você gosta de alguém, essa pessoa o trai e você sofre, mas logo aparece outro amor, que pode te fazer sofrer novamente, mas olha só, você se apaixona por outra pessoa. E isso em velocidade de segundos.Já caí no conto dos românticos, do amor perfeito, do fascínio, da pureza.Hoje percebo que fui enganada e que a realidade é bem diferente.E MELHOR, porque é uma bobagem idealizar o amor. Bom mesmo é vive-lo como de fato ele se apresenta, como acontece nesse livro.
site: http://aportadomar.blogspot.com.br/