spoiler visualizarNatalia.Almeida 06/10/2021
Engraçada e despretensiosa obra sobre o povo
Considerando tratar-se de um livro para vestibular, é inevitável a leitura sem pré conhecimento do contexto histórico e literário da obra. De todos os pontos importantes, para mim, os mais interessantes são a publicação e os personagens propriamente ditos.
O livro originou-se de folhetins, equivalente a novelas e séries, com cada capítulo divulgado separadamente, estes amarrados de tal maneira a prender o leitor para os próximos episódios. Os personagens, que estão longe de ser idealizados, como os personagens dos romances da época.
A história se passa nos tempos de Dom João no Brasil, retratando a classe baixa, acompanhando a vida mude Leonardo, o primeiro anti-herói da literatura brasileira.
Não apenas Leonardo, mas todos os personagens são cheios de vícios e defeitos. O que nos põe a refletir se o garoto nasceu malandro ou tornou-se em decorrência das influências e provocações que foi exposto.
A história foi envolvente e bem engraçada, consigo lembrar das comédias da globo e produções bebendo bastante dessa fonte. Mas o final me decepcionar a medida que não traz nenhum ensinamento como parecia propor, nem para o leitor ou para o protagonista, que se safa de todas as confusões e castigos.
A linguagem da escrita também chama atenção pois é simples, parece que o autor escreve sobre pessoas simples para pessoas simples.
Por estes e tantos outros motivos, recomendo bastante a leitura não vestibulandos, também para os amantes de antropologia, história e afins.
Ah, fato curioso: o personagem Vidigal é baseado em fatos reais, como todos os outros. Mas este tem um agravante por ser o mesmo que da o nome ao morro do Vidigal no Rio de Janeiro.