Hitler

Hitler Joachim Fest




Resenhas - Hitler


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Inlectus 16/04/2009

Uma história.
Na verdade, não vemos neste livro apenas a história de um homem, tanto neste quanto no outro volume, vemos a realidade que o ajudou a se tornar o que se tornou. E vemos também, que Adolf Hitler, não é o único culpado em toda a tragédia, sem precedêntes, da qual ele é o símbolo, e aprendemos o que pode fazer, onde pode chegar, um homem que acredita em si mesmo, seja para o bem, ou seja para o mal.
Anna 27/11/2020minha estante
Direto e reto, gostei muito da sua resenha.




Luis 07/03/2010

O Gênesis do Anti Cristo
O já clássico livro de Joachim C Fest é a obra mais completa na vasta bibliografia sobre o Chanceler Alemâo (nascido na Áustria) que levou o mundo à Segunda Guerra.
Nesse primeiro volume, o autor disseca as obscuras origens de Hitler, mostrando sua infância (até certo ponto normal), juventude (onde há uma certa ausência de objetivos, explorada no título do capítulo) e vai até 1933, quando finalmente atinge o posto de Chanceler.
O mais impressionate da história até aqui, é que não se pode dizer que Hitler, apesar da dissimulação de seus atos pré guerra, enganou quem quer que seja. Todas as características que marcariam o Nazismo estavam já bem claras desde que ele "encontrou seu rumo", durante a Primeira Guerra. Servindo como Cabo, passou a ter contato com obras antisemitas que entâo eram relativamente comuns no ambiente intelectual alemão. Na verdade, essas idéias já o permeavam desde sua juventude em Viena, quando vagava por albergues de desempregados, tentando em vão construir uma carreira de pintor.
Essa obsessão contra o "inimigo dos povos" (segundo ele, o judaísmo internacional)e a favor da retomada do "papel histórico" da Alemanha, o levaram à política e ao partido do Nacional Socialismo Alemão, que até então, era só mais um dos muitos de extrema direita que despontavam naquele cenário caótico.
O livro de Fest recria em minúcias essa trajetória, explicando as bases teóricas do Nazismo, e discutindo as causas que levaram à Alemanha, dividida entre os comunistas, a direita raivosa e os poucos defensores da frágil República, a depositar suas fichas em Hitler.
A obra está longe de ser tediosa ou cansativa, mas a magnitude do texto tornam o livro um tanto quanto "difícil". Talvez sejam precisas leituras complementares que expliquem a estrutura política alemã pós primeira guerra, para que se entenda com clareza a amplitude e o significado dos fatos que levaram ao fortalecimento do Nazismo e à chegada de Hitler ao poder.Mas isso não tira o brilho dessa biografia fundamental.
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João Paulo 14/02/2020

Relutei muito para fazer essa resenha
Quando acabei o primeiro volume acreditei que tinha, para comigo, o dever de fazer uma resenha profunda, quase erudita, que externasse as minhas perturbações, assim como Ascensão e Queda do III Reich havia me proporcionado. Passado algum tempo, vejo que fiz bem a mim evitar tanta profundidade de análise.
Bom, a obra cumpre seu papel, mas a tradução tem suas dificuldades que não sei se são de sua própria responsabilidade, ou se decorrem da obra original. Fato é que a leitura é truncada, pouquíssimo fluida, e o livro, talvez porque biográfico, frustra quem espera serem revisitados os horrores da guerra.
Entretanto, a edição da Nova Fronteira permite uma experiência incrível, com as fotografias ao final dos volumes, que dão uma dimensão dos eventos da época que culminaram na ascensão do nacional-socialismo.
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Luiz Amaro 19/06/2021

HITLER DEU AO MUNDO UMA LIÇÃO QUE O MUNDO JAMAIS ESQUECERÁ
Uma biografia completa que nos mostrará como foi possível Hitler ascender ao poder, conquistar adesão de massas tão imensas e, afinal de contas, conserva-la malgrado todas as injustiças cometidas com propósito de alardes, e a despeito da guerra e dos crimes perpetrados

Este primeiro volume nos traz o período desde a infância de Hitler na Áustria, até a tomada do poder em 1933 na Alemanha de Weimar.

É impressionante como Joachim Fest constrói a narrativa, como ele relata o antissemitismo doentio de Hitler, sua inteligência, sua aptidão em oratórias, seu domínio das massas, tudo isso moldado em sua obsessão por propaganda.

Aqui você vai acompanhar passo a passo a ascensão de um líder maquiavélico, doentio, egocêntrico, totalmente convencido de sua grandeza e da superioridade da raça alemã. Concepção que fez o mundo mergulhar na maior tragédia já conhecida pela humanidade.
Orochi Fábio 03/04/2022minha estante
Estou lendo o fascinante segundo tomo...




DUDU 23/12/2009

Ótimo livro, de escrita complexa. Voltarei a ler depois.
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Israel145 07/09/2012

Se me fosse dada a oportunidade de encontrar com Deus a primeira pergunta que eu faria seria: “Que diabos se passa na cabeça de um sujeito que manda matar, amparado na sua ideologia e valores, seis milhões de seres humanos”?
Essa biografia, escrita por um dos seus maiores biógrafos (antes do lançamento de uma biografia escrita por Ian Kershaw, talvez a mais completa, lançada ainda em 2010 por aqui) o jornalista e historiador Joachim Fest, traça com perfeição o perfil de Adolf Hitler e de certa maneira é possível estabelecer o que se passava na cabeça do tirano.
Esse primeiro volume (são dois) traça a trajetória de uma criança que desde a infância se mostraria problemática, agressiva, arrogante e por demais sonhadora. Sua índole, a pior possível, já trazia reflexos do homem amoral que iria se tornar. Pintor fracassado, nunca conseguiu aprovação para a melhor escola de belas artes de Viena, tornando-se assim um arquiteto frustrado; Conheceu a miséria, a dicotomia vitória-derrota da primeira guerra mundial; Mas o que sempre o sustentou foi sua obstinação: Hitler sempre se achou um messias imbuído de sua missão, que seria salvar a Alemanha da decadência. E não tem nada que defina melhor o tirano do que dizer que ele foi um homem obstinado pelo poder.
Não tem como não concordar com o autor que levanta a tese de que Hitler era um psicopata e que sua grande oratória e desde cedo o interesse pela propraganda como instrumento de dominação das massas, foi fundamental para sua ascenção, se não o fator preponderante, associado com uma série de infortúnios tais como a espoliação da nação alemã após a derrota da 1ª guerra; a proclamação da república; a ameaça comunista; inflação galopante, miséria e a grande depressão causada pelo crack nas bolsas em 1929; Hitler soube se aproveitar de tudo isso, abrindo espaço com seu partido nacional-socialista, um verdadeiro culto a si mesmo no papel de messias, fuhrer, com suas truculentas milícias SA e SS e dos seus erros oriundos de grandes fracassos como a tentativa frustrada de golpe de estado em 1929, resultando em sua prisão. O 1° volume se encerra com a chegada ao poder depois de ter saído da prisão e galgado uma carreira poítica chegando ao posto de chanceler da república.
O livro em si traz uma linguagem extremamente rebuscada e uma riqueza impressionante de detalhes além de uma profunda análise crítica do autor que discorre com maestria sobre o assunto.
Vale muito a pena para quem quer conhecer melhor o maior assassino que a humanidade já conheceu. Muito recomendado.
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May 15/12/2017

Realmente é uma biografia bem detalhista sobre Hitler, falando de forma holística de todo o contexto que levou à ascensão do ditador. Talvez não era o que eu procurava justamente por ser tão detalhada, me lembrou até os escritores românticos. O livro é bem extenso, tanto é que tem a parte 2, e eu sou apenas uma curiosa; o que me levou a quase desistir do livro. Tenho curiosidade em ler o 2, mas não tenho disposição.
José 06/11/2018minha estante
Bom dia
Alguém teria esse livro em pdf, gostaria de usa-lo para TCC.




Rodrigo 18/09/2020

Leitura obrigatória
Fundamental para a virada do século XIX para o XX em termos de política, ideologias e mesmo costumes e tecnologia, a ascensão do partido nazista e de Hitler ao poder na Alemanha, bem como o que ocorreu até sua morte este livro é um brilhante panorama da vida e da "obra" deste personagem que, por mais odiado que seja, foi um dos mais importantes na nossa história. Este livro, na minha opinião, serve também para desmistificar, pelo menos da minha parte, o fato de que Hitler não foi um fato isolado, mas fruto de um contexto social e político que marcava aquela época em todo o mundo e que Htiler serviu como um porta voz psicopático de uma importante parcela da população alemã e, por que não pelo menos no início da sua carreira, de parte do mundo. Importante também colocar do impressionante quadro pintado das psicopatologias que este personagem possuia dando um novo olhar, muito mais complexo a esta figura histórica.
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Jackeline Vasconcelos 15/04/2014

O líder e o monstro
O grande e célebre Joachim Fest é conhecido por sua personalidade e obra marcante, o historiador alemão tem seu crédito na literatura como aquele que fez a biografia do Fuhrer.
Acho fundamental conhecer o escritor.
'Hitler' como o título revela, fala do famoso ditador tirano, monstruoso Adolf Hitler.
Claro que essa vertente de adjetivos me parece óbvia diante dos fatos históricos que envolvem a figura pública.
O que me incomoda no livro além do que já estudamos sem interesse na escola,(vide Guerras) é a falta de imparcialidade adotada por Joachim. A cada linha um fato sobre a vida do ditador e uma opinião carregada de sentimentos do autor.
Se estou lendo sobre a vida de uma pessoa quero detalhes do mesmo e não a opinião de quem escreve, é importante ler as impressões do escritor mas não como formador de opinião.
Fora o deslize que parte de minha opinião pessoal, o livro é bem escrito divido em 2 volumes e detalhados, pairando sobre a infância indo de encontro a Guerra e a derrota da nação Alemã. Nos ajuda a entender como começou o fardo do país, as dificuldades e nisso o livro é impecável, retrata com fiel gentileza como vivam as pessoas durante a repressão. Retrata o Holocausto, depoimentos de líderes e pessoas que estiveram diante da loucura daquela época triste. A Alemanha devastada foi apanhada pelo oportunista Hitler e levado ao cume do desespero que só pode ser compreendido pela leitura.
Quem procura essa leitura está interessado em descobrir o homem por trás da farda, aquém da GUERRA, a pessoa além da suástica e acredito que somente uma investigação profunda pode gerar uma opinião sincera desses volumes. A relação mórbida que o ditador tinha com as pessoas é retratada linha após linhas e muito bem escrito e descrito.

Para historiadores conta como ponto de aprendizado, para os estudiosos da personalidade apática do ditador é apenas a repetição do que parece que sabemos.
Recomendo como fonte de acréscimo ao que compete entender a Guerra e não o Homem por trás dela.
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Juliana Cardoso 03/07/2012

Hitler - Joachim Fest. Volume 1.
O livro de Joachim Fest é muito bem escrito e impressiona a riqueza de detalhes.
Recomendo o livro aos amantes da História e pesquisadores, pois a leitura exige conhecimento histórico e torna-se, em certos momentos um pouco cansativa.

O livro é dividido em 4 partes e 2 inserções, sendo elas: I Vida Sem Objetivo; Primeira Inserção – A Grande Angústia; II O Caminho da Política; III Anos de Espera; IV Tempo de Luta. Segunda Inserção – Catástrofe ou Conseqüência?.
Essencial para compreender não somente a vida de Hitler, mas também todo emaranhado de fatos históricos que compunham a época antes e pós Primeira Guerra Mundial.

A primeira parte (Vida sem Objetivo) é dividida em 5 capítulos que são: As Origens e a Partida / O Sonho Desfeito / Alicerces de Granito / Fuga para Monique / Redenção pela Guerra. Tais capítulos tratam das origens de Hitler, até o momento em que ele combate na Primeira Guerra Mundial.
A segunda parte (O Caminho da Política) é dividida em 4 capítulos que são: Parte do Futuro Alemão / Triunfos Locais / Desafiando o Poder / O Putsch. Tais capítulos tratam do nascimento do Partido Nazista até a tentativa de golpe no Estado.
A terceira parte (Anos de Espera) é dividida em três capítulos que são: A Visão / Crise e Resistência / Dispositivo para Combate. Tais capítulos tratam do período em que Hitler ficou preso após o golpe fracassado, e a crise enfrentada pelo partido durante essa prisão.
E a quarta e ultima parte (Anos de Espera) é dividida em 5 capítulos que são: Ingresso na Grande Política / A Avalanche / Às Portas do Poder / No Objetivo. Tais capítulos tratam do ganho que o Partido Nazista obteve após a crise da bolsa de valores de NY até o momento em que Hitler é declarado chanceler.

Hitler provém de uma região muito pobre do Império Autro-Húngaro, de população essencialmente camponesa e católica, onde casamentos consanguíneos aconteciam naturalmente. Desde o princípio, quando Hitler ainda era um jovem pintor, e sonhador, ele procurava esconder suas origens e idealizar personagens para si. Seu pai era funcionário alfandegário de categoria mais elevada, e queria que o filho também fosse funcionário público, o que Hitler sempre recusou. Sobre seu pai, Hitler o descreve como beberrão o que não era verdade.
Hitler fracassou em toda sua vida escolar, o que dificultou a realização do sonho de ser artista e pintor. Procurou também ingressar na Escola de Belas-Artes na cidade de Viena, o que foi impedido por diversas vezes. Isso gerou nele uma grande frustração e uma ambigüidade: odiava a classe elitizada por não aceita-lo, mas ansiava fazer parte dela.
É na cidade de Viena que Hitler recebe sua formação ideológica, tratando essa formação, por ele mesmo, como seus alicerces de granito. Essas ideologias provinham do maestro de óperas Richard Wagner da qual Hitler se espelhava, e mais tarde das doutrinas do Darwinismo Social. Durante esse período, Hitler morou em um albergue para desabrigados, e pintava quadros que era vendido por um de seus colegas de quarto, após um desentendimento com o mesmo, os quadros passam a ser vendidos por ele próprio, ou por outro colega que era judeu. Antes do contado com as ideologias do Darwinismo Social, Hitler demonstrava-se totalmente apolítico, sozinho, e até aí não era anti-semita. Foi acusado de insubmissão por fugir das obrigações militares, e levado por um policial para a Áustria a fim de dar explicações. Apesar de fugir das obrigações militares na Áustria, mostra-se demasiadamente animado com o início da Primeira Guerra Mundial, a ponto de solicitar ser admitido como voluntário num regimento alemão, sua solicitação foi aceita. Lutou em batalhas importantes e demonstrou bravura e coragem, pois foi condecorado pelo menos três vezes, apesar de o mesmo nunca tocar no assunto “para evitar admitir que devia aquelas distinções à interferência do major ajudante do regimento, Hugo Guttman, que era judeu”.
Apesar da guerra, continuava uma pessoa distante em seus pensamentos e devaneios. Segundo ele, a Alemanha havia perdido a guerra devido à propaganda ruim. Já no final da guerra, à 13/14 de outubro, Hitler ficou exposto a um intenso bombardeio de granadas tóxicas que o deixou cego temporariamente. Ficou internado em um hospital, e foi lá que recebeu a notícia de que a Alemanha havia perdido a guerra e sofrido uma revolução, e que “o Reich nada mais tinha a fazer senão confiar de maneira incondicional na magnanimidade de seus antigos inimigos”. Foi um choque para toda a Alemanha e também para Hitler, porém é nesse momento que ele parte para a vida política. Somente aos 30 anos de idade.

PRIMEIRA INSERÇÃO: A Grande Angústia.
GRANDE ANGÚSTIA trata do sofrimento europeu após o fim de seu sistema tradicional de domínio, e o sofrimento alemão diante da revolução, da União Soviética, e do liberalismo democrático. Todas essas aflições e angústias resumiam-se na personalidade de Hitler. O capítulo termina por explicar o que era, e o que ansiava o Fascismo que cultuava o conservantismo e o passado em geral, para fazer frente ao liberalismo, caracterizado por eles como “declínio espiritual”. Rejeitava-se também o racionalismo “que reconhece senão o intelecto e não percebe que a alma e o direito do sangue devem dominar o destino do povo e do Estado” – eis aí também um argumento racista contra todo o movimento liberal. Hitler julgava apenas um culpado por tudo isso – o Judeu, essa era a grande diferença entre ele e todos os outros fascistas da época.

A partir de todas as angústias e sofrimentos, com os objetivos fascistas e racistas, nasce o Partido dos Trabalhadores Alemães, e Hitler envolve-se definitivamente na política, embora ainda dissesse ao seu próprio respeito que era pintor, escritor ou comerciante até mesmo após a primeira reunião pública do partido. Mostrou-se totalmente animado após essa primeira reunião devido à sua aptidão em discursar e principalmente, após a primeira grande manifestação do partido para aproximadamente 2000 pessoas, quando estas interrompiam Hitler por aplausos e vozerio, após a leitura do Programa do Partido que obtinham características anti-capitalista, anti-marxista, anti-parlamentarista, anti-semita e contra a maneira pela qual a guerra fora encerrada e suas consequências. Após isso, o partido muda seu nome para Partido dos Trabalhadores Alemão Nacional-Socialista e adota a cruz suástica como emblema. O partido recém formado cresce rápido. Crescimento este, todo de responsabilidade de Hitler que é um ótimo orador, que conseguia instigar na população grande ódio pelo sistema vigente – a república e a vergonha do Tratado de Versalhes. O partido conseguiu reunir a simpatia da burguesia temerosa da inflação, e a força da classe operária.
O culto à personalidade de Hitler, e a adesão à sua imagem começam a aparecer neste momento o que o aproximou da vida tão sonhada em sua juventude - a de ser um artista; e o fato de que, estranhamente não mudara durante todo esse período, não manifestando “uma só tendência à renovação, uma experiência pessoal. Hitler sempre permaneceu aquilo que fora um dia, imóvel, e como petrificado.”.
O partido de Hitler procurava desafiar a atacar o poder republicano instaurado na Alemanha; devido a isso, Hitler teve que cumprir quatro semanas de prisão dos três meses a que fora condenado, a fim de que o mesmo compreendesse os “limites de tolerância das autoridades”.
A Alemanha neste momento está vivendo uma crise tremenda, onde a inflação toma proporções catastróficas e diversas revoltas explodem em toda a parte urbana.
A veneração à imagem de Hitler aumenta e toma forma de culto, tomando seu ponto culminante na segunda quinzena de abril, por ocasião de seu aniversário.
Devido à situação alarmante de todo o país, nota-se que “milhares de homens estavam na expectativa de quaisquer instruções” – PG. 193. Surge o receio de futuramente não conseguir conter mais os homens ávidos de uma revolução contra a república, homens desempregados, famintos, desnorteados que apresentavam a Alemanha em 1923. Tudo indicava ao partido que um Putsch era a saída para todos os problemas, então começam a organizá-lo para o dia 09 de novembro de 1923, liderado por Hitler. Uma primeira barreira policial tentou barrar a marcha dos revolucionários, sem êxito. Uma segunda conseguiu parar-lhes com uma fuzilaria. Diversos mortos e feridos, Hitler, aproveitando da algazarra formada, conseguiu escapar numa ambulância, abandonando a todos que estavam em meio àquele caos que fora liderado por ele e, anos mais tarde justificou essa atitude afirmando que “teria salvo uma criança abandonada em meio à fuzilaria”, justificativa que foi desmentida mais tarde. O fracassado Putsch rendeu a Hitler o veredicto que previa a pena de no mínimo cinco anos de reclusão e a aclamação da multidão, que passou a unir-se e manifestar fortemente em seu favor. Além disso, trouxe uma concepção mais madura de política a ele, que pouco a pouco, mudou seu discurso violento visando uma ligação com o poder a fim de ganhar crédito.
Hitler, apesar de ter sido condenado a 5 anos de prisão, recebeu anistia passados pouco mais de 6 meses por bom comportamento. Apesar de ter ficado pouco tempo, foi na prisão que ele passou, de fato, a assumir uma postura messiânica – o salvador da Alemanha. Recebera volumosas correspondências na prisão, e foi homenageado pelo seu aniversário. Seus colegas ocupavam-se na manutenção da limpeza de seu quarto e paravam para ouvir suas palavras. Foi durante esse período que Hitler se ocupou a escrever o primeiro volume de seu livro Mein Kampf, livro este que contém sua ideologia antissemita e racista. Hitler, ao escrever o livro, preocupava-se em não fazer citações, pois queria demonstrar-se autodidata.
É a partir da prisão do líder, que o partido sofre uma crise causada principalmente após a Alemanha começar um período de estabilização da moeda após o empréstimo feito pelos EUA. “Cessara a excitação do ano anterior, dissipara-se a histeria, e a exaltação dera lugar ao morno desenrolar da vida cotidiana.” – PG. 242.
Apesar de seu triunfo perante o tribunal, Hitler cai em descrédito, passando a ser esquecido e ganhando ares de político fracassado, porém continuava mostrando dentro do partido intransigência e exigia de todos submissão absoluta. Toma atitudes a fim de reorganizar o partido, e resiste perante seus adversários políticos. Continua com sua visão sonhadora de mudar o mundo e não demonstra desânimo ou resignação apesar das circunstâncias demonstrarem-se totalmente contrárias a ele. Muda-se para uma casa alugada, e chama sua meia irmã Angela Raubal, para tomar contra desta casa, é neste momento em que conhece sua sobrinha Geli, pela qual se apaixonara.
Após a saída da prisão, Hitler começa imediatamente a reorganizar o partido e reconquistar a autoridade que havia sido perdida durante o período em que estivera preso. Organiza definitivamente a SA, que deveria ser acima de tudo, um “instrumento de propaganda e de terror político” PG. 266. Das ideias socialistas serviu-se por pura conveniência, não abraçando nenhum de seus ideais. O Partido fora forçado a procurar novos adeptos devido à estagnação. Parte então, a falar aos camponeses.
Os ciúmes de Hitler para com sua sobrinha aumentam durante esse período.
A situação não é nada propícia aos desejos de mudança representados no Partido, porém, é devido à Crise da Bolsa de Valores de NY que o Partido ganha novas forças. Hitler faz alianças, passa a investir em propaganda, e começa a demonstrar um estilo de radicalismo e violência sem par; aí na propaganda pode citar seu exibicionismo – pensava no efeito, e calculava o que seria popular. Aproveitou a crise econômica, onde os desempregados na Alemanha ultrapassavam três milhões. Não possuía plano ou qualquer teoria sobre a crise, porém sabia muito bem apontar os culpados.
O partido cresce muito e ganha milhares de adeptos. O grande número de cadeiras conseguidas pelo partido soma-se à rejeição que o povo tinha em relação à República. O resultado dessa vitória pelo partido Nazi foi por muitas vezes descrito como uma “avalanche”. O partido demonstra uma ambiguidade inquietante referente à legalidade, pois as SA transformara-se em um exército maciço que espalhava uma atmosfera de paralisia e terror, que serviu ao propósito de instituir uma ditadura.
Os atos de violência dos nazis e comunistas, ambas contra a polícia mostravam até que ponto estava minada a autoridade do Estado. Em vez das autoridades prenderem Hitler, queriam negociar. Nota-se mais ainda a ineficácia do poder do Estado e da República, e no final, as divergências de opinião dentro do governo, faziam aumentar a confiança de Hitler, que de modo algum aceitava os acordos oferecidos.
Para o Partido, estava cada vez mais difícil manter-se na legalidade.
São expostas as questões referentes ao suicídio de Geli Raubal, o estranho relacionamento de Hitler com as mulheres, e a facilidade que ele tinha em doutrinar a massa, e trata-la como uma fêmea. Interessante analisar como o autor coloca o caráter sexual nos comícios de Hitler, quando ele conduz as massas ao êxtase.
Após tantas idas e vindas, o partido sofre nova invertida. Sua baixa, perda de cadeiras e a grande falta de dinheiro deixavam o partido a ponto de extinguir-se. Em novembro de 1932, o número total de desempregados era de 8,75 milhões, e o país entra em mais um inverno de sofrimentos. Hitler demonstra-se demasiadamente nervoso diante da ameaça de extinção do partido. “Se o partido desmoronar, em três minutos acabarei comigo com uma bala de revólver” – Hitler.
O que fez com que o Partido Nazi subisse novamente foi a aliança entre Hitler e Franz Von Papen – esse encontro foi chamado com razão de o nascimento do terceiro Reich, e a situação financeira do partido tem uma súbita melhora.
É a partir daí, que Hitler visa a Chancelaria. Pressiona o filho do presidente, chantageando-o com intrigas referente à corrupção, e o caminho se abre para Hitler.
Hitler é declarado novo chanceler em 30 de janeiro de 1933.

SEGUNDA INSERÇÃO: Catástrofe ou Consequência?
CATÁSTROFE OU CONSEQUÊNCIA traz reflexões do autor referente à pergunta: O partido Nazi e Hitler fora uma catástrofe ou uma consequência na Alemanha?
Compara o fascismo alemão com o de outros países e chega à conclusão de que nunca, o nacional-socialismo seria o que foi sem seu grande personagem - Hitler.
Andressa 05/09/2017minha estante
"Pois a leitura exige conhecimento histórico e torna-se, em certos momentos um pouco cansativa" Exatamente! Estou nas primeiras cem páginas e olha... nesses dias, andei pesquisando mais sobre a primeira guerra e a revolução russa do que na época da escola! Muitas vezes eu não consigo entender bem o que o autor quer passar mas, quem disse que eu consigo largar esse livro?




marcelgianni 03/07/2017

Biografia mais completa do Führer.
Não se trata de um resumo ou sinopse do livro (para isso, veja minha resenha completa no link mais abaixo), mas sim de um relato do que me chamou a atenção no livro, e que pode influenciar outras pessoas na sua decisão de lê-lo ou não. Sem o uso de spoilers, faço uma análise sucinta da obra, justificando minha nota atribuída.

Esta é provavelmente a mais completa e fidedigna biografia de Adolf Hitler, contando com quase 1.000 páginas em seus dois volumes. Este primeiro volume conta em detalhes a ascensão desse personagem fatal da história do mundo, desde o nascimento em 1889 na Áustria até sua chegada ao poder em 1933 na Alemanha de Weimar. Possui quase 480 páginas – isso sem contar as 48 páginas de fotos -, em uma narrativa repleta de notas e citações, o que torna a leitura extremamente lenta, mas deleitosa, que nos deixa ansiosos pelo segundo volume.

Não se trata apenas de uma biografia de Hitler, mas sim de um livro que reúne a análise das condições políticas, socioeconômicas e culturais da época, buscando explicar as condições que fizeram com que Hitler conseguisse alcançar seus objetivos. O autor procura enquadrar o surgimento e ascensão do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista (Partido Nazi) no contexto alemão e europeu do período. Devido à soma de várias circunstâncias, algumas delas improváveis, aliado a sua capacidade de manipulação, obstinação e demagogia, Hitler soube aproveitar o momento para conseguir o seu objetivo de ser o Chefe Supremo da Alemanha.

site: https://idaselidas.wordpress.com/2017/07/03/hitler-joachim-fest-vol-1/
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Mônica 27/06/2018

Neste primeiro volume detalhado, Joaquim Fest nos apresenta peculiaridades da vida de Hitler, seus costumes, devaneios e traços de sua personalidade que normalmente não é abordada. Aos poucos vamos entendendo,juntando as peças, de como o pensamento de Hitler foi se formando. Um jovem com pouca vocação para os estudos,com desejo de se tornar "artista", um "gênio", se encontra ao entrar para o exército e após a Primeira Grande Guerra aos poucos vai se envolvendo com a política. No decorrer da obra conhecemos alguns nomes que foram importantes na formação do biografado, e também nos é apresentado algumas figuras grande importância do partido Nazista.
Após esse leitura é possível outra percepção de como tudo ocorreu para a chegada de Hitler até o poder, a maneira que ele conduziu, nesse primeiro momento de sua vida política, para que tudo levasse ao seu reconhecimento,para que a "missão" que lhe cabia pudesse assim ser levada adiante.
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Gabbie 03/09/2018

Um retrato
Joachim Fest escreveu uma biografia completa de um dos maiores assassinos indiretos da história. Vemos uma faceta de Hitler que não nos é apresentada nas aulas de história, é pintado um retrato dele, desde sua infância até sua ascensão ao poder (uma tarefa bem mais complicada do que eu imaginava, cheia de altos e baixos, recaídas). Hitler não era o homem ou o herói que os alemães enxergavam. Ele foi um menino que queria ser artista, mas nunca correu atrás de seu sonho. Engrenhou-se pelo caminho da política e usou as palavras a seu favor. Não se pode negar, ele era esperto, se não fosse, não teria chegado aonde chegou.
O livro traz muitos fatos interessantes e em certos momentos, a leitura fluía lindamente, eu não queria parar de ler porque as palavras me prendiam, mas a verdade é que o livro biográfico de Joachim Fest é carregado de muita informação e de um dialeto um tanto difícil, sem um conhecimento base, não se entende nada do que as 461 páginas te mostram. É um livro difícil e demorado de ler, mas não pelo conteúdo e sim pela narrativa dura e seca do autor, que não soube trazer essa narrativa fluída para o restante do livro, isso o torna cansativo. Demorei muito para ler.
Mas num todo, não é um livro ruim, só é necessário um conhecimento maior e um vocabulário um pouco mais vasto e paciência para que se possa desfrutar da leitura.
Pretendo pesquisar mais sobre o assunto e quem sabe eu não volte aqui com a mente aberta e folheie novamente as páginas de 'Hitler - volume 1'.
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Stella.Castilhos 16/01/2023

Traumas rsrs
Esse livro me causou um trauma danado no ensino fundamental. Sempre me interessei por história, principalmente a Primeira e Segunda Guerra Mundial, então estava lendo esse primeiro volume quando tinha uns 13/14 anos.
Num dia, a professora pediu que falássemos sobre os livros que estávamos lendo. Comentei sobre o livro e, na maior inocência, disse que estava lendo porque me interessava pela história do Hitler (e que ele usou sua genialidade para fazer algo ruim).
O resultado foram várias indicações de livros de auto ajuda e alguns anos de exclusão na escola (além de uma fama de ser satanista).
Não me arrependo porque acho a história engraçada e porque, pelo menos, conheço a história de uma figura que, querendo ou não, foi significativa na história da humanidade.
O livro é bom. Eu diria que um pouco cansativo, dependendo do tipo de leitor que você é.
São abordados temas relacionados à vida pessoal do Hitler, mas também a história de como chegou no ponto que chegou.
Sempre bom conhecermos a história para não a repetirmos.
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