Resenhas - Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios

madu :) 11/06/2021

comedor de casadas
é isso mesmo.
5 estrelas pela escrita mais poética, fluida, intensa e brasileira, contando a história de um comedor de casadas.
?Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios? é sobre Cauby, um fotógrafo que se apaixonada ardilosamente por Lavínia. Para mim, Lavínia é uma versão de Capitu nos tempos modernos, com seus olhos escuros tão profundos e oblíquos, quanto aquela dos olhos de ressaca.
Existem ainda com outros personagens muito bem trabalhados dentro da trama, uns com mais profundidade, como é o caso do Pastor Ermani (marido de Lavínia), O Careca, que também já teve sua história de paixão sem noções, dentre outros personagens.
inclusive a palavra noção é uma coisa que esses personagens poderiam usar de vez enquanto kkkkk mas enfim...
literatura brasileira contemporânea de altíssima qualidade!!!

Felipe927 11/06/2021

O amor nem sempre é da forma que imaginamos
Uau, esse livro foi um soco no estômago. Um relato real e cru de uma história amor (se e que podemos chamar assim) vamos acompanhar o personagem relembrando de um amor que viveu e de como aquilo mudou sua vida para sempre. Enfim, sem palavras!

Ana Paula 08/06/2021

O que vemos no mundo
Com um título encantador, Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, é uma tragédia em 4 atos, que traz em sua narrativa a beleza e a entrega prometidas no título. O narrador personagem nos conduz através do tempo-espaço com maestria, construindo o clima e o tom do romance, que é duro, cru, sensível e, assim como a história de amor entre Cauby e Lavínia-Shirley, é avassalador. O amor entre eles não pede licença, ele apropria-se do espaço. Ele não vai com calma, não tem paciência, é um amor que toma conta, domina e tudo que a pessoa pode fazer é se render a este amor. Da mesma forma, nós leitores, somos rendidos pela narrativa, muitas vezes gráfica, outras filosófica, mas sempre intensa. Paralelamente a esta grande história de amor, temos outra narrativa, oposta e complementar, de um amor platônico, um amor calmo, paciente, que se resigna, mas que também requer sua total rendição e abdicação.

Mas, não se engane, este livro traz o amor como ele é, no mundo real, aí está parte da crueza do livro, tem que estar preparado para digerir. O amor não é idealizado, ele é como sabemos por experiência própria: ora generoso, ora mesquinho. Vemos, também, as consequências de se ousar amar num mundo com tanto sofrimento e dor.

Ao final da leitura me questionei: “seria este livro muito violento?”. Respondi-me que sim e não. Sim, porque de fato há bastante violência. Não, porque não é, infelizmente, diferente da violência do mundo real. Conclui que, então, o que este livro faz é concentrar nosso olhar para situações que sabemos que existem, porém no nosso dia a dia ignoramos, seja como mecanismo de defesa, seja por incompreensão. Aquino nos faz mergulhar na vida de alguém com transtorno mental sem tratá-lo com jeito de diagnóstico. Nos faz submergir na violência condenada, mas aceita em uma cidade pequena, que “sabe, mas finge que não sabe”. E nos faz encarar lados sombrios do ser humano, o fanatismo, a perversão e a ganância.

Por fim, concluo com um trecho que se refere ao personagem Benjamin Schianberg, autor do fictício “O que vemos no mundo”:

“De acordo com o professor Schianberg (op. cit.), não é possível determinar o momento exato em que uma pessoa se apaixona. Se fosse, ele afirma, bastaria um termômetro para comprovar sua teoria de que, nesse instante, a temperatura corporal se eleva vários graus.”

May_Lu 02/06/2021

Isso é menos uma resenha e mais uma coletânea de comentários aleatórios sobre a obra.
Acho que o título desse livro resume muito bem os temas da história. Essa ideia de um amor cego, de fazer tudo pelo amor, de sofrer por ele. O amor, aqui, assume um papel cínico, clássico, trágico e sonhador. O autor parece querer trabalhar com diversas facetas do tema, explorando-o em seu elenco. E, te falar, os caminhos que ele investe são muito curiosos. Seja um amor completamente asqueroso e condenável, como o de um pedófilo com uma criança, até um amor puro, daquele dos livros clássicos, que a pessoa se guarda para ficar com aquele único sujeito. A profundidade da obra, eu diria, esta em mostrar esses diversos lados do amor e conseguir, ainda assim, criar uma grande mensagem final o envolvendo.

Lavínia é uma personagem muito interessante nesse livro. De começo pensei que o autor faria com que ela fosse mais uma figura, uma presença. Mas no fim, por mais que eu continue pensando que a personagem simbolize algo nessa obra, o autor conseguiu fazer com que ela não se tornasse mero símbolo, e sim uma pessoa. E fazer com que ela seja uma pessoa torna toda a mensagem final bem trágica e pesada.

O autor descreve a condição de Lavínia no final do livro como sendo "Sempre mansa e indistinta. Faz o que mandam, faz o que pedem." Penso eu que esse foi o arco arrancado da personagem. Ela, a maior vítima da história, passou a vida tentando se rebelar quanto ao masculino, mesmo o amando. O arco ia ser um processo de libertação, de fazer o que ela quer do jeito que quiser, mas a força masculina a impede de concluir isso. O pastor, o homem a quem ela sente que deve tudo, joga ela num tratamento por ela fugir do padrão esperado pelo próprio pastor. Lavínia, então, se torna umas casca vazia, perfurada por homens e com a vida acabada. Vira o que os homens queriam dela, a moça que "faz o que pedem". Talvez, nesse sentido, a resolução final deixe a desejar. Digo, o protagonista é o caminho que Lavínia queria, mas, ainda assim, aquele beijo no final, por mais que demonstre uma melhora, me deixa um pouco incomodado. Digo, é uma mensagem bonita, mas o incomodo, penso eu, deve nascer de frases anteriores, onde o personagem diz que a Lavínia ali no hospital parecia uma criança. Daí, dias depois ele beija uma... criança? Sei lá, é uma interpretação meio besta, talvez. Independente dela, o arco interrompido de Lavínia parece, no final, ter a abertura para se fechar. O protagonista se torna um tipo de salvador. E isso me incomoda um pouco. (Por mais que eu acabe gostando dessa mensagem - brega, talvez - de que o amor vale a pena, apesar das dores.)

Enfim... sei lá, eu ainda assim acabei amando essa história. Quando ele quebra aquela caixa que a Lavínia deu eu juro, não tava esperando aquilo. Eu ri alto enquanto uma lagriminha escorria. Tipo, a obra é tão seca e dura em alguns momentos que quando ela fica melosa, o meloso é tão bom de se agarrar. Nossa! Excelente livro. Já quero ler o novo do Marçal que saiu esse ano.

Babi.Suemi 31/05/2021

Leitura rápida e envolvente
Incrível como em apenas 122 páginas o autor consegue contar tantas histórias poderosas de amor. Existe um jeito correto de amar? Até onde é amor ou gratidão ou desejo ou obsessão? Vale muitíssimo a pena a leitura!

Jessica Alves 28/05/2021

Uma história de amor!
Que livro!
Cauby é um fotógrafo em uma cidade do interior do Pará que um dia se envolve com uma mulher em um relacionamento intenso e conforme vai nos contando seu relato vai nos deixando mais curiosos a respeito do final.
Amei a construção do livro, com a história alternando do nada entre passado e presente, também incluindo a história de amor do seu colega de pensão.

Danielle 28/05/2021

Muito bom
Uma narrativa deliciosa que nos envolve e faz querer saber mais e mais do que acontece. Uma historia perturbadora de amor narrada por um homem foi muito mais interessante do que as que estamos acostumadas narrada pelas mulheres.

Licia Maria 27/05/2021

Todo amor é um pouco louco
É sobre amor, mas, acima de tudo, sobre vida real. A violência desse enredo super realista, que te prende do começo ao fim, faz essa história passar longe de uma clássica narrativa romântica. Intercalando as histórias de Cauby e Careca fica fácil entender porque quase sempre escolhemos os amores insanos. O amor platônico, morno, casto não é menos dolorido que a loucura de uma entrega completa.

mariabndt 26/05/2021

Poético
Que livro... meu favorito do ano até agora, um livro lindo, com a escrita mais bonita que já tive a sorte de ler até agora. Um livro rico, personagens bem construídos, bem desenvolvidos, uma história cativante.
O livro fala de amor sem toda aquela romantização, conta a história da forma mais doída, verdadeira e bela possível. Eu amei.

Milena 25/05/2021

No one forgets a hurricane
"Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios" conta a história de amor proibido entre Cauby e Lavínia, que se passa numa cidade do interior do Pará agitada pela corrida do ouro. Cauby é um fotógrafo, meio esquerdomacho, que se muda para o Pará a fim de realizar um trabalho que envolve as prostitutas locais. Lavínia é uma mulher livre, artística e meio louca (metafórica e literalmente), que teve uma infância e adolescência difícil e foi "resgatada" das ruas pelo pastor Ernani, com quem é casada.
A linguagem do autor é bastante poética e o livro traz vários trechos bonitos de serem lidos e sentidos. Para aqueles que temem ser só mais uma história de amor comum, a narração surpreende. Fala sobre um amor real, movido tanto pela paixão e quanto pela atração sexual. Além disso, o livro é composto por várias "historinhas" capazes de envolver o leitor, que abordam temas como a corrida do ouro e os conflitos da mineração no Pará, a história de amor entre o Careca e Marinês, um escândalo de pedofilia e transtornos mentais. Apesar disso, é uma leitura bastante fluida e até leve. Os personagens do livro, de modo geral, são cativantes, a exemplo de dona Jane, dona da pensão em que Cauby morou, mas nenhum é "endeusado", todos possuem qualidades e defeitos.
Foi um livro que eu nem esperava gostar tanto, mas acabou conquistando um espaço no meu coração por mostrar o mundo como ele é, com suas flores e espinhos.

Sara @desanuvie 24/05/2021

Marçal conseguiu conduzir uma história intensa com leveza encantadora. Retratar Lavínia dessa forma a fez muito real. Por vezes tão segura e também tão frágil, uma mulher que vive apesar de todos os motivos para não mais. O que ela tem com Cauby e com Ernani é algo mais real ainda.
Numa narrativa que de tão triste e crua se torna encantadora, Aquino me prendeu.

Joaquim 18/05/2021

Um Soco No Estômago
Essa leitura te pega pela mão e vai te conduzindo por altos e baixos que, apesar de serem ficção, jamais serão esquecidos. Recomendo MUITO!

Marília Medeiros 17/05/2021

Educação sentimental...
Amor. Guerra. Conflitos. Perdão. Loucuras. Traição. Marcas da infância.
O livro trata de tudo isso de uma forma leve e inesperada!
O final é incrível.
E o desenrolar dos fatos - extremamente - estimulante.

Alicia.Fonseca 12/05/2021

Resenha que vou ler no futuro pra relembrar do livro
Esse livro foge um pouco do que estou acostumada a ler, mas mesmo assim eu amei. Quer dizer, é um romance e eu leio muitos romances, porém não com a perspectiva de um amante, o que foi bem interessante.
Eu adorei a escrita do autor, é super leve e fluida, a leitura é super rápida. O desenvolvimento dos personagens também é muito bom, gostei como ele vai a fundo nas histórias, até porque era realmente necessário uma abrangência maior no passado deles.
Fiquei bem impactada com a história da Lavínia, que passou por um bocado de coisa ruim na vida, declaro aqui meu profundo ódio pela mãe e padrasto dela, que desgraça, queria entrar nesse livro pra bater neles. O personagem principal, Cauby, apanhou de um jeito que mds, isso porque ele era inocente, não tinha nem como provar que foi ele, e eu fiquei meio assim também pela comunidade da igreja (ou talvez só conhecidos do pastor mesmo) se reunirem pra apedrejar o cara, APEDREJAR. O Viktor só fez passar raiva, até morto o cara fazia estrago. Dona Jane um anjo, apesar de não ser tão desenvolvida só o fato dela ter ajudado o Cauby me fez gostar dela. Sobre o pastor, não sei muito o que dizer, não sei se gostava muito dele, mas também não desgostava, querendo ou não ele ajudou a Lavínia de alguma forma.
Vamos lá, o Cauby recebeu mil e um sinais pra ir embora, mas o que o amor não fez esse homem passar né, um amor que ele nem sabia se ela sentia (até abrir a caixinha), mesmo sabendo que provavelmente ela não ia deixar o pastor ele se submeteu a estar ali, e quando finalmente ele tá quase indo embora a bomba explode. Ademais, gostei muito da ligação do Cauby e da Lavínia com a fotografia, tudo tinha que tirar uma foto e eu realmente adorava isso, quando tudo queimou na casa dele foi como se um monte de lembranças tivessem sido perdidas, assim como as lembranças da outra Lavínia. Detalhe que quase ia esquecendo, eu adorava as citações que o Cauby colocava sobre um livro que ele estava lendo sempre, mais especificamente citações do autor (não me recordo se eram todas do mesmo livro), grifei todas que apareciam, porque eu parava um tempo pra pensar sobre cada uma, fazia muito sentido.
E também o momento que o título do livro apareceu foi o encaixe perfeito e me surpreendeu um pouco.
Enfim, é um romance doloroso e cheio de obstáculos, que com certeza vale a pena ler.

ianaag 12/05/2021

“O segredo... não é descobrir o que as pessoas escondem, e sim entender o que elas mostram.”
Muito me foi recomendado esse livro, mas nunca tive interesse suficiente - até que peguei só pra dar uma "olhadinha" e lá se foi quase metade dele e com mais uma sentada, acabou. O livro é feito de surpresas, logo de inicio o autor expõe uma tragédia com poucas informações e a cada página a leitura fica mais envolvente. As histórias paralelas são tão interessantes quanto a história principal e o final, que em momento algum eu cogitei.