Dd/Ju 16/06/2024O amor, segundo Schianberg, é loucuraO livro foi muito bom, tanto que não tenho nem palavras para comentar de imediato, a não ser o fato de que preciso fazer um trabalho inteiro sobre ele em um dia para finalizar uma matéria da faculdade.
Em verdade, esse livro surpreendente do começo ao fim, é plot por cima de plot de coisas absurdas, personagens muito intensos que beiram a loucuram (às vezes conseguindo), mas que são muito reais. Fazendo um comentário a parte, eles parecem os pensamentos intrusivos das pessoas entrando em ação como pessoas reais. São coisas tão verdadeiras e obscuras que chega a ser duro de ler tudo.
Um dos pontos incríveis dessa narrativa é o professor Schianberg, que detalhe NÃO EXISTE, mas os trechos de seu livro são descritos com tanta realidade que parecem verídicos, e eu fiquei doida pra ler ele, porém não vai rolar.
Lendo sobre Lavínia me veio na cabeça aquele trecho viral do Tiktok sobre a "Helena inesquecível" e a Lavínia é isso porque é doentia. O caráter que se expressa aqui, para mim, é de que o homem busca algo para sobrepujar, e quem teve a Lavínia, desesperadamente tentou isso, nas fantasias, na posse completa e desesperada, no desejo de curar, mas sempre com um quê de egoísmo sobre isso.
O Maçal Aquino descreve o amor trágico, insuportável, sujo e desprezível. É a queda dos amantes, abrindo mão de todos os seus escrúpulos pela sensação, o algo invisível que pesa. Sem citar as coisas menos explícitas, como o caráter da cidade desprezível, os filmes malucos da igreja orando num galpão, o pastor pegando basicamente uma criança, o garimpo na cidade, os puteiros, o Chang. E outra coisa a parte é a atração do Calby com a desgraça humana, e pensando agora nisso, a Lavínia não é sua amada, mas sim a sua fonte de inspiração viva, uma obra do caos humano ambulante.
Tudo é loucura, uma história muito boa, muito bem escrita, curta e trágica. Uma tragédia moderna, cheia de pontos psicólogos a serem analisados em experimentos como os do professor Shianberg.