A Garota que Tinha Medo

A Garota que Tinha Medo Breno Melo




Resenhas - A garota que tinha medo


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Rafaella 22/01/2014

"Minha mente estava acelerada, meus pensamentos eram confusos. Eu havia perdido o controle sobre mim mesma, mas estava consciente de tudo. Era como estar sonhando e ter consciência do sonho, sem poder intervir. Se ao menos eu tivesse perdido a razão ou desmaiado, teria escapado desse conjunto de sensações horríveis." Página 38


A garota que tinha medo foi a leitura que despertou o melhor e o pior em mim que já haviam sido esquecidos, ao menos tentado ser esquecidos. Essa obra resumiu tudo o que senti nos últimos quatro anos da minha vida. Não, eu não tenho a mesma doença que a protagonista, mas tenho uma enfermidade semelhante.

No final de 2009 fui diagnosticada com transtorno de ansiedade generalizada e que, em casos extremos, dá vazão a ataques de pânico. O primeiro sintoma ansioso que tive foi justamente um ataque de pânico na sala do cursinho pré-vestibular com outros 300 alunos de testemunha, não lembro ao certo como saí da sala a não ser que pedi ajuda para uma menina que não conhecia e ela me levou até o diretor, que para minha sorte já estava acostumado com descontroles deste tipo. A única característica que difere o meu momento nada glorioso no cursinho e os ataques que Marina tinha foi a de que eu passei por tudo sem dar uma palavra, já os da nossa protagonista eram extremamente barulhentos com direito a gritos e violência.

Já fui aconselhada a não expor meus problemas em redes sociais, mas senti que não seria sincera com vocês leitores ao tratar este livro como uma pessoa leiga, já que conheço todas as sensações que Marina teve ao longo de sua vida. No Skoob acabei me deparando com a resenha de outra garota que se identificou com a protagonista e não é raro encontrar pessoas que sofrem com doenças psicossomáticas, mas mesmo assim a sociedade ainda é intolerante com pessoas que sofrem desse mal.


"Minha existência sempre havia sido banal e discreta, sem grandes dramas, até que um vendaval, vindo de não sei de onde, virou-a de ponta-cabeça. Me tornei a protagonista de uma história que eu não queria interpretar, passei a ser o centro das atenções e a me sentir humilhada. Nunca mais fui a mesma depois do primeiro ataque, temendo as pessoas ou os lugares. Tinha medo de passar por outros ataques, que poderiam acontecer a qualquer momento." Página 120


Marina é uma jovem ativa que vive para estudar, dispensa sair com os amigos, passear em parques e shoppings para ficar enfurnada em seu quarto estudando para o vestibular. Seu sonho é se tornar uma jornalista e todas as suas forças estão voltadas para entrar na Universidade Católica. Sua mãe é a pessoa que mais a pressiona para entrar na faculdade e concentra todas as suas expectativas em Marina, fazendo com que a jovem se pressione mais do que o necessário para a admissão na UC.

Ao conhecer Julio pela internet a jovem que tinha dezoito anos na época começa a se relacionar com o rapaz que não sabia morar em seu condomínio. Quando é aprovada no vestibular e enfim poderia descansar, Marina acabou se envolvendo com drogas e seu namoro ficou mais sério. Alguns dias depois do início das aulas a jovem teve uma overdose e foi salva por alguns professores da UC, como punição ela e suas amigas precisaram ajudar na organização da biblioteca da universidade. Até então Marina ignorava os ataques de pânico, mas estes começaram a se tornarem frequentes. Pequi, sua melhor amiga, era uma das únicas pessoas que não a considerava louca e ajudou a jovem a entender seu problema que apesar de ser mental, atingia seu corpo das mais variadas formas.


" - Então sou como Jó nas patas de Satanás? A síndrome pode me atormentar até o infinito, pode me impedir de fazer as coisas de que gosto, pode me humilhar diante de meus amigos, mas não pode me matar?" Página 153


Breno Melo trata da Síndrome do Pânico como se fosse Marina, uma jovem de 18 anos que tinha tudo para ter uma vida tranquila, mas esta calmaria foi assolada por um vendaval e nada agora pode ser chamado de normal. O autor mostra ao leitor como uma doença que a princípio é inofensiva, já que não pode matar, mas que faz com que a pessoa sofra mais danos do que uma doença "normal". Não consigo entender como as pessoas ainda tratam doenças de fundo psicológico como loucura, afinal, o autor apresenta que as pessoas que tratam de distúrbios psicológicos com remédios de tarja vermelha, já algumas pessoas consideradas "normais" tomar calmantes e remédios para dormir de tarja preta. Cadê a lógica?

Não vou me aprofundar na doença em si, mas na obra que é tocante de muitas formas. Tenho certeza que no princípio uma pessoa que não teve qualquer contato com a doença vai estranhar e classificar a protagonista como fresca (sou tratada assim até hoje aqui em casa), mas ao longo da obra o autor mostrará o quanto esta doença assim como tantas outras de fundo emocional podem se tornar destrutivas e minar todas as áreas da vida do doente, fazendo com que assim como Marina percam anos na faculdade, seu trabalho e relacionamentos afetivos que até então consideravam estáveis. Recebi um e-mail da editora Schoba e logo me interessei pelo lançamento, como vocês leitores devem ter percebido sempre trago leituras alternativas sobre doenças e assuntos pouco debatidos por aí. Em outro ponto que me identifiquei com a protagonista, além de ter perdido amigos e um semestre na faculdade por conta da doença, foi o gosto pela leitura e não é raro vermos menção a Nicholas Sparks e Meg Cabot nesta obra e assim como eu, Marina alimenta um blog literário que aos poucos foi dando margem para outros assuntos como, por exemplo, sua doença. Para conhecer um pouco mais sobre a história de Marina, não deixe de ler A garota que tinha medo, publicado em 2013 pela Schoba e você verá que uma linda história pode sim ser apresentada em apenas 250 páginas.



"Não podendo viver para coisa alguma devido à síndrome, passei a viver apenas para vencê-la. E cada dia sem um piripaque já era uma vitória." Página 179

site: http://laviestallieurs.blogspot.com.br/2013/12/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Kelly 01/08/2015

Sem Palavras
"Sob pressão, era exatamente o que eu fazia. Eu era uma chaleira que apitaria cedo ou tarde se ninguém abrandasse o fogo."

Marina é uma adolescente comum, com hábitos comuns, tão comuns que no início da leitura, qualquer um pode, e com certeza vai se identificar com ela.Com 18 anos, ela está em um momento de loucura, que provavelmente a maioria de nós já passamos... estudando pra vestibular e sendo impiedosamente pressionada por sua mãe para entrar em uma boa faculdade, ela não tem mais vida, e provavelmente não terá até que consiga entrar para uma boa faculdade.

Decidida a agradar sua mãe, ela não discute, apenas acata, e cada vez mais vai se desgastando, ao ponto de não dormir, viver de café com cigarro e praticamente não namorar, já que até pra sair com o namorado sua mãe administra seu horário, sua única folga acontece aos domingos quando vai a missa acompanhar acompanha-la, já que a mesma não dirige.

Depois de muito esforço,Marina finalmente passa em várias faculdades, e escolhe a que ela queria, e claro, depois de tanto sacrifício, nada mais justo que um pouco de paz e sossego antes das suas aulas de jornalismo começarem.

Mas é nesse momento de paz que, ela sofre seu primeiro de muitos ataques de pânico que estão por vir. a principio por não conhecer os sintomas e ser leiga nessa área, ela acredita que foi apenas um mau estar e que não irá acontecer de novo, mas ao contrário disso eles começam a acontecer constantemente, fazendo com que ela passe vergonha, e que pessoas que eram especiais pra ela se afastem por acreditarem que ela esta louca.


" Queria ser como os outros seres humanos, mas o fato é que eu não era."

E é em um ataque desses em pleno dia dos namorados em um motel, que ela perde o namorado, que fica assustado e sem saber como reagir acaba se afastando, convencida de que não sabe mais o que fazer e nem como resolver o problema, ela enfim se rende ao tratamento específico, aconselhado por um psiquiatra.

É muito difícil aceitar com 18 anos que você tem uma doença tão estranha e tão sem controle, e isso acontecerá com Marina! As crises de pânico dela vão começar inesperadamente, e até que ela comece seu tratamento psicológico e psiquiátrico, é impossível entender o motivo de tal problema acontecer.


" Mas hoje penso que a síndrome só afastou de mim a pessoas que não me amavam de verdade: precisamente aquelas de quem eu podia abrir mão."

O livro é narrado em primeira pessoa, e a história foi escrita com tamanha veracidade, que não há como não imaginar que Marina é real, e o que livro que se tem em mãos é uma auto-biografia. O autor foi simplesmente perfeito em sua escrita e suas descrições, em pensar que fechei essa parceria e demorei tanto para ler a obra.

Durante a leitura vamos acompanhar toda a trajetória de Marina junto com o desenvolvimento da sua doença, incluindo seu tratamento e sua aparente cura. A história é emocionante, e acredite, é impossível não querer devorar o livro e não se sentir uma amiga íntima de Marina.
A cada página, cada parágrafo, Marina nos ensina uma nova forma de ver o mundo e ver a vida, as perdas necessárias, a força e batalha interna que ela trava contra sua própria doença em busca de paz. O preconceito dos ignorantes e o conforto daqueles que podem entender aquele a quem se ama.E acima de tudo o prazer da vitória!

"Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou."

Em muitos momentos me identifiquei com ela, e juro que cheguei a pensar que a qualquer ataque seu, eu iria junto com ela! Suas descrições são capazes de lhe fazer sentir os sintomas, e no meio de tudo, torcer loucamente pra que ela enfim, encontre a paz que tanta almeja.

Acredito que nunca, tantas perguntas borbulharam na minha cabeça, enquanto lia o livro e me deliciava com o percurso da história, meu cérebro já estava trabalhando loucamente no #BatePapo.com, imaginando e criando várias perguntas para o Breno, e no final a única que consegui uma resposta rápida, foi a de que Marina é um personagem fictício.

Não consegui escrever a resenha antes, porque quando terminei fiquei sem chão! O livro me tocou de tamanha forma, que eu era capaz de sentir os ataques de pânico junto com a protagonista! Ao Breno só devo mil desculpas pela demora e um milhão de obrigadas pela oportunidade de conhecer um livro tão incrível com uma história tão real.

Com relação a diagramação e ortografia, tudo estava perfeito, não localizei erros e as folhas amarelas com letras médias, tornou a leitura muito mais agradável, fazia muito tempo que não lia um livro físico rsrsrsrs, só achei que a capa não passa a beleza da história, apesar de ser uma imagem forte, ainda sim muitos de nós levamos o livro pra casa ao se apaixonar pela capa, e acredito que uma capa mais colorida e impactante poderia transformar essa linda história de superação em um grande sucesso nacional.

Só posso dizer que ele entrou pro meu favorito Top 10, e que com certeza vocês precisam ler... Não é romance cheio de amor e troca de declarações, é um romance onde o parceiro da protagonista sem dúvida alguma é sua vida, sua liberdade e seu auto controle, onde suas únicas juras de amor eterno, são as de que ela vai lutar até o fim para voltar a ser quem era.

Simplesmente emocionante, essa é uma obra que não pode faltar na sua estante.

Espero muito que tenham gostado, e que minha resenha tenha passado ao menos 1% daquilo que senti durante a leitura!

Super Beijokas e até a próxima!


site: http://paraisodasideas.blogspot.com.br/
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Daniela Farias 14/07/2015

A Garota Que Tinha Medo
Então sem mais delongas vamos às minhas impressões sobre o livro. Primeiramente quero dizer que nunca me senti tão próxima de um personagem quanto me senti em relação a Marina, não sofro de síndrome de pânico mas tenho depressão, e foi quase impossível não sentir a dor e aflição que ela passou durante sua luta com a síndrome. Sem contar também que temos gostos semelhantes como fotografia, temos blogs literários e somos tímidas, fazendo com que a nossa única diferença fosse a escolha da faculdade, ela fez Jornalismo e eu Letras. Por se tratar de uma história fictícia, aos meus olhos durante a leitura Marina se tornou uma personagem tão real para mim que quase senti que tive uma amiga ali perto de mim, que pode entender minhas angústias e mágoas sobre essas doenças psicológicas que nos atormentam tanto.

Outro aspecto interessante também foi a história ser ambientada em Assunção no Paraguai, coisa que para mim foi uma surpresa já que Breno é brasileiro achei que a história se passaria aqui mas não, o que foi um ponto bastante alto para leitura já que me fez sair de ambientes que estou acostumada ler (histórias que se passam nos Estados Unidos ou Inglaterra), e também conhecer um pouco mais sobre o nosso país vizinho e suas impressões sobre nós foram muito legais também.

Com o livro narrado pelo ponto de vista de Marina, aqui temos uma escrita bastante jovem onde ela aborda temas que estão presentes à realidade de jovens e adultos, a questão do vestibular até a conquista do primeiro emprego, casamento e as outras coisas mais que estão na minha realidade atual foram como um incentivo para eu continuar lutando e conquistando as minhas coisas, independente das minhas dificuldades. Marina mostra que não somos “doentes mentais“, mas sim somos pessoas sensíveis em um mundo rude e para isso temos que aprender a dançar conforme sua música.

O livro é excelente leitura, e acharia bastante interessante ter esse livro nas escolas porque é nessa fase de vestibular que as coisas na vida parecem se complicar e algumas pessoas (como eu), não souberam reagir muito bem a isso e também é bem importante ressaltar que todos passam por algum tipo de dificuldade, seja lá em qual área for.

A única ressalva que faço aqui, é que gostaria de um aprofundamento um pouquinho maior nas questões familiares de Marina, sua relação com a mãe pareceu tão superficial que achei que ficou faltando algo mais para compreendemos melhor as razões da protagonista. Mas tirando isso, é um livro que recomendo a todos que desejam saber mais sobre síndrome do pânico e sobre outras doenças.

site: http://daninhafarias.com/2015/06/30/a-garota-que-tinha-medo/
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Rafa 19/01/2015

Arrastando as Alpargatas
Eu não conhecia esse livro, nem seu autor, até que o mesmo entrou em contato comigo pelo Skoob. A sinopse me chamou atenção - por algum motivo adoro ler livros com doenças de pano de fundo (e psicopatias, violência, sangue e afins, mas juro que sou normal), então, resolvi lê-lo.

O livro chegou de manhã, pensei em ler um capítulo, para pegar a vibe do livro, ajustar minhas expectativas, essas coisas. Acabei abdicando do almoço e consegui ler as primeiras 100 páginas do livro até ir para o trabalho.

A leitura é leve, ao mesmo tempo em que trata de temas pesados, mas a simplicidade com que é escrito facilita a leitura. Quando vê, chegou ao final.

Marina, uma blogueira literária (iei!), em forma de díário/memórias, começa a nos contar desde seu primeiro episódio com a síndrome do pânico. Começaram quando ela tinha 18 anos, assim que ela entrou na faculdade que queria, Jornalismo. Ela, agora, contando a história tem 25 anos.

Ela fala sobre as mudanças que a síndrome trouxe na sua vida em todos os aspectos. Desde suas aulas, sua família, amigos, vizinhos (afinal, ela grita quando entra em pânico) e seu namorado. Ela conta sua história com objetividade, o que eu gostei muito, por mais que eu aprecie uma linguagem prolixa, sou sucinta nos meus pensamentos e me identifiquei.

A história se passa no Paraguai. Esse é outro ponto interessante, a história do país permeia um pouco a história da personagem em referências. Assim como, Marina, enquanto leitora, faz diversas referências aos seus autores preferidos ou livros que leu, também comenta sobre música e cultura pop. Como se chama quando o narrador conversa com o leitor? Esse foi um outro ponto que eu gostei no livro e que aproximou a personagem de mim.

Existem outros personagens, porém, não são tão explorados quanto a protagonista - o que é super coerente com a proposta do livro, que é como se a Marina escrevesse uma autobiografia. O foco está nela. Eu gostei muito da personagem porque ela é uma "garota normal", embora com medo. Por exemplo, encontramos muito na literatura atual uma preocupação com a sexualidade do personagem, aqui não. Sexo não é tabu, nem destaque, ocupa seu lugar na história como ocupa nas nossas vidas.

Enfim, eu quero continuar lendo Breno Melo. Já cobrei do autor e ele me garantiu que existiram outros livros para podermos apreciar sua escrita.

site: http://www.arrastandoasalpargatas.com
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Rayme 28/01/2015

"Eu era uma chaleira que apitaria cedo ou tarde. Seria bom que alguém abrandasse o fogo. (Pág 23)"

Com uma narrativa em primeira pessoa, em A garota que tinha medo, conhecemos Marina, uma jovem de vinte e cinco anos que contará sobre a sua vida. A jovem descobriu ter Síndrome do Pânico quando tinha apenas dezoito anos. Na época que seus ataques começaram, Marina estava em um período de estudos intensos para o vestibular, e por conta de tanta pressão, principalmente por sua mãe querer que ela passasse em seis faculdades diferentes, a garota acaba desenvolvendo este problema. Ela sempre teve uma vida normal e até mesmo um namorado, que abandonou-a logo que suas crises começaram.

A trama é dividida em seis partes, e além de contar sobre como a Marina descobriu a doença, como ela passou a se aceitar desta forma e como conseguiu se curar, mostra também o outro lado da moeda. Mostra as atitudes das pessoas que convivem com quem é panicoso e nos faz perceber o quanto algumas pessoas podem ser leigas no assunto ao ponto de pensar que esta doença é apenas uma "frescura". O autor narra as crises da Marina de forma tão descritiva que até parece que ele mesmo viveu tudo aquilo. Não é difícil entrar na mente da personagem e perceber como exatamente é uma crise assim.

Conheci este livro através de um blog que sigo. Li a resenha dele e fiquei bem curiosa para lê-lo, pois acho interessante livros que falam sobre doença, mas, ao mesmo tempo em que fiquei curiosa, fiquei com receio, pois pensei que fosse encontrar uma trama bem mais técnica do que realmente é. O autor conseguiu escrever uma história ótima. A leitura se torna fluida, e quando você percebe já está torcendo para que a garota encontre o tratamento e que melhore logo.

Apesar de todos os fatos relatados serem fictícios, Breno conseguiu me encantar e me fez aprender com a personagem. Acabei me encantando pela leitura, adorei acompanhar Marina desde o começo da sua doença até o final de seu tratamento e sua tentativa em voltar a ter uma vida normal. Aprendi muito com esta leitura, já que eu conhecia pouco sobre a Síndrome do Pânico. Recomendo A Garota que tinha Medo, principalmente para quem pensa que Síndrome do Pânico não passa de uma frescura.

Aconselho também que este não é um livro para se devorar em poucas horas. É uma obra para ser lida com calma e de mente aberta, apesar de a escrita do autor ser tão boa que você irá iniciar a leitura e querer saber logo como será o final dele.
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Fabiola Hessel 26/02/2015

A Garota que Tinha Medo, Breno Melo
O livro vai contar a história de Marina uma jovem paraguaia , no começo da história ela é uma pré- vestibulanda, que quer cursar jornalismo, ela é muito dedicada aos estudos e tem uma mãe um tanto quanto dominadora e um namorado um tanto estranho.

A fase pré ingresso na faculdade costuma ser uma fase bem conturbada, afinal marca o começo da vida adulta e escolher uma profissão é quase como escolher os rumos que sua vida vai tomar nos próximos anos. A cobrança externa é grande, mas algumas pessoas se cobram demais e essa cobrança acaba se tornando uma coisa tóxica, que vai envenenando a vida pouco a pouco e que quando a pessoa percebe ela já está envolta nessa nuvem sufocante.

No caso de Marina foram a ansiedade, a insegurança, a mudança, a pressão da mãe e principalmente suas próprias cobranças que desenvolveram uma síndrome do pânico nela e que trouxe uma série de consequências para vida dela.

“Sempre fui perfeccionista,; nunca me contentei com outra coisa senão a perfeição. E eu não me queixava de nada e me esforçava para dar o melhor de mim em tudo, inclusive nas coisas mais tolas do dia a dia. E esse esforço, hoje eu sei, me desgastava. Fui dando o que eu não tinha, porque eu me preocupava demais, até que um dia arrebentei por dentro e precisei de conserto.
Mais que criativa, me considero uma garota sensível. Sou fotógrafa amadora e algumas imagens banais simplesmente me encantam. Suspeito que fotografo muitas vezes, o que ninguém vê. Mas, se é assim, quem me deu esses olhos? Às vezes preferia não tê-los. Um pouco de insensibilidade me faria sofrer menos.”
Página 9

Imaginem o drama da mudança da adolescência para a vida adulta + uma mãe exigente + uma alto crítica enorme + crise de pânico, que apresenta quase o vocs mesmos sintomas de um infarto e mexe com seu corpo de uma forma que você perde o controle e fica paralisado? Acrescente o fato de que ela pode acontecer na frente do novo namorado ou de toda sua turma na faculdade e pronto, agora você tem uma ideia básica do que a Marina passou.

Achei que a construção do quadro psicológico, os aspectos farmacológicos e os sintomas e explicações que o autor usam são muito pertinentes, ele fez uma boa pesquisa e consiguiu passar para o papel a tortura que deve ser sentir essas coisas, achei realmente prazerosa a parte do tratamento dela.

Como boa (futura) profissional da saúde, entendo os aspectos fisiológicos que ela apresentou e a discriminação causada pela falta de conhecimento das pessoas, taxar quem sofre de algum transtorno psicológico como louco é ignorância e segregar essa pessoa é maldade. Em casos como esse além de apoio profissional, é muito importante o apoio da família e dos amigos, porque a segurança é fundamental para o tratamento.

Acho que a história se desenvolve bem, embora em alguns momento eu não sentisse que era uma menina/mulher que estava contando sua história e em alguns momentos eu sentia que a narradora estava um pouco fria para a situação, adorei o desenvolvimento e amadurecimento da personagem da história, que foi baseado num esforço dela mesma em aceitar suas limitações e aprender a conviver com elas.

Outra coisa bem interessante no livro é a relação com a religião e com Deus, a forma leve que o autor usou para abordar não tornou o assunto chato ou cansativo, as questões que ela levanta são pertinentes ao momento que ela está passando.

Além desses temas o autor aborda o uso de drogas (que eu achei que ficou um pouco perdido na história), as relações interpessoais e a perda.

No fim achei a Marina muito real, ela poderia ser uma amiga minha ou eu mesma e isso faz com que a leitura seja prazerosa e empática.






site: http://devaneiospeloar.blogspot.com.br/2015/02/fabi-ta-lido-69-menina-que-tinha-medo.html
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Dai 29/01/2015

A garota que tinha medo, Breno Melo
Com o livro em mãos, me deparei com uma sinopse bem atraente, Marina e seus ataques de pânico e dilemas psicológicos me deixaram com uma porção de expectativas.
Marina, como a maioria dos jovens, estava preocupadíssima com os vestibulares a fazer, principalmente por conta da pressão que sua mãe fazia. Até aí tudo bem, ela não tinha nada de "anormal". Um pouco tímida, boa aluna, boa filha, escrevia em um blog (olha só que coincidência) sobre literatura e gostava de fazer amizades e até alguns paqueras pela internet. Até que um acontecimento desestrutura a vida de Marina, no começo ela nem imaginava do que se tratava, achava que o que acontecia era apenas um mal estar, só que aconteceu de novo, de novo e de novo.
"Tive a sensação de que aquele corpo que se desesperava não era meu, e ainda assim eu sofria por ele. Entre minha mente e meu corpo havia uma barreira. Eu assistia a mim mesma como se fosse outra, e não podia fazer nada por mim."
E com esse dilema incontrolável, a jovem vê sua vida passando diante dos seus olhos, sem diagnóstico, sem nenhum apoio das pessoas ao seu redor, não há outra analogia senão o fundo do poço. A garota que tinha medo, tinha sobretudo razão em ter medo da síndrome do pânico, se torna impossível não se sensibilizar com a história de Marina.
O autor deixa mais que claro o quanto qualquer distúrbio ou transtorno psicológico ainda é visto como frescura, algo que não mereça atenção. Como estudante de psicologia, vejo isso de perto, aos poucos (quase parando) a sociedade está começando a perceber que sua condição psicológica pode interferir em todas as áreas de suas vidas, inclusive em seu estado físico. A vida de Marina não é nada fictícia olhando por esse ângulo, sua condição e a força com que luta bravamente torna a história ainda mais interessante.
"Embora eu possa ser feliz, minha felicidade certamente não será a propagada pelos filmes de Hollywood, nem aquela vivida pelas protagonistas de romances americanos. Eu realmente gostaria de ser a mocinha de algum romance de Nicholas Sparks, triste agora e feliz no parágrafo seguinte como só os americanos sabem ser, mas acontece que não sou. A vida real, reproduzida em tramas populares, não é mais que uma exageração dos fatos e uma simplificação das causas que levam a eles."
Uma outra coisa bem legal foi a forma como Marina fez da internet sua válvula de escape da melhor maneira possível, encontrando pessoas que sofriam tanto quanto ela e que encontraram uns nos outros o apoio que precisavam.
Breno Melo nos apresenta esse enredo de uma maneira bem dinâmica, o que torna a leitura fácil, rápida e prazerosa. A narrativa acontece em primeira pessoa, tudo aos olhos de Marina. Não é sempre que gosto desse tipo de narrativa, porque as vezes o protagonista omite alguns fatos do leitor, mas nesse caso foi necessário, foi importante sentir junto com Marina, entender seus pensamentos e dores.

A diagramação deixou a desejar com a capa, confesso que achei muito mais bonita com a edição da Schoba, minha idealização de Marina foi completamente diferente da garota da capa. A revisão está ótima, não encontrei erros. Boa divisão de capítulos e a letra está no tamanho e espaçamento perfeito.
Gostaria de agradecer ao autor pela oportunidade de conhecer sua obra (que belíssima obra) e o seu talento maravilhoso. Se você tiver a oportunidade de ler esse livro, leia e se delicie.


site: http://www.tendadoslivros.com.br/2015/01/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Gabriela.Orlandin 12/01/2015

Uma história profunda e incrivelmente real!
Marina é uma jovem paraguaia bastante comum: está começando a faculdade de Jornalismo, namorando com um garoto do condomínio, adora tirar fotografias, ler e escrever em seu blog literário. Mas ela tem uma coisa diferente de algumas pessoas: ela tem síndrome do pânico. Quem nos conta a história é a própria Marina, que volta no tempo em alguns anos para narrar os primeiros sintomas, o desespero de não saber o que há de errado com ela, o diagnóstico, o tratamento e a cura.

No decorrer da trama, que é feita em primeira pessoa, nós nos sentimos parte da vida de Marina, indo ao psiquiatra, ao psicólogo e enfrentando seus maiores medos – pois além de panicosa, Marina descobriu que tem fobias (por isso o nome do livro!) e outros distúrbios que a impedem de ir a certos lugares onde já teve suas crises. Para enfrentar esses locais, ela precisa de um tratamento especializado e ir aos poucos, com um passo e um avanço de cada vez.

Nós somos como amigos da protagonista, que narra com profundidade de detalhes o que sentia e o que se passava em seus dias. É como se ela falasse diretamente com o próprio leitor, contando as suas memórias em seu “livrinho”, como ela mesma o chama, e tentando esclarecer aos leitores sobre essa doença, que é tão conhecida, mas pouco compreendida para muita gente, inclusive para mim. Além disso, o livro está recheado de referências a livros clássicos e diversas citações bíblicas, pois Marina é uma garota com uma fé inabalável, que mesmo em meio a todo o sofrimento, nunca parou de confiar em Deus. Resumidamente, se existe uma palavra para caracterizar essa obra é: real. No decorrer da trama, você jura que a Marina realmente existe e é sua amiga. É incrível como nos sentimos ligados à história!

Acho que essa foi a resenha mais difícil que eu tive que escrever, pois senti que o livro me tocou profundamente na alma, no coração. O drama da personagem foi o meu sofrimento naquelas páginas. Sobre a nota, creio que mereça a máxima pela narração tão detalhista e meticulosa, mas a verdade é que às vezes ela me cansou um pouquinho. Por isso das quatro estrelas. Mas se você acompanha o blog e as resenhas com frequência, sabe que essa classificação é ótima para mim.

Não deixem de ler esse livro. É uma leitura muito rápida que cativa o leitor e o faz querer devorar tudo de uma vez.

site: http://fluffy.com.br/2015/01/breno-melo-a-garota-que-tinha-medo/
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Jeyyy 13/01/2015minha estante
Fiquei curiosa!
Muito boa a resenha e os trechos retirados, Mah =)




Mari Siqueira 27/11/2013

Uma maneira inédita de descrever a Síndrome do Pânico.
Há algumas semanas, recebi um contato da Editora Schoba por email, me perguntando se eu gostaria de receber seu último lançamento, o livro A Garota que Tinha Medo, para resenha.

O mais incrível é que eu sofro de crises de ansiedade, assim como a protagonista do livro, e a proposta não poderia ter surgido em um momento melhor. Claro, aceitei e não me arrependi.

A leitura me foi muito esclarecedora, Breno Melo aborda o tema com maestria, nos explicando os dilemas da síndrome do pânico, seus desdobramentos e o preconceito enfrentado por nós, os chamados panicosos.

A protagonista dessa história é Marina (veja aí mais uma coincidência, até o nome parece com o meu), uma jovem que vive sob muita pressão da mãe para entrar numa boa faculdade. O pouco tempo livre e as enormes responsabilidades sobrecarregam a menina que simplesmente surta. Ela começa a ter crises, a gritar, a tremer, suar e sentir que vai morrer. E é assim mesmo que acontece, uma sensação indescritível de medo, um medo que provoca sintomas reais.

O namorado, os amigos, os pais, ninguém consegue compreendê-la. Talvez por falta de informação, afinal, quem nunca passou por isso ou não conhece alguém que passou por isso, não sabe como é. Eu enfrento diariamente preconceito por conta disso, as pessoas dizem que entendem, mas vivem me perguntando quando minha frescura vai acabar. E os que não dizem isso, pensam.

É complicado entender como uma doença que parece imaginária, afinal você não tem nenhum problema de saúde, pode causar um estrago tão grande na vida de uma pessoa. E eu te digo que pode. Mas essa postagem não é sobre mim, e sim sobre o que o livro me trouxe de bom. Me trouxe tranquilidade, esperança e coragem para enfrentar esse medo irracional que me faz querer fugir de alguns lugares e situações.

Marina tem um namorado, um imbecil de um namorado, na verdade. Ele não a compreende e a abandona no meio de uma crise, isso é a pior coisa a se fazer. Não adianta e só mostra que estamos sozinhos nessa luta. No livro, o namorado dela a acha uma louca. E ela até começa a acreditar nisso. Daí vem a necessidade de alguém positivo ao seu lado, de negativo já basta você.

Depois de muito sofrimento, a menina finalmente é diagnosticada com síndrome do pânico. Após sofrer crises no trânsito, na igreja, na faculdade, no shopping, ela passa a evitar tais lugares. A ansiedade e o medo de passar mal novamente a impedem de frequentar os lugares que ela sempre frequentou. Eu disse que o medo era irracional. Mas vá tentar dizer isso para o nosso cérebro no momento de pânico, é impossível. Especialmente saber que você não vai morrer e mesmo assim ainda ter medo.

Entre personagens muito bem desenvolvidos, se destaca Péqui. A melhor amiga de Marina, e também a pessoa mais fofa desse mundo. Ela talvez, tenha sido uma das únicas pessoas que apoiou a amiga desde o começo. Isso é que é amizade! Preciso de uma Péqui na minha vida *-*'

A Garota que Tinha Medo foi uma leitura incrível e eu fico muito feliz de ter sido uma das pessoas escolhidas para resenhá-lo. O único ponto negativo na minha opinião, foi o posicionamento religioso em excesso. Me incomodaram alguns trechos em que o autor fala demasiadamente da Igreja Católica, até mesmo historicamente. Parecia desconexo do texto, desnecessário mesmo. Não sou de nenhuma religião citada no livro e por isso não me senti ofendida, mas acho que como sugestão eu diria para o autor deixar fora do livro suas opiniões pessoais sobre o tema.

Agradeço muito à Editora Schoba pela cortesia e em especial à Luciana do marketing, que foi uma fofa e me atendeu super bem, me dando atenção e inclusive, depois do envio, desejando que o livro me ajudasse com minha própria síndrome. Espero que esse livro possa ajudar outros como eu, que se sentem incompreendidos e às vezes sem esperança. Acredite, você pode se curar!

"Eu não me queixava de nada e me esforçava para dar o melhor de mim em tudo, inclusive nas coisas mais tolas do dia a dia. E esse esforço, hoje eu sei, me desgastava. Fui dando o que não tinha, porque eu me preocupava demais, até que um dia arrebentei por dentro e precisei de conserto." (p.8)


site: http://loveloversblog.blogspot.com
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Gabii 04/02/2014

Um livro desconhecido, de uma editora que eu quase nunca tinha ouvido falar – até o dia em que alguém, a quem devo agradecer, entrou em contato comigo misteriosamente pelo meu facebook –, A Garota que Tinha Medo, foi uma leitura muito agradável, e que superou minhas expectativas.
Eu tenho que admitir que quando comecei a leitura e a personagem principal passou a discorrer sobre varias coisas relacionadas à igreja católica e ao protestantismo, fiquei com medo de acabar abandonando a leitura, mas após a pagina 50 acabei me acalmando: o texto tem mais caráter informativo, e ler informações e manuais é uma coisa da qual eu estou meio acostumada. Deixe-me explicar: eu me sinto meio desconfortável lendo coisas de caráter muito religioso (principalmente cristãs), uma coisa é a obra ter algo cristão nas entre linhas (se não eu odiaria As Crônicas de Nárnia, e isso não ocorre), outra é ela tratar diretamente disso (por motivos pessoais e familiares eu sou meio relutante em “mexer” com isso, mas isso é puramente pessoal – e traumático).
No inicio do livro Marina é uma vestibulanda que enfrenta situações parecidas com as de qualquer outro vestibulando – pressão da família, amigos, etc – e que no momento de transição para a faculdade descobre que tem algo errado com ela, acho que a parte angustiante é que em boa parte do livro é um mistério para ela qual é seu mal, mas depois de passar por ataques em que Marina acha que vai enfartar, e que são minuciosamente descritos por ela – esqueci-me de dizer que o livro é em primeira pessoa, e só pra lembrar, ela é fictícia, e a estória também – e de se interessar mais por o que esta acontecendo com ela – se metade das coisas que ela descreveu acontecessem comigo eu não ia sair do PS – ela descobre que sofre de síndrome do pânico. A partir da descoberta da síndrome do pânico, Marina escreve sobre como foi o período de seu tratamento, suas duvidas em relação a Deus e a sua fé, e como ela superou tudo isso.
Marina é muito simpática – e maluquinha, no sentido não pejorativo da palavra – e os demais personagens também o são, é legal ver um “livro escrito para pessoas, por uma pessoa, e que contém pessoas” – os personagens parecem pessoas, sabe? Não é nada incrível, e fora da realidade – e a leitura é simples e até divertida em alguns pontos, e na realidade, é bem interessante, a síndrome do pânico pela ótica de uma “panicosa” é diferente, acho que essa é uma leitura que te faz repensar o modo como você olha para pessoas com esse distúrbio, e com outros semelhantes.

site: http://embuscadelivrosperdidos.blogspot.com.br/2013/12/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Nathy 23/02/2014

A Garota que tinha Medo – Breno Melo – #Resenha | O Blog da Mari
Quando peguei esse livro fiquei com receio porque já tinha lido outros livros abordando a síndrome do pânico, mas de uma forma tão técnica que a leitura se arrastava demais. Com esse a experiência foi muito diferente e bem melhor, na mesma tarde em que comecei consegui finalizar. Os termos abordados pelo autor são facilmente entendidos e explicados para aqueles que nunca ouviram falar do assunto e como pode interferir na vida das pessoas. Quem já sofreu desse mal ou ainda sofre conseguirá se identificar facilmente com tudo que Marina vivencia e a forma como consegue lutar contra.

Com a narrativa em primeira pessoa o leitor entra no mundo de Marina, uma menina que quando começou a ter os sintomas tinha apenas dezoito anos, um período de grandes mudanças e pressões. Tudo porque sua mãe ainda que não perceba não deixa de fazer uma pressão para a menina passar em seis universidades, ou seja, tudo que ela quer que faça é estudar e ter um ótimo futuro. Além de a leitura fluir pelos temas, gostei da forma que o autor encontrou para mostrar como esse mal pode prejudicar a pessoa que sofre disso e como outras não conseguem compreender o que passa com a pessoa. Ainda que os relatos sejam fictícios, todos os sentimentos de Marina pareceram bem reais, justamente por ja ter vivenciado isso de muito perto.

Me chame de Marina. Tenho vinte e cinco anos e sofro de síndrome do pânico desde os dezoito. Tenho ataques de pânico que podem acontecer a qualquer momento. Inclusive agora, enquanto escrevo.

A Marina é uma personagem que a cada página vai se tornando mais real até se tornar uma parte da pessoa que está lendo. Teve diversos momentos nas quais me identifiquei com a menina ao ponto que parava a leitura e mostrava para a Mari, parecia que muita das coisas relata tinham sido retiradas da minha própria história, isso foi algo que me fez gostar demais poder ter tanta proximidade com a personagem. Ao ingressar na faculdade a menina toma atitudes que não são legais e de forma alguma agiria do mesmo jeito, mas foi compreensível, pois ela parecia bastante perdida ainda mais sobre o que estava acontecendo em seu corpo e porque disso tudo.

site: http://www.oblogdamari.com/2014/01/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo-resenha.html
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Naty__ 17/05/2022

Resenhar o livro A garota que tinha medo é bastante complexo, não porque se trata de uma obra ruim. O livro aborda um tema bastante delicado: a síndrome do pânico. Breno nos apresenta a personagem Marina, de 25 anos, e sofre dessa doença desde os 18 anos.

A história se passa em Paraguai, um lugar praticamente incomum para ser retratado no livro. Embora nunca tenha lido nada relacionado, gostei de como o autor descreveu o enredo. A descrição do lugar é bem feita, pensamos que Breno visitou o país para escrever sua obra ou, ao menos, fez pesquisas minuciosas para retratá-la com maestria.

Marina leva uma vida aparentemente comum, contudo seus ataques de pânico surgem a qualquer momento. Seus surtos provocam medo em quem está assistindo. Quando sua crise acaba, ela sente-se envergonhada. Ela se culpa o tempo todo por suas falhas.

“Sou ansiosa e sofro antecipadamente. Me contrate como operária para construir um prédio e eu estarei erguendo o segundo andar antes de ter concluído o primeiro” (p.09).

Além das cobranças pessoais, Marina tem de enfrentar a pressão da própria mãe, pois ela, constantemente, cobra da filha para que se inscreva no maior número de instituições possíveis. Marina se inscreveu em seis e passou em quatro universidades. Para sua felicidade, ela passou justamente naquela em que desejara estudar: Universidade Católica de Assunção.

Assim como milhares de brasileiros, a protagonista passa por um conturbado processo ao enfrentar a síndrome do pânico. Marina se culpa a todo o momento por não conseguir admoestar seus sentimentos, sua ansiedade, nervosismo e o excesso de perfeccionismo.

Ao iniciar o curso de Jornalismo na Universidade Católica, ela se vê em um novo mundo. Novas ideias, novas descobertas e perspectivas. Porém, ela não imagina que nessa nova etapa outra crise de pânico irá surgir e deixará os estudantes totalmente receosos de sua presença.

“O livro é um pão que podemos comer à vontade – explicava eu –, sem que ele jamais perca sua substância. Hoje, por exemplo, comi este livrinho de poemas, sem que ele perdesse uma ideia, uma figura de linguagem, um floreio. Tudo quanto ele diz, continua exatamente onde estava” (p.78).

De forma bastante tocante, Breno consegue prender o leitor até as últimas páginas. O sofrimento que a protagonista passa consegue transpassar para nós. É possível sentir cada momento de aflição que Marina está vivendo.

Não obstante, a maneira que o autor explora o processo para a tentativa da cura, é magnífica. É possível compreender que houve um vasto estudo tanto sobre a doença em si, seus sintomas, bem como os meios para o tratamento.

Marina conhece Júlio pela internet e começam a namorar. Porém, o que era para ser um relacionamento feliz e eterno, sofre alguns contratempos. Além de abalá-la emocionalmente, isso acarreta em mais crises de pânico.

“A diferença que há entre os soldados reais e aqueles idealizados por alguns filmes é mais ou menos a mesma que existe entre as histórias de amor reais e aquelas idealizadas pelo cinema. Há soldados que são heróis de guerra, mas de um modo um pouco diferente do que imaginamos. E existem homens que são heróis no amor, mas de um jeito um pouco ou muito diferente do que as garotas pensam” (p.90).

Sua fonte de consolo, em partes, é a blogosfera. Ela tem um blog literário e resenha livros. Lá, também, ela começa a fazer postagens sobre a síndrome do pânico e declara que é portadora da doença. Muitos leitores sofrem ou conhecem pessoas que passam por esse processo e começam a dar apoio para que Marina permaneça no tratamento e seja curada.

Embora a escrita de Breno seja bem feita, de maneira comovente e diálogos bem fluídos, notei que algumas descrições na obra foram desnecessárias. Existem detalhes que não precisavam ser narrados. Porém, por se tratar de um livro escrito em primeira pessoa, a protagonista escolheu os processos mais marcantes para ser evidenciados em sua história.

Achei a capa bem diferente; não é chamativa, mas é bem artística. A diagramação é bem feita e os erros de revisão são pouquíssimos, quase imperceptíveis. A editora está de parabéns pelo trabalho bem feito.

“Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou” (p.183).

Recomendo a leitura da obra tanto para quem sofre com a doença, para quem desconhece e, até mesmo, para quem a conhece. Com certeza, Breno tem muito a nos ensinar com este livro.
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Ana Luiza 06/01/2015

Resenha do blog Mademoiselle Loves Books
Marina é uma jovem paraguaia como outra qualquer, ao mesmo tempo em que é diferente de todos da sua idade. Aos dezoito anos ela descobriu ter síndrome do pânico e, aos vinte cinco, ela narra esse livro, voltando ao passado e relatando para o leitor sua vida antes e depois da descoberta da doença.

“O que eu não percebia é que minha felicidade estava limitada pelo momento, pela situação ou por terceiros. Todas as coisas que me faziam feliz, nessa época, estavam fora de mim. De fato, eu era ingênua e relativamente feliz.” Pág. 29

Aos dezoito anos, Marina já estava carregada de responsabilidades, sendo pressionada pela mãe e por si mesma a entrar em uma boa faculdade. Dedicando grande parte do seu tempo aos estudos, a internet é o local de lazer e de descanso da garota, onde ela mantem um blog sobre sua grande paixão – os livros - e conversa com outras pessoas. É em uma sala de bate-papo que Marina conhece Júlio, um rapaz fofo que ela passa a namorar, apesar de não ter tanto tempo para tal.

Marina consegue ser aprovada em Jornalismo na Universidade que queria e logo faz amizade com outras calouras do seu curso. Realizado o sonho de entrar na faculdade e agora tendo mais tempo para namorar, Marina estava verdadeiramente feliz, apesar de estar em uma época da vida naturalmente cheia de mudanças e incertezas, até que ela começa ter seus primeiros ataques de pânico. Aos poucos, o medo vai dominando a vida da Marina, afastando-a da sua rotina e das pessoas que gosta. Marina sabe que há algo de errado com ela, mas sua família acha que não e até mesmo alguns médicos afirmam que ela não tem nada.

“O auge eram os ataques de pânico. Era como ter um vulcão fervilhando dentro de mim, e de em quando ele entrava em erupção.” Pág. 11

Mas conforme os ataques vão se tornando mais frequentes e Marina se vê cada vez mais perdida e reclusa, a garota começa a questionar sua sanidade e até mesmo duvidar de sua fé. Quando finalmente recebe o diagnóstico correto, Marina se vê determinada a não deixar-se vencer pela doença, mesmo que para isso tenha que encarar seus mais profundos medos sozinha. Mas logo Marina descobre que não está realmente sozinha e, aos poucos, ela vai conquistando de volta tudo o que perdeu, apesar de saber que certas coisas não podem ser recuperadas e que ela, Marina, jamais será a mesma de antes.

A garota que tinha medo despertou minha curiosidade por tratar da síndrome do pânico, doença muito pouco abordada na literatura, mas que é mais comum do que imaginamos. Por ter casos da doença na minha família, já tinha uma alguma ideia dos sintomas, mas acabei aprendendo ainda mais com A garota que tinha medo. A obra é bastante instrutiva e é perceptível que o autor pesquisou a fundo a temática. Entretanto, em alguns momentos, o livro mostrou-se um pouco entediante e mecânico, como se fosse um artigo didático sobre a síndrome do pânico. No entanto, a leitura, em geral, é bastante fluída e cativante.

A narrativa em primeira pessoa de Melo é boa e o leitor tem mesmo a sensação de que é a própria Marina quem conta a história, contudo, a escrita do autor tem ainda um pouco a amadurecer. Senti faltas de descrições mais profundas, principalmente dos cenários, afinal, se não me engano, essa é a primeira obra que leio que se passa no Paraguai. Apesar disso, o autor trata o lugar com muita naturalidade e intimidade e mesmo sem ter uma imagem tão bem construída dele, o leitor se sente lá, ao lado de Marina. A trama é muito bem construída e verossímil, se fosse o nome dela que estivesse na capa, ninguém duvidaria que a Marina e sua história fossem reais. De fato, esse é um dos pontos mais fortes do livro: a obra é carregada de muita realidade.

Algo que amei é que A garota que tinha medo é recheado de referências literárias, históricas e até mesmo bíblicas, o que deixa a obra ainda mais rica. As referências bíblicas, inclusive, são muito importantes, já que a religião é muito presente e relevante na vida da protagonista. E falando nela, gostei da Marina desde as primeiras páginas. Apesar de não ser panicosa, me identifiquei muito com sua ansiedade e a pressão que ela sempre coloca sobre si mesma para agradar a todos. É impossível não se cativar com a personagem ao acompanhar suas ansiedades, inseguranças, medos, descobertas, vitórias e felicidades. Os outros personagens também são bem construídos e tem papel na história.

A garota que tinha medo é uma obra singela e comovente, uma história cativante e edificante. O autor está parabéns por abordar um tema, uma doença, muitas vezes tratado como tabu. A síndrome do pânico é mais comum do que imaginamos e deve ser tratada de modo devido, mas não é um bicho de sete cabeças. Gostei muito que A garota que tinha medo, apesar da temática delicada, seja uma leitura fácil e rápida. Recomendo-o para todos, especialmente para os que, como eu, gostam de obras que abordem doenças psíquicas.

Quanto a edição, não tenho reclamações. A diagramação, apesar de simples, está perfeita. O tamanho e tipo de fonte também estão bons e as páginas amareladas ajudam a deixar a leitura ainda mais rápida. Eu gosto da capa, é simples, mas bonita e, além de combinar com a história, a garota combina com a Marina descrita e com a que imaginei.

“ (...) ‘há mais loucura ou falta de razão no preconceito das pessoas em geral sobre os distúrbios mentais eu nos distúrbios mentais em si’.” Pág. 227

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