Rangel 04/05/2014
Criatividade em Alta
O livro "O ócio criativo" é oriundo de uma entrevista da jornalista Maria Serena Palieri ao professor e sociólogo Domenico de Masi. No 1º capítulo, De Masi enfatiza que o mundo existe independente do ser humano com sua devida natureza que proporciona tudo o que o ser humano precisa, enfatizando a passagem evangélica "Olhai os lírios dos campos" . No 2º capítulo, aborda a respeito do imbecil especializado, aquele que trabalha e estuda, mas não cria, não inova e não desenvolve novas teorias e práticas úteis para a sociedade. No 3º capítulo, o sociólogo aborda a razão do lucro, criticando enfaticamente o capitalismo e sua vertente atual, o neoliberalismo, que estressa e emburrece as pessoas, até aquelas que vivem pelos lucros e resultados, o que fazem das suas vidas uma satisfação não criativa. No 4º capítulo, Domenico fala "Nem rir, nem chorar, mas entender", que significa que diante de tal realidade do mundo, não adianta fazer humor ou lamentar, mas entendê-lo, ter capacidade de intuir novas formas e modelos de se produzir na sociedade para algo novo, inusitado e pós-moderno. No 5º capítulo, ele aborda sobre Jobless Grouth e o turbocapitalismo, que menciona as tendências e problemas do capitalismo, como desemprego, violência, globalização e problemas sociais. No 6º capítulo, Domenico De Masi estimula a subjetividade para estimular a criatividade. No 7º capítulo, De Masi se refere a paranoia do planos de previdência e planos de saúde, em que tudo hoje se faz baseado numa programação de vida, que pode ser incontrolável pelo imprevisível. No 8º capítulo, De Masi profetiza que o mundo globalizado será mais andrógino, ou seja, não haverá funções exclusivas só para homens ou só para mulheres. No 9º capítulo, menciona-se sobre o servilismo zeloso, quando há um líder carismático e a empresa busca ser criativa para ter sua melhor produção e desenvolvimento, que motiva seus funcionários a trabalharem produtivamente e positivamente, como se gostassem daquilo que fazem, pois podem criar e produzir por suas vontades e não como dever e obrigação. No 10º capítulo, De Masi fala sobre o prazer da ubiquidade, ou seja, de que a o teletrabalho e a Internet serão a maior tendência dos serviços e trabalhos criativos no mundo, em que as pessoas com maior tempo livre, poderão se dedicar ao lazer e à cultura, que favorecerá criatividades e inovações para novas invenções e criações científicas, tecnológicas e artísticas. No 11º capítulo, Domenico enfatiza que as pessoas, no futuro, vão fazer e produzir aquilo que sabem e serão valorizadas não pelo que são ou tem, mas pelo conhecimento e sabedoria que possuem. No 12º capítulo, o autor fala de que a civilização se desenvolveu mais no ócio do que no trabalho, pois o tempo livre proporciona ao ser humano a fantasia, a imaginação, que despertam a curiosidade e a criatividade para surgir novas ideias para expressão artística ou invenção científica e tecnológica. Se o ser humano não fizer isso, ele se entrega ao tédio. No 13º capítulo, enfatiza-se as palavras-chaves para o futuro, que são reprojetar a própria existência, trabalhar por prazer, não trabalhar por entediar ou dever, redução de jornada de trabalho, criatividade plena, conflito inevitável por causa do medo da inovação, tecnologia sofisticada, preocupação com o corpo derivada do tempo livre, subjetividade valorizada, ética em relação aos valores da sociedade, intelectualização (busca de novos estudos e valorização das ideias), emotividade (valorizar emoção em relação à razão), estética (busca da beleza e arte no corpo e nas coisas), confiança, hospitalidade, feminilização (olhar feminino em relação ao mundo), qualidade de vida, desestruturação do tempo cronometrado e programado para deixá-lo mais livre, desestruturação do espaço pelo encurtamento das tele-tecnologias, virtualidade, saber, convívio social, jogo, amor, amizade, introspecção, diálogo, escuta, solidariedade, treinamento para formação filosófica, ética, estética, linguística, psicológica, sociológica, técnica e econômica, pedagogia pós-industrial complexa e descontínua. No capítulo final, o autor defende que o trabalho não é tudo. Ele defende um novo modo de propiciar a criatividade do plano consciente e racional da área da concretude em conciliação do plano irracional e inconsciente da área da fantasia, e que o trabalho criativo em equipe nos processos organizacionais é o que melhor vai se sobressair em demais tipos de trabalho. Uma vez, as emoções dominadas (controladas) e as técnicas introjetadas, o estímulo ao ócio criativo não será algo pejorativo ou um sonho ou fantasia fantástica. A ideia negativa do ócio será superada e o tempo livre será mais valorizado para a plenitude do conhecimento e da qualidade de vida.