Resenhas - Memorial de Aires

Solinercia 06/11/2024

Dos piores que já li do Machado
É muito difícil se afeiçoar ao narrador, ele parece apenas um fofoqueiro que liga mais pra vida dos outros que a própria. É difícil engolir a narrativa dele, por mais que a história da Fidélia me interessasse.

Num geral, não me agradou, e o pouco que o fez foi relacionado ao contexto político da época, que foi a única parte que genuinamente gostei da história.

Machado tem melhores, esse aqui foi uma decepção.

Maria Clara 04/11/2024

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A Atriz ou dubladora que faz a narração é muito boa.

Mas eu não entendi porque escolheram uma narradora mulher, sendo o personagem principal um homem, de mais de 60 anos, e a história contada em primeira pessoa.

Pri 31/10/2024

Machado é sempre bom
O que dizer de Memorial de Aires... o livro é escrito em forma de diário, o que muitos devem estranhar. Aos escrever no diário, o conselheiro, como é conhecido o nosso personagem principal fala sobre a sociedade, seus problemas pela idade mais avançada, amigos e família. Gostei bastante do livro.

Obs. Esse livro eu acompanhei por audiobook e a narração foi muito boa. Parabéns pelo excelente trabalho.

Sté 20/10/2024

Amor é tese para uma só pessoa
"A diplomacia me ensinou a aturar com paciência uma infinidade de sujeitos intoleráveis que este mundo nutre para os seus propósitos secretos", p. 130

Livro maravilhoso como sempre!
Demorei por pura incompetência.
Pelo que vi, esse livro foi o último da vida de Machado, publicado no ano da sua morte em 1908 e escrito um ano antes.
Eu senti em muitos momentos na escrita do narrador (um senhor sexagenário), um tom pessoal quando fala da velhice e das circunstâncias da idade avançada.
Também li em algum lugar que o casal Aguiar seria inspirado nele mesmo e em Carolina, sua esposa.
Memorial de Aires é uma espécie de diário do conselheiro Aires, que retorna ao Brasil, mais especificamente ao Rio de Janeiro, durante 1886 e 1888. Mas a história é mais sobre as pessoas ao seu redor do que sobre si...
Em suma, perfeito! Ninguém melhor que Machado, escreve tão bem sobre o cotidiano de pessoas que não conhecemos (e talvez nem existiram) a ponto de nos despertar apreço, consternação e até torcer para que tudo fique bem com elas.

"Mas tudo se deve escutar com interesse a um coração que ama", p. 166

jo.joe 27/09/2024

Memorial de Aires
Acompanhei a leitura através do audiobook, que, aliás, combinou bastante com a obra em si, sendo ela um livro de memórias em formato de diário.
Em "Memorial de Aires", vemos as observações do Conselheiro Aires, que relata, não apenas os acontecimentos do cotidiano, mas também desvela as complexidades de suas próprias emoções e reflexões. Pode-se dizer, também, que é um olhar introspectivo e melancólico de um homem em sua velhice.
A trama principal se desenrola através das observações sobre o cotidiano do casal Aguiar e de seus filhos "postiços", Tristão e Fidélia.
Apesar de ser uma escrita rebuscada, o autor consegue nos envolver com sua narrativa fluida e refinada, proporcionando uma leitura prazerosa.
Gostei bastante de acompanhar as memórias do velho Conselheiro Aires.

Lilliancs 26/09/2024

Memorial de Aires
Minha primeira experiência com audiobook e gostei. Machado é Machado, sua intensidade e identidade está presente do início ao fim.
Uma mistura de memórias, observações, saudosismo, muita fofoca e um pouco de crítica.
A vida alheia é um grande tema para esse narrador e traz grandes reflexões.

Augusto254 08/09/2024

Primeiro os vivos, os mortos e os seus enterros que espere
"Memorial de Aires", de Machado de Assis, é o último romance do autor, publicado em 1908. O livro é apresentado na forma de um diário escrito pelo conselheiro Aires, um diplomata aposentado que observa a vida e as interações sociais ao seu redor no Rio de Janeiro do final do século XIX.

A narrativa é marcada pelo tom reflexivo e melancólico de Aires, que contempla questões como o amor, a passagem do tempo e a transitoriedade da vida. Diferente de outras obras de Machado, como "Dom Casmurro" ou "Memórias Póstumas de Brás Cubas", "Memorial de Aires" é menos centrado em conflitos dramáticos e mais focado em observações sutis sobre a natureza humana e as relações interpessoais.

O livro destaca-se pela elegância da prosa de Machado e pela profundidade de suas reflexões filosóficas, oferecendo um retrato delicado e introspectivo do final de uma era, tanto na vida do protagonista quanto na sociedade brasileira. "Memorial de Aires" é uma despedida literária de Machado de Assis, que encerra sua carreira com uma obra madura e contemplativa.

Larissa3604 08/09/2024

Uma forma diferente de ler Machado de Assis, sem a a ironia ou as críticas à sociedade. O fato de ser o último livro dele, e de que ele já idoso é personagem principal idosa é um forma de refletir o cansaço das críticas e da ironia, só observar a vida em sociedade, seja ela boa ou ruim.

Diego980 04/09/2024

Como tudo que o mestre faz. Ótimo
Além das fofocas e intrigas que só o bruxão sabe fazer, a história cria uma narrativa rica em detalhes sem ficar chata de ler. Muito bom

Chaiane.Lais 31/08/2024

Maravilha
O Conselheiro Aires narra suas memórias dando foco especialmente na vida do casal Aguiar e seus dois filhos postiços. História encantadora e maravilhosa.

Ana Paula Teodoro Benedet 19/08/2024

Bom...
Essa foi a última obra de Machado de Assis, e nela o autor conclui sua fase madura, marcada por uma análise perspicaz da natureza humana. Narrado em forma de diário pelo conselheiro Aires, um diplomata aposentado, o romance oferece uma reflexão melancólica e irônica sobre a vida, o tempo e as relações humanas.

O conselheiro Aires, ao registrar suas impressões diárias, expõe a decadência das emoções e a inevitável passagem do tempo. A trama, centrada no cotidiano de personagens secundários, não é o foco principal; em vez disso, Machado explora a sutileza dos sentimentos e a complexidade das relações sociais.

O romance destaca-se pela sua linguagem refinada e pelas reflexões filosóficas que permeiam o texto. Machado, ao criar Aires, oferece um personagem que, embora observador e distanciado, revela uma profunda compreensão da vida e das pequenas ironias que a compõem. A ausência de grandes reviravoltas e o tom sereno podem causar estranhamento para leitores acostumados com os dramas mais intensos de suas obras anteriores, mas é justamente nessa simplicidade que reside a genialidade de "Memorial de Aires".

Em suma, "Memorial de Aires" é um testemunho da maturidade literária de Machado de Assis. Embora seja uma leitura mais introspectiva e menos vibrante em termos de enredo, oferece uma rica reflexão sobre o sentido da vida e a passagem do tempo, fazendo com que o leitor compartilhe da serenidade e sabedoria do conselheiro Aires.

Tamara 14/07/2024

Ouvi em audiobook, uma boa história que retrata o linguajar e costumes da época (final século XIX), com a sagacidade própria de Machado, atribuída ao narrador das memórias, Aires.
Mesmo vivendo em outros tempos, é fácil se identificar com os desejos e dores dos personagens, que vivem o envelhecer, perdas, ganhos, afetos e recomeços a seu modo.

Raquel | @booksecafe 26/06/2024

Gênio
"Memorial de Aires", de Machado de Assis, é um exemplo brilhante do talento do autor para transformar o cotidiano em literatura encantadora. O livro traz um ar de despedida, refletido na serenidade e nostalgia das memórias do conselheiro Aires. Embora o enredo se concentre em relatos simples do dia a dia, a habilidade de Machado em capturar nuances sutis da vida e dos sentimentos humanos faz com que a leitura seja prazerosa e envolvente. A genialidade de Machado se destaca na sua capacidade de tornar até mesmo as situações mais monótonas em experiências literárias ricas e cativantes, provando mais uma vez seu domínio inigualável da escrita.

césar 13/06/2024

Memorial de Aires
Sem muito ter lido Machado de Assis, entrei nesse livro esperando algo como Memórias Póstumas e, apesar de ver a pura escrita dele ali, é diverso; ouso dizer que se tornou meu favorito dele.
Saber que ele foi escrito um ano antes de sua morte torna-o como se fosse as despedidas do próprio autor e é exatamente esse o desfecho do livro: a saudade.
O livro é leve e, ao menos para mim, reflexivo, quando lemos os indagamentos e pensamentos de um velho em um pequeno grupo de amigos, vendo as relações entre eles e consigo. O livro exala a velhice, a calmaria, o monótono, mas não chato, pelo contrário, interessante.

Ash! 30/05/2024

Foi o primeiro livro que li de Machado de Assis, realmente não me prendeu, nao estou acostumado mesmo com esse tipo de linguagem, mas em geral o livro é bom, o desfecho poderia ser melhor, ficou meio confuso em algumas partes pra mim.