Cleudna 18/02/2021Neste livro conheceremos Aires e ele vai narrar dois anos de sua vida como um diplomata aposentado e residente do Rio de Janeiro entre os anos de 1888 e 1889.
O Conselheiro nos conta sobre as relações de amizade que fez, das leituras dos livros que requisitava nos seus tempos de diplomata e também cita acontecimentos políticos antigos.
Aires também fala sobre solidão e usa como exemplo um casal que terminou seus dias tendo apenas a companhia um do outro e de duas pessoas próximas. O que lembra bastante o fim do próprio Machado, pois ele também não teve filhos.
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Narrado em primeira e terceira pessoa, Memorial de Aires foi o nono e último romance de Machado, publicado no mesmo ano de sua morte. Nesta obra não temos o sarcasmo e a ironia ácida tão conhecida de Machado, os personagens são bastante pessimistas em relação à vida, mas a crítica à sociedade ainda está presente. Este romance é considerado por muitos uma continuação de "Esaú e Jacó" já que Aires também é um personagem presente nele e anota tudo o que se passa em seu caderno e em "Memorial de Aires" temos o conteúdo destes cadernos. A narrativa flui bem e Machado faz um retrocesso à sua fase romântica.