Cândido ou o Otimismo

Cândido ou o Otimismo Voltaire




Resenhas - Cândido


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Felipe.Protti 18/02/2020

Tudo tem um propósito?
Cândido, o que pensar depois dele? Mesmo que tenha a pegada de humor, a cada linha tem um pensamento filosófico por trás.
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Cinara... 15/02/2020

"Eu gostaria de saber o que é pior, ser violada cem vezes por piratas, ter uma nádega cortada, passar por açoite de varas na terra dos búlgaros, ser chicoteado e enforcado num auto de fé, ser dissecado, remar nas galeras, experimentar enfim todas as misérias pelas quais todos nós passamos, ou ficar sem fazer nada?."


Isso sim é auto ajuda :)
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R...... 10/02/2020

Tradução de José Arrabal (Série Reencontro - Editora Scipione, 1997)
A obra tem várias surpresas e episódios inusitados, às vezes surreais, em que Cândido é um viajante, deparando com situações que constantemente confrontam sua visão de mundo, baseada no otimismo, que na prática é certa passividade ante as circunstâncias, numa esperança incólume, crendo que as causas sempre redundariam em efeitos positivos, por isso necessárias. Por aí...

É interessante conhecermos o contexto histórico. As páginas iniciais dessa edição trazem algumas considerações, onde percebemos a ideologia política e religiosa com desfaçatez interesseira fortemente arraigada na sociedade. Os estímulos à passividade eram muito convenientes para a governança: a monarquia absolutista francesa e clero, parasitas exploradores.
Voltarie era um reacionário provocativo a esse contexto, com criticidade rotineira através da ironia e sátira, como vemos em seus contos, o que lhe rendeu até uma temporada na famigerada Bastilha francesa.

Em linhas gerais, é critica ao contexto político-religioso-sociológico, em uma história caricata e burlesca, que inicia com a boa vida nos domínios do Barão de Vestfália, onde há doutrinamento pelo professor Pangloss sobre a visão otimista. Fácil ter essa percepção naquele meio isolado e alienado... O lance de Cândido é que começa a ter percepção das coisas, o que o tal professor não ensinava, mas praticava (leia-se outras causas para sua felicidade, relacionada a aspectos escusos e abusivos). Na adesão prática, Cândido é expulso dos domínios e daí em diante vai tendo várias experiências em viagens no mundo que via perfeito e equilibrado, mas que se revela "Walking Dead" desafiador a suas aprendizagens, seu otimismo, despertando-lhe a crítica, a contestação, a não aceitação, aprendizagens que parecem-lhe confusas, mas instigantes para reação.

Um exemplo foi seu convencimento para integrar certo exército, na ideologia de heroísmo, quando percebe que as causas e efeitos estavam totalmente atrelados a interesses manobrados, numa cegueira longe de seus ideais.

A parte das surpresas está no ressurgimento de algumas personagens que julgava mortas, reaparecendo com histórias que lhe instigam, como o professor Pangloss, que em passagem por Lisboa com Cândido diz que o terrível terremoto ocorrido teria sido necessário para os efeitos que se projetariam... Toma-te Inquisição nele pela livre opinião (outra crítica forte de Voltaire), e morte bem ilustrada nessa edição - o sujeito na forca e seu polegar exibindo "legal"... Essa história não acaba aí e seguem mais surpresas para descobertas do leitor.

O surrealismo se faz presente em coisas que não entendi, como as mulheres amantes dos macacos... Talvez o impacto de percepções diferenciadas...

Enfim, as viagens de Cândido o levam a percepção pragmática da política, da religião e até de seu amor por Cunegundes (que também teve cota de percepção a elementos que não despertavam-lhe mais empatia otimista).

Tem muitas histórias para discussão... Sei lá para parte delas, não entendi mesmo e pareceram até chatas... Mas não desmereço.

No final, ante seu otimismo, a célebre conclusão que expressou sobre a expectativa passiva: "Mas devemos é tratar de cultivar nossa horta! Cuidar de nosso jardim!"
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Bruno.Dellatorre 14/10/2019

Cultive seu jardim
A última frase do livro, que é dita pelo protagonista-título, diz: "Devemos cultivar nosso jardim". E é exatamente isso. Entenda o jardim como sendo a nossa vida. Devemos cultivá-la, de modo a resolver os problemas que nela forem apresentados, proteger a nossa vida (cultivando-a). E é isso que se deve fazer com nossa vida: cultivá-la, protegê-la, não apenas aceitar as graças e desgraças, mas cuidar das graças para que elas continuem presentes e remover as desgraças (do mesmo jeito que se remove algo indesejado em seu jardim) para que elas não cresçam e tomem conta.
Doutor Pangloss dizia que tudo vai bem. Não é bem assim. Não é tudo que vai bem. A vida é cheia de altos e baixos, mas para que ela seja mantida é preciso cultivá-la. Para as coisas funcionarem bem é preciso, de novo, CULTIVAR O JARDIM.
Faça isso.
Ah, e leia o livro também, é ótimo.
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livrodebolso 14/10/2019

Escrito para contrapor as ideias do alemão Leibniz e sua filosofia do melhor mundo possível, Cândido, ou o otimismo, retrata a sofrida vida daquele que, por conta de sua pureza, recebeu um nome que representa ingenuidade. De fato, era bastante ingênuo quando foi expulso do castelo onde morava por beijar sua amada Cunegundes, deixando para trás o responsável por sua educação, o filósofo Pangloss (Leibniz), que acreditava que todas as coisas deveriam ser aceitas como a melhor que poderia acontecer, ainda que ruins, pois "tudo é para o melhor no melhor dos mundos possíveis". Fora do castelo, da terra que, ironicamente, ele acreditava ser a mais perfeita de todas, o protagonista passa a conhecer o horrores do mundo, o que lembrou-me Gulliver. Cândido torna-se não mais inocente, mas ainda muito crédulo, passando por agressões, desastres naturais, roubos, separações, mortes, fugas, até chegar a Eldorado, onde não há pobreza, fanatismo, conflitos políticos, sendo então, o melhor lugar possível. Mas nada o faz desistir de encontrar sua Cunegundes que fora vítima das maiores atrocidades e levada para longe.
No caminho, reencontra antigos personagens e conhece novos, como Martinho, o extremo oposto do Dr. Pangloss, sempre esperando o pior de tudo. Cândido é influenciado por seus convivas, incapaz de formar sua própria opinião, mas conclui, após conquistar seus objetivos, que "o homem nasceu para viver entre as convulsões da inquietude ou na letargia do tédio". Ainda após ver-se livre de seus flagelos, ele busca alguma resposta, e a que encontra -precisamos cultivar nosso jardim - encerra a obra incrível, fazendo referência aos três jardins possíveis: o inicial, ilusório paraíso terrestre; o utópico (Eldorado), que não pertence a este mundo; e o final, que para Voltaire representa o trabalho, a atividade humana. Cabe ao leitor decidir a qual jardim quer dedicar-se.
Esta edição conta com ótimas notas de rodapé, que nos revelam os aspectos autobiográficos, enriquecendo a experiência de leitura. A tradução é memorável, a escrita fluida e a característica cômica deve ser ressaltada.
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Paulo 06/09/2019

Cândido ou o Otimismo é uma obra clássica escrita por Voltaire, um dos filósofos alinhados a um movimento conhecido como Iluminismo. Um francês, nascido em 1694, na capital Paris e viveu até 1778. Alguns de seus principais trabalhos, além de Cândido ou o Otimismo, é o seu Dicionário Filosófico e o Tratado sobre a Tolerância. Filósofo muito crítico, suas ideias ajudaram a alimentar o barril de pólvora que foi a sociedade francesa pré-revolucionária. Dentre de sua obra, dois trabalhos se destacam por usarem da ficção para tratar de temas contemporâneos a ele: este que vamos falar hoje e o Zadig. O Iluminismo atuou em vários campos como a política, a economia, as artes, a literatura; criticava o Antigo Regime, o modelo absolutista, os privilégios das elites nobiliárquicas que em nada contribuíam para a sociedade. Na França, além de Voltaire, podemos destacar Montesquieu e Jean-Jacques Rousseau.

Voltaire faz uma crítica à sociedade das aparências. Isso é percebido através da personagem Cunegunda, o grande amor da vida de Cândido. Filha de um aristocrata, futura herdeira de uma casa com 51 quartos (mais tarde, 52), a ela só é permitido o casamento caso o noivo possua um dote digno de suas posses. A personagem acaba passando por poucas e boas ao longo da trama. Sua casa é atacada por invasores e ela é estuprada repetidamente até o momento em que é vendida como escrava. Ela passa pelas mãos de várias pessoas, dentre elas um padre e um judeu que se aproveitam e humilham-na. Quando Cândido a reencontra, ela é uma personagem destruída e desfigurada e mesmo assim ainda mantém um pouco desse espírito aristocrático.

Há uma inversão na forma como o autor apresenta seus personagens. Voltaire foge da fórmula maniqueísta do bem enfrentando o mal. Do cavaleiro nobre possuindo a melhor das virtudes. Na narrativa de Candido, o homem bom é um tolo e o homem honesto é o malandro. No primeiro caso, além de Cândido, podemos falar do nobre Cacambo, o ajudante do protagonista. Ele tenta ajudar seu mestre de todas as maneiras, mas acaba se tornando um escravo porque acredita nas pessoas. Quando pensávamos que Cacambo havia fugido com as riquezas do protagonista, ele, na verdade, havia caído vítima de traficantes de escravos. Já os honestos da narrativa são todos aproveitadores. A cena de Cândido negociando sua viagem de barco é impagável. Risível até. Ele oferece um valor absurdo para o capitão e este vai aumentando e aumentando o valor. E Cândido não retruca. Apenas aceita passivamente as maldades que lhe são feitas.

Os estereótipos também são muito frequentes na narrativa do autor. É comum vermos judeus violentos e padres tarados. Os dois judeus que aparecem na narrativa são coléricos e irascíveis, partindo para a agressão em um piscar de olhos. No caso dos padres há uma crítica bem transparente em relação à Igreja. O padre que aparece na narrativa nada tinha de virtuoso, se aproveitando sexualmente de Cunegunda. Há até uma insinuação de homossexualismo (dizendo que o padre atraía coroinhas para os seus aposentos). Isso não significa de forma alguma que Cândido não seja violento. Ele mata o irmão de Cunegunda em um piscar de olhos.

Não tem como não falarmos sobre Pangloss, o filósofo amigo de Cândido que aparece no começo e depois é ressuscitado no final da narrativa. Pangloss funciona como uma maneira do autor tentar fazer críticas ao socialismo rousseauniano. Ainda na proposta do "melhor dos mundos possíveis", Voltaire avança criticando a ideia de que os homens em estado natural são livres do mal. Cândido cita Pangloss enquanto viaja para a América do Sul e imagina que lá estaria uma espécie de terra perfeita onde as pessoas teriam tudo e não precisariam matar e explorar o próximo. Entretanto, logo em seguida vemos uma cena bizarra de mulheres nuas fugindo de macacos. Sim, é isso mesmo: zoofilia. Ou seja, mulheres na América Hispânica se relacionando com macacos. A sátira é feita em cima de Rousseau que dizia que os macacos eram os animais mais próximos do homem. Algo muito criticado pelo autor. Todo este trecho que se passa no Novo Mundo busca apresentar a lenda de Eldorado, a mítica cidade cujos prédios seriam feitos de ouro maciço e onde as pessoas viveriam em uma felicidade absoluta. Os habitantes de Eldorado são tratados como tolos pelo autor e oferecem riquezas em troca de conhecer a religião do "verdadeiro Deus".

Mais para a frente na narrativa, aparece o personagem Martinho, um eterno pessimista. Alguém que vai encontrar defeitos em todas as coisas, que entende que o mundo caminha para a decadência. Acho engraçado porque daria para imaginarmos que ele serviria como um espelho para as crenças de Voltaire, mas isso nem sempre acontece. Mas, as críticas que ele faz sobre o estado de coisas na Europa, são sim as crenças do autor. Assassinos fazendo parte da folha de pagamento das cortes, em uma clara referência à política dos condottieri na Itália. Cidades que desejavam o mal às cidades vizinhas, também em uma clara crítica ao Sacro Império e às cidades italianas. Uma crítica à maneira como os camponeses criticavam e humilhavam os nobres a quem se submetem. É preciso deixar bem claro que Voltaire vem de uma família com posses. Não é necessariamente alguém desamparado.

As críticas do autor também se voltam às ciências. Ele fez parte de uma sociedade de ciências, mas tece críticas em relação a pesquisas consideradas inférteis e sem propósito. Na visão dele, as pesquisas precisam se focar no engrandecimento do homem. Ele usa o caso curioso da ovelha vermelha que Cândido recebeu em Eldorado. Mostra toda a tolice por trás da curiosidade científica em cima do pobre animal. Fica também a curiosidade de que uma terra mítica como Eldorado é mostrada como o lugar mais justo da Terra. Ou seja, Voltaire mostra o quanto ele está insatisfeito com a maneira como a justiça funcionava na França, permitindo as injustiças ocorrerem soltas pela sociedade. Ele credita isso à decadência da sociedade europeia.

Quase no final, temos um ótimo diálogo entre Martinho, Cândido e Cunegunda. Será que deveremos ter uma vida inquieta e conturbada ou uma estabilidade monótona? O que nos faz nos desenvolver como pessoas? Toda a inquietude de Cândido diante das transformações e da injustiça apenas o levou a sofrer e não ganhar nada em troca por isso. No entanto, os habitantes de Eldorado vivem uma vida estável e monótona podendo ser felizes. Esse é um questionamento que o autor não responde.

O final do livro é lacônico e estúpido no sentido de que não passa de mais uma crítica veemente do autor a esse otimismo exacerbado de Leibniz. Oras, se tanta coisa ruim aconteceu a um homem bom como Cândido, como poderíamos afirmar estar em um mundo desprovido de maldade? Como dizer que este é o melhor mundo possível? É esse o ponto final da jornada. Todos os personagens acabam mal: Cândido perdeu tudo, Cunegunda se tornou feia e rabugenta, Pangloss morreu, ressuscitou e nunca obteve o reconhecimento que queria, Cacambo trabalha demais e reclama de seu destino. O único que continua tendo a mesma personalidade é o pessimista Martinho.

Cândido é um livro interessante e que suscita muitas reflexões. Vale a pena a leitura para entendermos algumas das críticas feitas pelo Iluminismo à sociedade vigente. E é uma excelente sátira com ótimas tiradas do autor. Ele não se exime de criar situações absurdas para exemplificar suas ideias.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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@tigloko 26/08/2019

"Pois tudo sendo feito para um fim, tudo é necessariamente para o melhor fim"
Nunca pensei que ia me divertir tanto com um humor tão moderno em um livro do século 18. Uma crítica ao otimismo de uma forma tragicômica. A leitura fluiu bem, a escrita é bem simples. Gostei do livro, apesar de achar um pouco repetitivo em algumas partes.
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Léo 20/07/2019

Cândido e a descida ao mundo.
Voltaire, grande filósofo moderno, escreve nesta grandiosa obra uma história de um homem, Cândido, seguidor de um filósofo Pangloos, o qual tem como máxima o otimismo presente na filosofia de Leibniz: "este é o melhor dos mundos." Entretanto, o personagem de Voltaire vai se deparar com várias situações que refletem as imperfeições das relações humanas.
Uma obra maravilhosa contra a visão do mundo perfeito.
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coisas_lidas 22/06/2019

Cândido ou Otimismo - Voltaire
Autor -> Voltaire, foi um escritor e pensador do Século XVIII, também conhecido por Século das Luzes, ou simplesmente Iluminismo. Defendeu ideias controversas no seu tempo, como a Liberdade de Expressão e a Tolerância Religiosa.

Livro -> Foi uma leitura prazerosa, mas confesso tê-la achado repetitiva em certas partes. O livro é de extrema importância e ousadia para a época, e continua muito actual. Subtilmente levanta questões filosóficas ousadas, o personagem responsável por isso é Martin; para ele o mundo em que vivemos não é o melhor possível, todas as pessoas vivem em profundo sofrimento, ideia esta crítica ao Otimismo defendido por vários filósofos na época, entre os quais Leibniz.
Pangloss, representa a sociedade e alguns pensadores da época (como Leibniz), e contradiz Martin; difunde a palavra de que Deus é perfeito, e por isso, vivemos no melhor mundo possível, que todas as adversidades que enfrentamos, ainda que não tenhamos noção, são fundamentais para nos levarem à verdadeira felicidade.
Cândido, a personagem principal do livro, faz uma viagem por várias cidades importantes, e em todo o percurso vê horrores e sofre com eles, mas sempre acompanhado pela filosofia do "Mestre" Pangloss.
Mas, a ousadia do livro, vai além.
No final, todos concluem que a felicidade é trabalhar, e assim mostrar os talentos de cada um, (ideia de liberdade de acesso a profissões) não é ser como os reis onde impera a cobiça por poder e o consequente martírio dos povos.
Sugere, portanto, que a felicidade está nas pequenas coisas.

Voltaire, tentou fazer uma crítica bastante Humorada a estes pensamentos (Otimismo) que dominavam a Europa do Século XVIII, para ele, um pensamento assim, matava à nascença qualquer ânsia de alterar o "statos quo", provocavando um relaxamento em relação a todo e qualquer horror presenciado.
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letambem_sobrelivros 17/06/2019

Otimismo? É a mania de afirmar que tudo vai bem quando tudo vai mal...
Conto filosófico / Clássico da Literatura).
.
“O que é otimismo?”, perguntou Cacambo. “Ai de mim”, disse Cândido, “é a mania de afirmar que tudo vai bem quando tudo vai mal”..

Estamos na Alemanha por volta de 1750 ... e nessa aventura aí vamos com Cândido, um jovem de “juízo bastante reto e um espírito dos mais simples” que, quando flagrado nos braços de sua bela Cunegundes, é expulso do palácio da Westfália, lugar onde sempre viveu e foi educado pelo filósofo Pangloss, seu amigo defensor da idéia de que tudo vai bem, uma vez que vivemos no melhor dos mundos possíveis..

Então, Cândido é jogado no mundo repleto de desventuras, muito feroz e pouco cortês, que o demonstra a custo de bons pontapés no traseiro que a teoria de Pangloss talvez não seja lá grande coisa... Afinal, será esse o melhor dos mundos possíveis?.

Neste conto filosófico, Voltaire faz crítica sarcástica à visão Otimista do filófoso Leibniz, segundo o qual há no mundo uma harmonia preestabelecida, que as coisas são como tem que ser e que se deve crer na providencia divina..

Ora, Voltaire discorda veemente de Leibniz, bem como de tantas realidades de sua época, como as guerras, a intolerância religiosa, a escravidão, a falta de liberdade de expressão e por aí vai..

Muito bem acompanhado de personagens sensacionais, como Cunegundes, Pangloss, a velha, Cacambo e Martin, Cândido dá uma “quase’ volta ao mundo do século XVIII, revelando com muito humor as ignorâncias e aberrações de cada canto que percorria. .

Nem sei falar o tanto que gosto desse livro ... Recomendo demais essa edição da Editora 34, perfeita, com ilustrações incríveis e pósfacio de Ítalo Calvino.
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Bruna 31/05/2019

Cândido, O Dom Quixote francês
Reza a lenda que este livro foi escrito em 3 dias pelo Voltaire.Mas, sabe o que eu sei que não é lenda?Que você irá querer lê-lo em menos de 3 dias.
Um livro fantástico que traz algumas reflexões sobre filosofia, política, sociedade, cultura e etc.Para cada leitor, ele tocará em um ponto diferente.
Vamos a história?!Ela gira em torno do antiheroi Cândido,que depois de ter sido expulso de sua casa por ter se apaixonado pela nobre da cidade (sua grande paixão Cunegunda), se vê em diversas aventuras(infelizes, porém cômicas a nós leitores) pelo mundo. Ao seu lado teremos alguns personagens não menos cômicos e interessantes, como seu antigo professor de filosofia Doutor Pangloss, seu novo amigo Martinho e seu fiel escudeiro cacambo.

Vale dar uma chance a este livro e se preparar para boas risadas com o texto extremamente irônico do grande e controverso Voltaire.Ah, não se preocupem quanto a escrita, ela não é enfadonha/rebuscada e conta com notas de apoio para uma referência ou outra.



site: https://link.medium.com/LCzazO42ZY
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Arthur Pacheco 28/03/2019

Excepcional
Voltaire consegue transpassar uma crítica ao otimismo de uma forma trágica e cômica ao mesmo tempo. Com personagens memoráveis e menções a realidade, o Autor nos compra com sua genialidade literária e senso de humor.
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Hugo 26/03/2019

Otimismo e atividade
As coisas só serão melhores com otimismo e vontade de realização. Muito melhor morrer na atividade do que viver no marasmo.
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