Giordano.Sereno 27/01/2023Começou bem, mas não gostei!A primeira coisa que me chamou a atenção foram os diálogos inverossímeis. Simplesmente ninguém fala desse jeito! Até aí, tudo bem.... Essa é meio que uma característica da série já presente no primeiro volume. E talvez seja porque não o público alvo desse livro e estou plenamente consciente disso.
A história vai muito bem até o momento em que Roberto "rapta" a mãe, a leva de volta para casa e começa a cuidar dela. Até esse ponto o livro te prende e você quer ler logo para saber o que vai acontecer. Mas depois disso, é ladeira abaixo.
A personagem Rosana sofre um ataque racista por parte do diretor da escola que recusa sua matrícula dizendo que não aceitam negros. Quando apareceu essa cena, pensei comigo mesmo: Uau! Que bacana enfrentarmos esse tema em um livro infanto-juvenil. Mas forma como lidam com o racismo incomoda muito. O pai de Rosana simplesmente aciona seu "pistolão" e conversa com o Presidente da República que intercede no caso e Rosana é matriculada. Mas o problema não resolvido. Certamente outros alunos negros cujos pais não tenham tamanha influência política terão suas matrículas negadas.
Mas, o pior de tudo, tudo é tratado como se fosse um engano. O errado não foi o racismo, mas Rosana ser considerada negra sem de fato ser. Horrível! A menina pergunta aos pais se ela é mesmo negra e dizem que não. A própria Rosana é racista. Nem com o episódio do sequestro consegue resgatar a empatia para com ela.
Aí os pais montam um esquema mirabolante, trocam de casa, demitem todos os empregados para que Rosana não saiba que foi sequestrada, pois, isso poderia traumatizá-la. Aff! Pelo amor de Deus! E a menina vai crescendo cada vez mais esnobe, racista e arrogante. E, no final, há uma meia redenção que não convence nadinha.