Meus Desacontecimentos

Meus Desacontecimentos Eliane Brum




Resenhas - Meus Desacontecimentos


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Ingrid_mayara 28/02/2021

Livrinho que deve ser lido aos poucos
Embora esse livro seja tão pequeno, eu demorei quase um mês para finalizar a leitura. Acho que isso aconteceu propositalmente, pois eu realmente não estava querendo chegar ao fim.
A escrita de Eliane Brum é bem sensível, simultaneamente bruta e avassaladora.
Nessa obra, ela fala sobre sua infância em plena ditadura, sobre viver numa sociedade excludente, sobre ser julgada e assediada apenas por ter nascido menina, sobre morte, sobre vida, sobre livros.
Eu, que não sou tão fã de citações descontextualizadas, desta vez transcrevo uma que me chamou a atenção:
"Hoje, barata adulta, escrevo, como tantos outros, na ilusão de enganar a morte".

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
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Marcia 26/03/2021

Meus desacontecimentos
Nesse livro você nasce e morre, várias vezes, junto com a autora, mas é através da palavra escrita que Eliane renasce e se descobre.
É um livro dolorido desde o início, quando ela conta sobre a morte de sua irmã e o peso que isso teve em sua infância.
É um livro intenso, melancólico e reflexivo.
"A palavra é o outro corpo que habito. Não sei se existe vida após a morte. Desconfio que não. Sei que para mim não existe vida fora da palavra escrita. Só sei ser - por escrito."
@pedacosdeu
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FAtima311 26/02/2023

Meus desacontecimentos
Comecei o livro sem muita expectativa e fui arrebatada. Terminei o livro com a sensação que Eliane, que se rasga enquanto escreve, também me rasgou enquanto lia. Uma autobiografia de quem se entende salva pela escrita, expõe seus lutos, suas dores, suas culpas sem atravessamentos, mas acontecendo e desacontecendo.
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Lia 31/12/2023

Grata surpresa
Em cada página, personagens fantasticamente reais incorporam-se: a irmã morta, que era a mais viva entre todos; a avó, comedida em tudo, menos na imaginação; a família que precisou de uma perna fantasma para andar no novo mundo; as tias que viravam flores para não murchar. Como repórter, escritora e documentarista, Eliane Brum sempre indagou sobre como cada um inventa uma vida, cria sentido para seus dias, com tão pouco. Em meus desacontecimentos, conta como ela mesma se arrancou do silêncio para virar narrativa. (livrariaarquipelago.com.br)

@brumelianebrum é de uma sinceridade nas páginas desse livro que move e comove por dentro. O capítulo sobre o índio Pedemar Maraguara Poram ainda me comove e tenho a sensação que algo se acomodou em um lugar diferente. O Jardim Selvagem, um refúgio de liberdade. As fantasias que permeiam a imaginação de uma crianca e transformam-se em sentimentos, verdades, dores.

Não conhecia a obra dessa escritora. Comecei a ler sem saber nada sobre o livro. Escolhi pelo título e pela capa. Grata surpresa.
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vicqs 11/01/2021

Há mal-entendidos demais na vida humana
E eu concordei com todo sentimento do livro desde a primeira palavra escrita! Que livro maravilhoso, sem duvidas quero reler daqui uns anos!!
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Nil 24/01/2021

É um livro de memórias, escrito de forma muito sensível e visceral.
O leitor é imerso no mundo da autora, tornando-se íntimo de suas dores, seus medos, suas vontades, etc.
O livro todo me tocou muito, mas fiquei especialmente sensibilizado pelo capítulo intitulado A guria dos 7.
É um livro muito lindo.
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Tailane Santos 21/07/2020

Já quero reler
Amo livros de memórias ou biográficos, então antes de tudo esse livro já tinha pontos comigo só por esse motivo, mas de longe eu não estava preparada para quão impactante um livro sobre a história de uma escritora com a palavra iria me tocar lá no fundo.
É algo visceral o que a autora trouxe neste livro. É como ela mesma conta numa das entradas: publicar e ser lida pelos outros é como estar nua na frente de uma multidão, é como dar uma parte de si e ter que se recuperar depois pra que a parte dada não destrua a ela própria pela falta que faz.
A conexão que ela faz com a escrita e o corpo, como ela diz que quando escreve está criando um corpo para ela mesma é um prato cheio para amantes da psicanálise, ao menos eu passei essa leitura degustando de como ela cava fundo em si e trás à tona.
Eu como poeta concordo com o sentimento que a Brum revela aqui: escrever é um constante se fazer a si mesmo. E disso ela entende e sente mais que eu.
E é lindo. Às vezes doloroso, às vezes tão sensível que as lágrimas escorrem.
Mas definitivamente lindo.
Terminei de ler ontem, mas já quero reler. Pois sou assim com os livros que amo, vivo relendo eles para não serem esquecidos.
Monique 21/07/2020minha estante
Leio os artigos jornalísticos dela no El País e já gosto muito. Sua resenha me deixou com vontade de ler esse livro dela.?


Tailane Santos 21/07/2020minha estante
Você vai gostar, é tão bom "ver por dentro" de um escritor que já se gosta. Eu não li os artigos jornalísticos dela, mas estou muito interessada no romance Uma Duas que ela publicou.


Monique 21/07/2020minha estante
Nunca li nada assim, a criatividade desses artistas da literatura já me fascina. Coloquei na minha lista de futuras leituras ?


Alice 22/07/2020minha estante
linda resenha!




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Vinícius 12/08/2014

Eliane é a palavra
Desnudado. Absorto. Inundado.
Em “Meus desacontecimentos – a história da minha vida com as palavras”, (Editora Leya, 2014) Eliane Brum, a melhor jornalista do Brasil e por felicidade do destino ijuiense de alma e coração, narra seu parto, sua morte e seu[s] renascimento[s] com as palavras. Meticulosamente forte, sua linguagem densa desafia a metafísica e a poética, de maneira envolvente e intensa. Intensidade talvez poderia ser um dos substantivos que em vão tentariam definir Eliane, uma mulher que não se contenta com poucas e meias palavras. Eliane é a palavra. Indissolúvel, ela se desmancha e se desnuda pelas páginas para contar suas memórias de infância e adolescência. Nascida e criada em Ijuí, uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, Eliane seguiu as palavras por ser o caminho natural, filha de professores que é, mas seus primeiros passos no mundo das letras não foram tão firmes e sólidos, como a lógica nos leva a pensar. Eliane subverte a lógica. E nos deixa com lágrimas na boca. E com gosto de ‘quero mais’ nos olhos.
Nem preciso dizer: leitura indispensável para jornalistas, estudantes e ijuienses que queiram conhecer mais de sua cidade na década de 70 e 80 pela ótica da menina filha de um dos fundadores da Unijuí. Mas, se você não é jornalista, nem estudante e nem ijuiense, porém faz das palavras seu bem maior, tem ainda mais motivos para ler. Essas linhas vão te inundar e absorver. Te absorver e inundar.
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Claudia.M 28/02/2020

“A literalidade que assinala meu estar no mundo”
A leitura de “meus desacontecimentos”, de Eliane Brum (2014), foi estimulada pelo clube de leitura “Leia mulheres” aqui de Salvador, mas eu nem sei se vai dar para ir ao debate… Já estou com minha lista de metas de leitura para 2020, com livros que já possuo e não pretendo comprar nem ampliar. Mas recebi a versão digital do livro de uma amiga, e terminei lendo em um só dia. Foi identificação imediata, uma leitura leve e agradável. Fiquei muito surpreendida com o alcance da memória de Eliane, que queria ser Isabel, desde os mais remotos anos da infância. Tenho grande admiração e inveja mesmo de quem consegue acessar esses nos iniciais. Eu tenho completo bloqueio. Os desacontecimentos de Eliane trouxeram pistas sobre essa capacidade: ela sempre foi vista e reconhecida por seus pais e seus irmãos. Suas paixões eram compartilhadas. E seu olhar de escritora e jornalista se formou a partir da observação e da escuta de tudo, nada é desinteressante – principalmente ela mesma.

Do texto: “Aprendi ali que ninguém é substituível. Alguns se tornam substituíveis ao se deixar reduzir a apertador de parafusos da máquina do mundo. Alienam-se do seu mistério, esquecem-se de que cada um é arranjo único e irrepetível na vastidão do universo. Quando a alma estala fingem não saber de onde vem a dor. Então engolem a última droga da indústria farmacêutica para silenciar suas porções ainda vivas. Teriam mais chance se ousassem se apropriar de sua singularidade. E se tornassem o que são. Para se perder logo adiante e se buscar mais uma vez, já que ser é também a experiência de não ser.”

“Somos igualmente diferentes, a única desigualdade que nos iguala. A singularidade do que sou, só eu sou. A singularidade do que é você, só você é. O que deixarmos de criar será uma ausência no mundo. Uma existência perdida – ou desperdiçada – faz um rasgo no tecido invisível da história.[…] Acredito que só alcançamos o extraordinário do que somos ao sermos capazes de alcançar o extraordinário que é o outro.”

Essa percepção faz a diferença na vida de uma criança desde muito cedo. “Uma vida não escrita é uma morte simbólica.”

Mas… (não resisto a isso), mais uma vez é uma leitura de uma autobiobrafia (bem diferente do padrão, sem dúvida) que deixa cada vez mais claras as desigualdades do nosso país. Apesar da origem de sua família não ser “abastada”, seu pai era professor, viveu cercada de livros, distanciada dos “meninos de rua” e dos “índios”, que são figuras exóticas na formação dessa criança. Esse distanciamento não foi ignorado por Eliane Brum. Felizmente.
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Kelly Oliveira Barbosa 10/12/2020

“Há mal-entendidos demais numa vida humana.”

“Mas a palavra é desde sempre insuficiente para abarcar a vida e aquele que escreve se condena ao fracasso.”

A primeira vez que li Meus Desacontecimentos, o livro de memórias da jornalista brasileira Eliane Brum, foi em 2016 e ali o impacto já foi surpreendentemente grande. Surpreendente porque não esperava encontrar uma Eliane Brum tão vulnerável, quebrada como ela mesma diz. Grande porque nunca me esqueci do seu estilo de escrita, do poder de fazer-se lida até por quem “discorda de mim”. Esse livro, o único que li dela até o momento, é bem isso já que li e reli mesmo discordando dela em quase tudo.

Sua crença (ou ausência dela), seus valores, sua política… sua percepção de mundo. Isso nos separa. Porém e aqui está, ela sabe se fazer lida não só em palavras, mas em humanidade, em uma linguagem universal. Isso nos aproxima.

É por isso e por mais (bem mais) que memórias é o meu gênero favorito da literatura e desde que o conheci. Ler memórias, conhecer a vida de pessoas, pela narrativa delas mesmas, a partir da forma como elas entenderam a própria vida – mesmo sabendo do problema do ego humano, dos exageros e omissões de toda história contada – é a mais bela e amável maneira de se conhecer alguém. Nessas narrativas a dor sempre aparece e a dor é o campo de batalha bem conhecido de todos nós – isso nos aproxima.

Eliane Brum em Meus Desacontecimentos, conta não a história de sua vida, mas um corte dela. Nascida em 1966, em Ijuí, Rio Grande do Sul, ela narra sua infância e adolescência até a entrada na faculdade. Como ela explica: escreve sua história com as palavras.

Sua escrita é profunda, melancólica e rítmica. Seu estilo, marcante. Outros livros dela são: A vida que ninguém vê (2006) – ganhador do prêmio Jabuti 2007, como melhor livro de reportagem -, Uma Duas (2011), A menina quebrada (2013) – finalista do prêmio Jabuti desse mesmo ano – e Brasil Construtor de ruínas (2020).

site: https://cafeebonslivros.blog/2020/12/10/meus-desacontecimentos-de-eliane-brum-85/
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miya 12/05/2022

"aos poucos percebi que eu só poderia me colocar diante do outro, de todos os outros, como eu era. quebrada."

não lembro quando foi a última vez que dei 5 estrelas pra um livro. eliane brum, parabéns, você ganhou meu coraçãozinho inteiro!
terminei de ler faz uns (3) minutos e estou chorando como uma criança. esse livro me tocou de várias formas que são impossíveis de explicar, mas fazia tanto tempo que não as sentia. queria agradecer a eliane por isso. obrigado, obrigado, obrigado.
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AnaB. 15/01/2021

Sabe quando vc encontra conhece alguém, começaram a conversar e saem boas histórias? Esse livro parece ser isso. Boas histórias contadas, e que transborda o sentimento do locutor, sendo quase uma obra biográfica.
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Daniela 19/10/2015

Quase Resenha
Meu primeiro contato com Eliane Brum doeu. Vagando pela internet, em busca do que ler, encontro uma entrevista: “Minhas raízes são aéreas”, para a Revista Época. Nesta entrevista me deparo com duas mulheres extraordinárias: Débora Noal e Eliane Brum. Cada pergunta e cada resposta transbordava um misto de melancolia e gentileza. O assunto? Histórias de uma psicóloga do Médicos sem Fronteiras (MSF).

Esse livro, portanto, é uma procura insistente por mais sentimentos que essa entrevista me proporcionou. Fui na livraria e peguei o único livro da autora disponível: “Meus Desacontecimentos”. Resolvi lê-lo em completo desespero, sem procurar saber do que se tratava, e obtive minha confirmação: Eliane Brum é desconcertante.

A história trata-se de uma pequena – pequeníssima- autobiografia da autora e seu envolvimento com as palavras. O livro conta momentos importantes que se desenrolam ao longo da sua vida e as insígnias que deixam no tocante do que as palavras vão significar na sua formação como mulher. E elas significam tudo.

São narrados momentos agridoces, onde não são nem tristes e nem mesmos felizes. As vezes achei graça de uma menina que descobria o mundo, as vezes me amargava pelo jeito que foi descoberto, mas entendi que se não foi agradável, foi necessário. A narrativa que mais me marcou – e que mais reli – foi a história de sua avó e de seu avô, e se não derramei lágrimas foi porque significaria muito pouco.

Por fim, deixo o porque de um texto tão curto numa paráfrase da fala do Sr. Knightley, do romance Emma, de Jane Austen: se eu gostasse menos, poderia falar mais.

TRECHO: “O que tento dizer é que, se não pudesse rasgar o papel com a caneta, ainda que numa tela digital, eu possivelmente rasgaria o meu corpo. E, em algum momento, o rasgaria demais.”

site: https://danipuu.wordpress.com/
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Lua 01/05/2021

"Quando me tornei repórter, tentei fazer da minha escrita um espelho amoroso no qual as pessoas cujas histórias eu contava pudessem se enxergar, descobrir-se habitantes do território das possibilidades e viver segundo seus próprios mistérios. Ser contadora de histórias reais é acolher a vida para transformá-la em narrativa da vida. É só como história contada que podemos existir. Por isso escolhi buscar os invisíveis, os sem voz, os esquecidos, os proscritos, os não contados, aqueles à margem da narrativa. Em cada um deles resgatava a mim mesma ? me salvava da morte simbólica de uma vida não escrita."

"A vida de cada um é também a tessitura desse monstruário pessoal no qual vamos nomeando os seres que assombram apenas a nós. Aqueles que nascem de uma mitologia íntima, forjada em nosso confronto com o real, sempre muito mais apavorante."
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