Tainara.Carvalho 02/04/2020
Realista e maquiavélico.
Em o Príncipe, Maquiavel reúne diversos conselhos, de acordo com a experiência que a sua carreira como diplomata e outros cargos políticos lhe permitiram ter, de como um governante deve agir para se manter no poder.
Apesar da escrita objetiva, é um livro denso. Precisei reler vários parágrafos para tentar entender sobre o que o autor se referia.
O fato de o livro ter sido escrito em 1513 e de Maquiavel pautar os seus conselhos com base nos governos daquela época e anteriores a ela também contribui para que o leitor se sinta um pouco perdido, já que ele cita e faz referência a governos e governantes específicos que muitos eu, particularmente, não conheço.
O livro contém diversos trechos homofóbicos e machistas, o que também pode ser ?justificado? pela época em que foi escrito.
Apesar de considerar que muitos dos conselhos dados por Maquiavel não são mais aplicáveis aos governos atuais, já que não vivemos mais em uma monarquia e o exército não tem mais tanto poder e influência, ainda é possível utilizar alguns dos seus conselhos não só na posição de governante como em outras áreas da vida.
Acredito que o que mais me decepcionou nesse livro foi que, diante da sua fama de ?manual dos governantes?, eu esperava que ele trouxesse conselhos de como os governantes deveriam agir, mas ele é apenas uma descrição de como eles de fato agem.
O Príncipe não nos mostra como o governo deveria ser, mas sim como ele é. Diante disso, acredito que não deveria ser lido como manual, mas sim como uma análise crítica.