Marcore

Marcore Antônio Olavo Pereira




Resenhas - Marcoré


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Paulo 13/10/2022

melancólico e introspectivo
Eu descreveria este livro rapidamente com estas palavras: monólogos interiores, vida cotidiana e familiar, solidão e obsessão.

Marcoré foi um livro que chegou a mim inesperadamente: não conhecia o autor nem recebi indicações da obra, ou seja, foi um (baita de) achado!! Mas, falou comigo de uma maneira... a história são cenas da vida de uma família interiorana.

Conhecemos as personagens a partir de monólogos interiores construídos pelo protagonista, que mantém registros em uma espécie de diário. É um livro cujos personagens carregam uma bagagem psicológica muito grande..
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Reccanello 09/12/2021

Vida de xenxéns, composta de episódios miúdos, banais.
Conquanto desconhecida do grande público, Marcoré não é uma obra qualquer, o que já de início se vê, nesta edição específica, pela citação de excertos críticos feitos por nomes como Rachel de Queiroz, Gilberto Freyre e José Lins do Rego, e pelo posfácio escrito por ninguém menos que Antonio Houaiss (sim, aquele do dicionário). À obra, pois!
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De aspecto inicialmente enfadonho, com o autor-protagonista dissertando em tom memorialista sobre os dramas entre os muitos personagens e a lenta e pacata rotina diária da pequena burguesia do lugarejo interiorano do estado progressista onde vive, o livro nos insere nas mudanças trazidas à vida de todos pela notícia de que sua mulher, após dez anos de um casamento infértil, está grávida. Centrada, desde então, na tão esperada vida do filho, a narrativa nos apresenta histórias de solidão, de trabalho, de casamentos, de famílias que se formam e se desfazem, da religiosidade local (no mais das vezes praticada mais por buniteza que por percisão), de rivalidades políticas, de intrigas amorosas, de doenças e de mortes... mas, principalmente, somos mergulhados na experiência do, ao final, frustrado amor paternal do protagonista por seu filho Marcoré (Marco Aurélio), amor este que, aparentemente, nunca conseguiu sentir de verdade por outras pessoas, nem mesmo sua mulher e sua mãe. E, por meio dessa "vida de xenxéns, composta de episódios miúdos, banais", e usando de uma linguagem precisa, enxuta, correta e sóbria, o autor nos apresenta o que enxerga como a triste condição humana: "a de nascer, crescer e morrer entre equívocos, incompreensões, buscas e sofrimentos, sem encontrar uma razão de ser", sobretudo para os medianos e medíocres a quem não coube o dom de a graça se revelar.

site: https://www.instagram.com/p/CXRLuYGllGs/
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Gladston Mamede 05/03/2020

Um texto de forma linda, bem cuidado e que oferece ao leitor "o prazer do vernáculo bem-posto". Independentemente da história, quem gosta do português aprecia a leitura, o estilo. Li com satisfação. Aliás, é também o estilo que nos prende à história de uma família do interior: um romance do ordinário, do comum, do trivial. Impressionante. Antonio Olavo Pereira, nas primeiras páginas, nos põe nos trilhos e vai nos tocando sem muitos sacolejos. Um livro sobre a condição humana. Amei.
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Orochi Fábio 24/12/2019

Aires presente...
A escrita tranquila e direta desse livro, sem malabarismos narrativos e discreta, me lembrou o delicioso Memorial de Aires, do Machado de Assis, onde um personagem observa as vidas das pessoas em seu redor, participando delas como presença palpável, contando para nós leitores os ocorridos, ao mesmo tempo que registra suas impressões. Aqui, porém, é descrito o inferno da solidão em suas nuances mais variadas...
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Hester1 14/09/2018

Chega a ser angustiante. Primeiro a vida opressiva junto aos sogros, depois o filho e a mudança da esposa. O caminho que ele escolhe continua sendo opressivo, pois não é o que os outros esperam dele.
Acho que esse é o ponto: o que as pessoas esperam de nós?
Escrita fina e precisa, texto fluído.
Excelente livro!
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Robson Barros 30/12/2017

Um belo livro
Um belíssimo romance. Literatura nacional da melhor qualidade. Não conhecia o autor nem tampouco tinha referência ao livro. Caiu em minhas mãos e a leitura foi de um enorme prazer.
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Lene Colaço 23/02/2017

A Paz Que Não Existe
O livro é narrado em primeira pessoa, pelo personagem principal que é o oficial maior de um cartório em uma cidade pequena. Curiosamente, não sabemos seu nome. Sabemos apenas, além de seu cargo, que é casado com Silvia, mora com os sogros, e mantém uma relação difícil com sua família, especialmente com sua mãe. Só se entende bem com Claudia, sua irmã do coração, e com o sogro, Seu Camilo, a quem admira. O narrador mostra-se, inicialmente, insensível e egoísta, o que tenta justificar com seu oficio. Afinal, ele lida com a vida das pessoas daquela cidade. Ninguém morre ou nasce sem passar pelo cartório.

Mas o desenrolar do livro deve-se a uma noticia inesperada que recebemos logo nas primeiras páginas: Silvia está grávida após dez anos de casamento e muitas tentativas frustradas. As inquietações e questionamentos do nosso narrador passam a ser em torno desse ser que está sendo gerado de forma tardia, que pode mudar seus hábitos já bem acomodados, bem como a rotina de toda casa.

"Talvez eu vá arranjar problemas para o meu filho. Basta este que lhe transmito - o de viver."

Resenha completa no blog Bala de Limão

site: http://baladelimao.blogspot.com.br/2017/02/resenha-marcore-de-antonio-olavo-pereira.html
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petite-luana 10/03/2016

"Marcoré" é uma obra do modernismo da literatura brasileira um tanto esquecido nos dias de hoje, lançado em 1957, ganhou no período o Prêmio Romance da Academia Brasileira de Letras. O autor Antonio Olavo Pereira nasceu em 1913 na cidade de Batatais, interior de São Paulo, morreu aos 80 anos, tendo trabalhado boa parte da vida com o irmão José Olympio na direção da José Olympio Editora.

"Marcoré" é um romance psicológico narrado em primeira pessoa pelo oficial-maior de um cartório em uma cidade interiorana de São Paulo, cada habitante da cidade passa de alguma forma pela narrativa por já ter estado nas mãos do protagonista em seu ofício: certidões de nascimento, certidões de casamento, certidões de óbito; e a rotina pacata da cidade é descrita de forma bem-humorada como se a acompanhássemos da janela. A vida rotineira é interrompida quando, depois de 10 anos de casamento, o oficial recebe a notícia da chegada do primeiro filho, que já pela tenra idade, ele não esperava mais ter. Passamos então a companhar o protagonista nos seus questionamentos e (re)descobertas diante dessa mudança, que acaba por reordenar não só a rotina do casal, mas toda a dinâmica familiar dentro da casa dos sogros, onde o casal mora. O oficial, que sempre teve uma relação conflituosa com a sogra D. Ema, uma relação de cumplicidade com o sogro Seu Camilo e grande afeto pela doce e frágil esposa Silvia, tem sua rotina mudada, de crítico da cidade, boêmio secreto e ares de anti-herói, passa à figura de um pai zeloso, a narrativa nos pega pela mão e nos leva, junto com o protagonista, na descoberta de ser pai. Acompanhamos essa descoberta na primeira parte do livro, titulada como "O desconhecido", na segunda parte temos o crescimento dessa criança e o rearranjo da estrutura familiar, com o passar da vida também para todos os outros personagens, o protagonista reflete sobre os valores familiares e a forma como a vida se finda, a narrativa passa a ser permeada por melancolia e solidão. O livro tem uma história muito simples, mas delicada no que compete a natureza humana, com uma linguagem objetiva e ainda assim poética, Antonio Olavo Pereira compõe um livro doce, que abarca personagens extremamente verossímeis, criando um panorama muito próximo de gerações passadas do interior do Brasil.

site: petite-luana.blogspot.com
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Tadeu.Giovannetti 19/02/2016

Marcoré
Marcoré é um grande romance brasileiro da década de 1950, injustamente esquecido ou pouco lido e comentado. Trata de relações afetivas entre marido e mulher, amante, família, filhos, a vida no interior. narrado com maestria por esse grande autor. Recomendo demais a leitura.
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Márcio_MX 19/02/2015

O leve que se tornou pesado
11/02/2015
"Depois que li "Arroz de palma" o amigo de leitura Lima Neto me recomendou Marcoré. Literatura nacional do mais alto nível. Poesia em prosa. Começei a ler no ônibus e de tão envolvido, esqueci que estava na metrópole do Rio de Janeiro e viajei física e temporalmente por essa cidade de interior da época de meus avós, onde as relações entre as pessoas era completamente diferente e a vida fluía num ritmo mais gostoso." Nota: 4

13/02/2015
"Impressionante como o autor captou os sentimentos em torno do nascimento de um filho. Eu particularmente me identifiquei com o protagonista que assim como eu é uma pai já com idade avançada." Nota: 3

15/02/2015
"Mesmo na simplicidade da vida no interior a complexidade das relações humanas se faz presente." Nota: 3

15/02/2015
"... E a vida é assim: fugaz, imediata e impalpável." Nota: 3

16/02/2015
"Um livro que começa leve e termina com uma realidade de chumbo.." Nota: 3
Marta Skoober 06/02/2021minha estante
Já vi esse livro na biblioteca...
E sempre me chamou a atenção. Também li Arroz de Palma por conta do Lira! Vou marcar esse aqui!




Aleksander 19/07/2014

Marcoré: recordações de um oficial maior
Longe de ser um erudito em literatura, sou apenas um pequeno curioso por livros e principalmente os clássicos brasileiros. E são títulos como esse que me dão cada vez mais ânimo e interesse em andar pra trás no tempo atrás de jóias assim.

Esse livro está na minha estante há algum tempo e sempre tive curiosidade por ele devido ao título. Mal sabia eu o que continha. Hoje recomendo Marcoré a quem quer que seja. Um belo livro, muito bem escrito, com linguagem muito fácil e sem rodeios, e que mantém sempre aguçada nossa curiosidade pela sequência dos fatos.

Lançado em 1957, é uma narrativa contada por um oficial maior de um cartório, que vem a ser o pai de Marcoré, e o principal personagem. Marcoré é o filho tardio do casal composto pelo oficial e Silvia. O cenário é uma cidade pequena no interior do país, acostumada ao dia-a-dia pacato e simples, onde todos se conhecem, onde existe espaço para parar e se sentar num banco da esquina e passar tempo conversando com amigos e conhecidos, sobre a vida, o tempo, as pessoas.

Todas as impressões quanto aos personagens são postas em evidência sob a óptica do narrador-protagonista. Este, digno às vezes de pena, outras de raiva. Idiota e burro, sincero e vítima. Somos levados a vagar por esses sentimentos pelo narrador. No entanto, nítido seu caráter protelador, daqueles que deixam ao tempo a responsabilidade por resolver os problemas. Ele mesmo por vezes reconhece isso, tarde às vezes.

Apesar de Marcoré não ser o centro da narrativa, desemprenha papel chave nela. Com seu nascimento começa-se o desenrolar dos fatos. Ele se transforma no centro das atenções e alvo da adoração do pai, que vive em função dele, mas de um modo egoísta, querendo-o para si.

À partir de dado momento, a narrativa se torna escura e triste, debaixo da presença constante da morte ou a iminência dela. São momentos muito reflexivos quanto a brevidade da vida, que inclusive é associada pelo narrador à um rio que corre, de modo contínuo. Rio esse que ele deseja ter suas águas retrocedidas e apanhar alguns momentos passados. Impossível. Já passou.
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Samantha @degraudeletras 12/01/2014

PEREIRA, Antônio Olavo. Marcoré. 1 ED. São Paulo. Arqueiro, 2013.

Ainda estou meio incerta de como falar de um livro que me cativou por sua simplicidade. Num misto de enfado e prazer. Enfado do cotidiano tão característico de antigas cidades pequenas e prazer de acompanhar tudo de pertinho através de um observador digno de compaixão.

Pois bem, o tal livro que fez a leitora, a que vos fala (ou escreve), se emocionar foi este que após duas décadas fora do mercado a Editora Arqueiro resolveu relançá-lo e com louvor, não erraram na escolha. Escrito em 1957, Marcoré entrou para a lista dos títulos brasileiros aclamados por sua linguagem enxuta e caricata de cidade interiorana, pois bem, tornou-se uma leitura essencial para quem quer conhecer a literatura brasileira (e com razão).

Quem nos conta a estória é o oficial maior do cartório da cidade, que conhece a vida de todos por causa do seu emprego, quem nasceu ou se separou, todos os documentos passam por suas mãos para serem validados. Com observações minuciosas a respeito da vida daqueles que o rodeia, nosso protagonista, que tem uma vida pacata, é surpreendido com uma notícia que há muito ele já nem esperava ouvir, sua mulher, Silvia, está grávida e agora é para valer. Depois de 10 anos de alarmes falsos, Dr. Leandro (o médico querido da cidade) diz que não restam dúvidas, dessa vez é de verdade.

Com receio do pensamento dos outros, do que iriam achar os machões da cidade... depois de 10 anos de tentativa e só agora a mulher engravidou, talvez pensem que seja filho de outro. E nesse fluxo de consciência (estilo que ficou famoso por meio dos escritos de Clarice Lispector e Virgínia Woolf), Antônio Olavo Pereira nos transporta para o meio de todo aquele mar de incertezas e emoções.

Após o nascimento do filho, o oficial vê-se transformado. Os olhos que antes via a vida dos outros e a cabeça que professava pensamentos sobre tais agora voltam-se para o pequeno menino Marco Aurélio, ou Marcoré. Aos poucos o protagonista se transforma, criando coragem até para enfrentar a sogra, que desde sempre meteu o dedo em seu relacionamento com Sílvia, principalmente por ele ter ido morar com os sogros após o casamento. Depois de todas as lições que o filho pôde lhe proporcionar, o oficial maior, enfim deixa as análises sobre o mundo que o rodeia e passa a olhar para si, acompanhado de uma solidão tamanha que meche com o leitor.

Esse clássico meio matuto é uma indicação formidável para quem tem interesse pela boa literatura, aquela que enriquece e transforma o leitor. Como diz Fabrício Carpinejar, 'a literatura provoca silêncio' e foi assim que Marcoré me roubou as palavras por mais de 15 dias, não sabia bem ao certo o que dizer de um livro que no início me surpreendeu e me fez achar que eu não iria gostar muito da leitura por causa da linguagem nada comum para nossa época, mas que aos poucos me conquistou e ao final entrou em minha alma e fez um reboliço só. Este é Marcoré, a obra que te provoca silêncio.


site: http://www.wordinmybag.com.br/
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