O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Kasimoes 23/05/2024

Espera
Uma espera de uma vida inteira e frustada em algo que é ilusório e solitário. Drogo passa sua vida esperando no Forte Bastiani.
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Tiago Nunes 22/05/2024

O deserto dos esquecidos.
A narrativa começa um tanto quanto despretensiosa, mas toma forma dramática no isolado Forte Bastiani.

Drogo é um oficial que ver, na indicação de seu nome a compor o efetivo militar do Forte, uma oportunidade para desenvolver a sua carreira honrosa e promissora. O tenente, então, abdica da vida na agitação da cidada e da companhia dos familiares para ingressar nessa jornada. O curioso é que ele não se sente feliz.

A história traça linhas filosóficas interessantes, como o fato de Geovanni Drogo sempre acreditar que no futuro as coisas serão melhores. Também há o dilema de abandonar a vida na fortaleza e retornar à cidade; porém, a sensação de não estar presente em uma possível batalha épica contra os inimigos que podem nunca chegar, é muito maior. " Do deserto do norte devia chegar a sorte, a aventura, a hora milagrosa, que pelo menos uma vez, cabe a cada um. Para essa vaga eventualidade, que parecia tornar-se cada vez mais incerta com o tempo, os homens consumiam ali a melhor parte das suas vidas."

Uma metáfora sobre a razão antropocêntrica do homem, que acredita ser especial em sua singularidade, tendo sempre um destino futuro glorioso o aguardando.
asnodeburidan 27/10/2024minha estante
Captou a essência circular dessa que, para mim, é uma magistral parábola acerca do insólito. Obra predileta!


Tiago Nunes 28/10/2024minha estante
Cara, está entre os meus favoritos.


asnodeburidan 28/10/2024minha estante
O mexicano Juan Rulfo escreveu uma obra miudinha de natureza e força similares, chamada "Pedro Páramo", que muito influenciou a exploração, no realismo mágico, dessa linha semirealista estranha, áspera e absurda. Recomendo muito.


Tiago Nunes 29/10/2024minha estante
Já tenho esse livro aqui. Está na minha lista de leituras. Aliás, chegou essa semana.




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Brenno.Garcia 13/05/2024

Excelente!
Acompanhamos Drogo ao longo de sua jornada buscando o Grande Motivo. Por ser bem identificável - de várias formas e com tantas fases da vida - o livro me prendeu e me fez refletir bastante.
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Lucsloppes 01/05/2024

É o tipo de livro que precisa ser lido novamente de tempos em tempos. Fala sobre a passagem do tempo e de como podemos ficar estagnados em uma situação apenas aguardando por dias melhores, mas que podem nunca chegar. Tem um dos finais mais lindos e marcantes que já li..
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Rodrigo719 27/04/2024

A vida é mais do que os meus propósitos
Deserto do tártaros é um clássico da literatura italiana que aborda a vida despropositada de menos e o propositada demais. O personagem Drogo inicia uma nova etapa da vida ao habitar na Forte e na mente da milícia que espera ansiosamente pela guerra de um inimigo fantasma: que não se vê, não se ouve, só se criam estórias. O protagonista, com sentimento familiar ainda muito enraizado, tenta voltar para casa no início, mas depois vai aderindo a mesma esperança errante dos militares, a ponto de perder o sabor da vida comum e o extraordinário que ela poderia lhe oferecer, se tivesse escolhido vivê-la.

O susposto propósito do Tenente vai lhe corroendo assim como o tempo, até não lhe restar mais o que esperar. Aquilo pelo qual tanto almejava, chegou no tempo indevido de sua vida e ele não pode mais participar da tão esperada batalha. A solidão na alma então nos mostrou a frustração, de não entender que ele poderia ter tido outra vida se tivesse escolhido o verdadeiro caminho: a verdade e a beleza do amor, ao invés da guerra e da morte.
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Yvan.Leite 23/04/2024

Demorei
A mensagem é bem reflexiva, tempo, como lidar com ele na vida, como dominar o que nos rege? A gente pensa que tem domínio mas somos o dominado .

Demorei para concluir, a leitura não fluiu mas fiz questão de terminar pois a mensagem passada é singular.
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andrids 22/04/2024

Não sei se peguei muito bem a essência do livro, talvez pela distância que sentia do personagem, sem carisma. mas no geral é fácil se colocar nesse ligar impassível e criar analogias. foi como ver um filme de duas horas e meia com praticamente nenhuma fala, todos os cenários falam por si só.
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Pedro HB de Melo 22/04/2024

Tempo vou te fazer um pedido
Quando a gente compra novas coisas e tem pena de utilizar;
Quando a gente tem a melhor roupa e só usa pra lugares especiais;
Quando temos um conjunto de pratos e talhares que só usamos para os dias especiais;

Esperar acontecer é ao mesmo tempo perder.
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@tayrequiao 18/04/2024

A ilusão do tempo.
No compasso etéreo das horas, o tempo dança sua dança silenciosa, tecendo os fios invisíveis que entrelaçam as nossas vidas.

Nascer, crescer, amar, gerar, trabalhar?. Enquanto a vida se desenrola, o tempo trabalha como um ilusionista cruel, que nos embriaga com a ilusão de sua lentidão enquanto secretamente nos conduz a um rápido desfecho.

E ao contemplarmos a finitude, o tempo, tecelão habilidoso, ?um dos deuses mais lindos?, entrelaça o passado, o presente e o futuro para nos questionar: o que fizemos da vida? Com o que consumimos os nossos dias? ??Na história contada por Buzzati, Drogo, um jovem tenente destinado a um posto no afastado forte Bastiani, consome o seu tempo com a espera pelo destino heróico e pelos dias extraordinários que estão por vir. O forte Bastiani, aqui, nada mais que uma metáfora brilhantemente construída pelo autor para representar a zona de conforto que nos aprisiona.

Na vida real, ficamos nós - assim como Drogo que aguardava a chegada dos tártaros para dar significado a sua vida - esperando por eventos significativos que nos complete, projetando esperanças e sonhos em um futuro incerto.

Consumidos por uma rotina vazia, ansiamos pela sexta-feira que chegará para nos libertar. Pela oportunidade perfeita, que transformará a nossa vida. Pelo trabalho novo, que nos fará feliz. Pela viagem programada, que trará finalmente um alívio.

Enquanto isso, ?o tempo não para?, segue tomando posse dos nossos dias, todos eles desperdiçados na espera interminável de um propósito que não se concretiza.

Se você ainda é jovem, talvez as questões levantadas por Buzzati não lhe provoquem grandes reflexões. Mas, se você é uma jovem-senhora 30+, eu indico fortemente que você leia esse livro e que se prepare para repensar toda a sua vida após a leitura.

[ Um pouco além? ]

Como estamos falando sobre o tempo, a brevidade da vida e a inevitabilidade do seu fim, foi impossível não lembrar da obra ?The Voyage of Life?, do Thomas Cole (1842).

Cole criou 04 obras MARAVILHOSAS pra retratar justamente a passagem da vida. Deixei no Instagram (@tayrequiao), vídeos curtinhos explicando cada uma delas. Vale a pena conferir!
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Guilherme 14/04/2024

Razoável
O livro conta a história de um oficial que foi destacado para um forte isolado, ficando a vida toda na espera do combate que justificaria a existência não só do forte mas talvez a sua própria. Eu consigo entender a intenção do autor, e até a mensagem por trás, mas a história é enfadonha. Vale a leitura, porque sempre posso ter lido o livro do jeito errado.
Yvan.Leite 23/04/2024minha estante
Tenho opinião parecida




Daniel.Sousa 02/04/2024

A despeito de fortes e desertos.
Uma vida de espera ou a espera pela vida? Em "o deserto dos tártaros" vemos o início, meio e fim da carreira militar de Giovani Drogo. Compartilhamos com o protagonista as expectativas do início em um imponente forte aguardando um inimigo que vem como uma mancha no horizonte e que talvez leve a vida inteira para chegar.

Confesso que abandonei o livro no caminho algumas vezes, a narrativa não me prendeu em todo o tempo porém o terço final do livro suscita muitas reflexões sobre escolhas e suas consequências.

No livro, assim como na vida, em certo ponto percebemos que o inimigo esperado continua como uma mancha disforme e imprecisa no horizonte desértico enquanto batalhas homéricas são travadas no íntimo... uma vida de batalhas interiores, onde as espadas perdem sua serventia e não é necessário dar sequer um tiro.
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Rayssa 31/03/2024

Tenho uma visão diferente
Eu li este livro por todos os comentários positivos e após a apresentação dele, pela edição de bolso, tive a impressão que enfrentaria um livro sobre QUASES.

Mas não foi a impressão que eu tive.

Acredito que esta é uma história sobre a vida. Na vida a gente as vezes é jogado em oportunidades ou na falta delas.

É muita hipocrisia dizer que para você ser milionário sem trabalhar basta querer.

A gente também faz trabalhos maçantes, os quais, de tão iguais, não vamos lembrar cada dia com detalhes.

E é isso.

Nem todo mundo quer e/ou vai conseguir uma profissão legal como TIKTOKER. Vai ter uma pessoa que vai ficar na recepção, outra que vai carimbar coisas ou fazer peças jurídicas. Outras vão ser militares em funções chatas.

A sociedade, nos moldes que temos, funciona assim: com distribuição de tarefas.

O Drogo escolheu e sentiu prazer na vida que levou. Ele até tentou sair para se forçar a se acostumar com o padrão de felicidade e quando não conseguiu não tentou mais. Claro que a escolha teve seus ônus, como toda escolha.

No fim ele deixou uma lição que é, na minha opinião, NÃO sobre QUASES e sim sobre inevitabilidade: a vida vai passar, correr, acontecer e acabar, não importa quão honrado você seja ou quão legal sua profissão é.

Todo mundo, por mais pleno que se sinta vai sentir o peso da idade e da morte.

O fim de ninguém vai ser bom, mas ele estava em paz.

Como eu disse, é um livro sobre a vida que a gente tem e que a gente pode ter. Sobre como a VIDA NOS ATROPELA, nos surpreende e vai nos matar no final.
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