Mario Miranda 18/11/2019
Ao contrário dos comentários abaixo - que têm todo o meu respeito - porém não possuo conhecimento de Grego Clássico para julgar plenamente o trabalho do tradutor Trajano Vieira.
As Traquínias é uma leitura de Héracles, utilizando-se de mitos distintos ao que Ésquilo usa em sua Tragédia "Héracles". Em Sófocles temos o retorno de Héracles após longos meses a sua morada, onde sua esposa, Dejanira, o aguarda. Héracles retorna a sua cidade com um Butim: um séquito de escravas. Destas, uma logo chama a atenção de sua esposa, pela sua beleza e porte distintos. Após ouvir os boatos de um informante, descobre que o seu marido apaixonou-se por esta que, na verdade, é uma princesa.
Dejanira envia ao marido um manto embevecido no sangue do Centauro Nesso, que prometeu a ela que esta seria a única maneira de manter o coração de Héracles para si. Ao contrário da Promessa, o Manto esvai as forças de Héracles, levando-o a morte. Sabendo do ocorrido, sem que este tenha ainda se consumado, e repudiada pelo seu filho, Lico, Dejanira acaba atentando contra a sua própria vida. Dejanira é uma personagem movida pelo ciúme; entretanto, o que não fica claro, é se ela tem certeza do ato que realiza ao enviar o Manto a Héracles. A dúbia resposta sem dúvida eleva a qualidade da própria Tragédia.
A Leitura de Héracles e de As Traquínias se mostra uma das raras oportunidades de relermos um dos grandes Mitos da Grécia Antiga sob a ótica de dois grandes autores, Sófocles e Eurípedes.
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