Resenhas - Beloved

Niely.Souza 13/11/2024

Fiz leitura bilíngue
Participei do clube do livro na UFPB, onde tive oportunidade de conhecer mais desta autora e fiz a técnica de cortejar a tradução .

lluizxw 16/09/2024

Wow
Toni Morrison, através da ficção, ela humaniza, reimagina e reconta a história de corpos negros nos Estados Unidos durante o período escravocrata.

Essa é uma leitura um tanto quanto complexa, muito desafiadora, por envolver muitos personagens, diferentes narradores, visões, tempos e espaços. Além do mais, a escrita da autora é muito poética e super descritiva.

Fer 18/07/2023

Precisei até escrever a história toda em uma anotação, para não esquecer essa pérola.
Que maravilha de livro! Um tema tão complexo e doloroso como a escravidão, escrito de uma forma absurda pela Toni Morrison. Um desabafo sobre racismo, maternidade, fraternidade, e os verdadeiros pesadelos dessa vida.
Recomendo a todos, não é uma leitura fácil porque a linguagem usada é completamente diferente da habitual, mas uma vez que a gente se acostuma, flui de uma forma maravilhosa!

Marcos606 30/06/2023

Vencedor do Prêmio Pulitzer de ficção de 1988, a obra examina o legado destrutivo da escravidão enquanto narra a vida de uma mulher negra chamada Sethe, desde seus dias pré Guerra Civil como escrava em Kentucky até seu tempo em Cincinnati, Ohio, em 1873. Embora Sethe viva lá como uma mulher livre, ela é mantida prisioneira pelas memórias do trauma de sua vida como escrava.

O romance é baseado na história real de uma escrava negra, Margaret Garner, que em 1856 escapou de uma plantação de Kentucky com seu marido, Robert, e seus filhos. Eles buscaram refúgio em Ohio, mas seu dono e os oficiais da lei logo alcançaram a família. Antes de sua recaptura, Margaret matou sua filha para evitar seu retorno à escravidão. No romance, Sethe também é uma mãe apaixonadamente dedicada, que foge com seus filhos de um dono abusivo conhecido como “professor”. Eles são capturados e, em um ato de supremo amor e sacrifício, ela também tenta matar seus filhos para livrá-los da escravidão. Apenas sua filha de dois anos morre, e a professora, acreditando que Sethe é louca, decide não aceitá-la de volta. Mais tarde, Sethe inscreveu "Amada" na lápide de sua filha. Embora ela pretendesse que se lesse “Dearly Beloved”, ela não teve energia para “pagar” por duas palavras (cada palavra lhe custou 10 minutos de sexo com o gravador).

O romance oferece um olhar angustiante sobre a escravidão e seu impacto duradouro. A narrativa intensamente chocante e comovente foi escrita em uma variedade de vozes e longos monólogos fragmentados, que, como o personagem da própria Amada, às vezes são ambíguos. A bela linguagem e as imagens intensas de Morrison, no entanto, foram celebradas com razão nesta obra clássica.

Juh 27/05/2022

Atual e necessário
Diante de uma história real, a aclamada Toni Morrison traz uma reflexão acerca das marcas cruéis deixadas pela escravidão, abolida recentemente na época do livro.
Seth é a personificação da solidão da mulher negra. Quanto sofrimento essa filha de escravizados sofreu ao ponto de ver-se obrigada a pôr um fim na vida de sua própria filha? É um livro que coloca o leitor em uma posição de pensar e refletir enquanto cidadão na sociedade e no papel representativo de uma própria população.

julie 29/04/2022

Absolutamente incrível
Não acho que eu tenha nem a menor capacidade de dizer o quanto esse livro é incrível. Um milhão de nuances, elementos e críticas escondidas e reluzentes que te deixam de boca aberta. É um livro extremamente forte, e como eu li pra faculdade pra mim fez toda a diferença ir analisando-o em aula. Toni Morrison é com certeza uma das escritoras mais brilhantes que já existiu.

Kel Cesar 01/02/2022

É um livro de memórias, mas na escrita de Toni Morrisson elas mais parecem sonhos (pesadelos?) Que são narrados conforme a gente lembra: catando pedaços avulsos e emaranhados aqui e alí, tentando fazer sentido conforme a história avança.

No começo, as súbitas mudanças de ponto de vista podem parecer meio confusas -- uma hora estamos encerrados nas memórias doloridas de Sethe e, de repente, somos jogados dentro dos sentimentos mais profundos de Denver para então nos vermos encurralados pelas conjecturas de Paul D. Mas a gente logo começa a pegar o sentido dessa montanha russa de palavras e apreciar o ritmo e o estilo tão característicos de Toni Morrisson.

E é assim que essa história, a do povo negro escravizado que os livros não contam, é relembrada. Não sem uma boa dose de esforço e, definitivamente, às custas de muita dor.


Resenha completa no Instagram:
@kel.cesar

Carol 09/04/2021

Beloved
Livro muito pesado, mas maravilhoso, incrível, impactante. Retrata a escravidão de uma forma que eu nunca tinha visto, abrindo a mente para outros aspectos que muitas vezes nem pensamos. E conta uma história, uma história sobre ex escravos, o que às vezes sinto que é raro em obras sobre escravidão, que só querem relatar fatos e enumerar coisas chocantes, não contar uma história que se sustenta por si e assim naturalmente mostra como foi derivada desses fatos e horrores. A autora escreve bem demais, é um dos livros que eu mais marquei passagens, pois são extremamente marcantes e poéticas. Incrível, livro para toda a vida, para qualquer pessoa disposta a se emocionar.

Leila.Cavalcante 28/02/2021

Beloved é um romance chocante. Sempre ouvi falar do estilo especial de Toni Morrison e não entendi bem o que isso significava, mas agora posso dizer que ele me agradou bastante. No começo foi um pouco difícil, pra falar a verdade, a leitura toda é um pouco difícil exatamente por causa da maneira como a história é contada. A narração é em terceira pessoa, mas há interferências, vou chamar assim, na voz do narrador, às vezes uma mudança de ponto de vista, e às pontos de vistas que se entrelaçam, o que é muito interessante de observar ao longo do romance, porque a fragmentação da narração acompanha a fragmentação das personagens, que tentam por sua vez, se reconstruir.

Liliana.Silva 22/06/2020

Beloved, um livro extraordinário
Um livro brutal que nos confronta com as atrocidades de que somos capazes como espécie e com os limites do sofrimento de quem se vê privado dos direitos que lhe são inerentes enquanto Ser Humano.
Retratando a condição de escravidão na perspetiva das vítimas, este romance situado no pós Guerra Civil americana tem mais atualidade do que seria desejável quase dois séculos depois.
A escravatura persiste no mundo dito moderno, estimando-se que cerca de 40 milhões de pessoas vivam nesta condição, 10 milhões das quais serão crianças. Não podemos continuar indiferentes... Muitos dos que procuram refúgio na Europa fogem desta intolerável realidade, tal como os negros americanos submetidos à escravatura fugiam rumo aos Estados livres do Norte.
A leitura tem esse lado bom de nos aumentar a empatia.

?Que qualquer branco nos podia levar por completo e por qualquer motivo que lhe passasse pela cabeça. Não apenas para nos pôr a trabalhar, matar, ou mutilar, mas também conspurcar. Conspurcar tanto que já não nos pudéssemos amar. Conspurcar de tal modo que nos esquecêssemos de quem éramos e já não nos conseguíssemos encontrar. E, embora ela é outros o tivessem vivido e ultrapassado, ela nunca deixaria que isso acontecesse aos seus filhos.?

Lauraa Machado 22/10/2018

Muito bom!
Esse livro foi uma mistura de emoções. As partes sobrenaturais, o fantasma da menina e tudo o mais, não funcionaram muito bem para mim. Não que não tenham sido bem descritas ou que não encaixassem direito na história, porque encaixaram muito bem e deram uma perspectiva sobre os personagens que seria provavelmente impossível de abordar e desenvolver sem isso. E o problema é comigo, juro, simplesmente não consegui me conectar tão bem com essas partes.

Já outras, aquelas em que focaram mais na escravidão, nos personagens e na história deles, foram maravilhosas. Maravilhosas! Quando chegava nessas partes, eu sentia que estava lendo um dos meus livros favoritos, aí era interrompida por uma das que não funcionaram tão bem comigo e ficava cada vez mais confusa entre estar adorando ou nem tanto.

Acho que gostar do elemento sobrenatural ou não vai depender mais do leitor e do momento em que está do que o texto em si. Eu queria ter gostado mais disso tudo, mas ainda vou sempre lembrar do livro com uma enorme admiração, principalmente por toda a história por trás.

Paula 24/03/2018

Beloved, de Toni Morrison
Publicado em 1987 e premiado com um Pulitzer Prize no ano seguinte, o romance Beloved, de Toni Morrison é ambientado após a Guerra Civil Americana e conta a história de Sethe, uma ex escrava que fugiu de uma fazenda no Kentucky, chamada Sweet Home. No momento da fuga, Sethe está gravida de sua filha mais nova Denver e, além dela, tem outros três filhos: Howard, Buglar e a falecida Beloved. A narrativa se inicia em 1873, com Sethe vivendo com sua sogra Baby Suggs e com Denver, na Bluestone Road, 124, em Cicinnati, Ohio. A casa é assombrada pelo fantasma de Beloves, o que teria afugentado Howard, Buglar e os vizinhos de Sethe.
A escrita de Toni Morrison é densa, poética, cheia de flashbacks, Apesar de Sethe, Baby Suggs e outros membros da comunidade serem livres, às vezes não sabem como lidar com essa liberdade: “Freeing yourself was one thing; claiming the ownership of that freed self was another. (p.111-112). Sethe faz de tudo para afastar o passado de seus pensamentos mas, tanto o fantasma da escravidão, como o se sua filha morta, persistem em atormentá-la.

Inspirado em uma história real, Beloved é uma obra incrível, bastante complexo, que certamente será relida por mim em outros momentos.

Newton Nitro 01/07/2013

Resgatando as almas destruídas pela escravidão.
Beloved é um romance da escritora americana Toni Morrison. A história se passa depois da Guerra Civil Americana (1861-1865) e é inspirada na história de Margaret Garner, uma escrava que escapou da escravidão em 1856.

O livro conta a história de Sethe e sua filha Denver depois de sua fuga da escravidão. Sua casa em Cincinnati é assombrada por um fantasma, que eles acreditam ser de uma das filhas de Sethe, morta quando era um bebê. Paul D, um ex-escravo da mesma plantação que Sethe era escrava, chega na casa e passa a viver com as duas mulheres e acabando com as assombrações. Mas uma mulher misteriosa chamada Beloved aparece na porta da casa, iniciando uma série de mudanças na vida dos três e fazendo-os confrontar seus passados.

“Beloved” é considerado por vários críticos americanos como um dos melhores romances dos últimos 25 anos. O livro ganhou vários prêmios e Toni Morrisson recebeu o prêmio Nóbel de Literatura em 1993.

O livro é um mergulho na psicologia e nas mentes das vítimas da escravidão nos Estados Unidos. É um memorial a esses milhões de homens e mulheres que vivenciaram uma das maiores tragédias da história humana. É uma leitura difícil, não pelo estilo de Morrison, que é claro e límpído, mas pelo tema e pela carga emocional dos personagens.

A escravidão é mostrada na visão de suas vítimas, por dentro. A destruição causada nas almas dos escravos é imensa, uma fragmentação da identidade pessoal de modo quase permanente. A narrativa mostra um caminho de reintegração dessas identidades, uma forma sofrída de aceitar e integrar as experiências horrendas da escravidão.

Além do tema do impacto psicológico da escravidão, o livro analisa o relacionamento entre mãe e filha, as ligações maternais e o perigo da obsessão que surge nessas ligações.

O estilo de Morrison é muito pessoal e brilhante. A prosa segue uma cronologia psicológica ao invés de linera, são as memórias dos personagens que ditam o foco narrativo. A linguagem é ao mesmo tempo poética e simples, emulando a visão de mundo dos ex-escravos.

Beloved é um romance poderoso e chocante, uma denúncia contra a escravidão através da destruição causada nas almas tanto dos escravos quanto dos escravistas. Precisamos de mais livros assim, principalmente na literatura brasileira.