A morte de Ivan Ilitch & Senhores e servos

A morte de Ivan Ilitch & Senhores e servos Leon Tolstói




Resenhas - A Morte de Ivan Ilitch / Senhores e Servos


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João Victor - @sigamoslivros 07/02/2018

Resenha de ambos os livros!
A MORTE DE IVAN ILITCH

Ivan Ilitch, juiz russo de personalidade nada cativante, casado com Prascóvia Fiodorovna e pais de um casal de filhos. Agora estão de mudanças para uma nova cidade por conta de trabalho. Mas não é sobre a família comum de Ivan que a história aborda, mas sim um acidente que lhe acometeu nessa mudança.

Tal acidente demorou para provocar uma reação negativa ao juíz. Demorou e fez de Ilitch uma pessoa impotente, acamada, sofrendo sem saber do que se trata, o que lhe está acontecendo e como se curar.

"(...) Sim, a vida era uma coisa minha e agora ela se esvai, se esvai, sem que possa impedir. É isto, só isto! Por que me iludir! Não é patente a todos, menos a mim, que eu estou morrendo e que é apenas uma questão de semanas, de dias, talvez agora mesmo? Havia luz na minha frente, mas agora só há trevas."

E o decorrer do livro vai nos fazer uma reflexão sobre a morte. Não uma morte iminente ou acidental, mas uma morte gradativa. Uma pessoa que busca entender o que está se passando em seu interior físico, procurando uma cura, "com esperança de que vai ficar bem mas sabendo que o fim irá chegar", só não sabe quando.

E a reflexão feita pelo autor é impressionante, uma abordagem aos momentos do último dia de vida e o sentido da vida. Nos faz rever atitudes humanas voltadas ao prazer momentânea, mas devemos agradar o prazer espiritual e ao chegar nosso fim estarmos com a consciência de que valeu a pena viver.

Meu primeiro livro do autor e nem preciso dizer que foi favoritado e exaltarei por toda a eternidade, daqueles livros que sem dúvida levarei para a vida toda. Tolstói, já me deu vontade de ler mais e mais obras suas. Com sua escrita impecável e sua abordagem de temas singulares, sem hesitar digo: um dos melhores livros da vida!



SENHORES E SERVOS

Vassili Andreitch, o senhor. Dono de grandes propriedades e comerciante que cobra valores injustos a seus produtos.

Nikita, o servo. Um pobre trabalhador que mal recebe seu salário e ainda é destratado pelo seu senhor e não reconhecido pelas suas atividades.

Vassilii necessita fazer uma negociação em outra cidade para a aquisição de novas terras, sua mulher o faz ir acompanhado pelo seu subordinado, Nikita. Então ambos, pessoas de características e personalidades distantes, irão seguir em viagem, no trenó com seu cavalo Baio.

Eles estavam no inverno, inverno russo, com grandes nevascas e frio extremo. Um deles irá se despedir da vida. Tema esse que Lev Tolstói aborda em ambas as novelas desse volume.

Podemos pensar que por se tratar de um conto de 52 páginas ele não apresente muito conteúdo e nem dá profundidade aos personagens. Mas pelo contrário, nele temos uma riqueza de detalhes voltada a relação interpessoal do trabalhador e do patrão.

Nessa jornada eles passam por algumas eventualidades, que testam os personagens em sentido de fé e de capacidade de sobrevivência.

Trata-se de um livro com acepção fácil, Leon não deixa as interpretações implícitas, ele mostra a você o real sentido da obra em cada parágrafo. Já posso dizer que Tolstói é um dos meus autores favoritos? Não sei, quero ainda ler obras maiores dele, mas uma coisa eu afirmo: Tolstói é impressionante e emocionante!
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Lana 17/01/2018

Meu primeiro contato com Tolstói.
A primeira história que é a mais famosa eu pensei que seria a que mais me prenderia. Mas foi o contrário, gostei muito mais da segunda história e principalmente de Nikita, o servo que apesar da vida simples e sofrida tem uma animação cativante. As duas histórias nos colocam muito para refletir sobre vida e morte e sobre as coisas que nos fazemos e julgamos como certas ou erradas.
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Luh 18/12/2017

A morte
O livro nos faz pensar de forma diferente sobre a morte. E nos mostra realmente como ela de certa forma sempre esta presente em nossas vidas, pois é a única certeza que temos. Pois oq acumulamos durante a vida não será levado na morte.
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Juliana 02/03/2017

Tolstói me encanta
Quantas páginas o autor precisa para nos colocar cara a cara com as questões mais íntimas da existência humana? Não muitas.
Não é necessário ler obras imensas como Guerra e Paz ou Anna Karienina para perceber como Tolstói entende o que é o humano.
Essa edição de bolso da Saraiva vem com alguns erros de digitação (encontrei dois), mas a leitura é fácil e rápida.
Tanto A Morte de Ivan Ilitch quanto Senhores e Servos descrevem momentos de dúvidas existenciais de homens perto da hora da morte, para quem tem dificuldade em lidar com esses temas (assim como eu) sugiro que vá devagar. rs
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David Ariru 28/10/2016

Refletir sobre a vida
Na primeira novela, A morte de Ivan Ilitch, surgem as clássicas questões: Qual o tipo de vida que vale à pena ser vivida? Qual é a vida boa? O que fazer com a vida? Tolstói nos dá a resposta e, ao mesmo tempo, faz uma crítica ao modelo de vida aristocrático da Rússia daquele tempo. Ivan julgava que vivia o modelo de vida almejado por muitos, o tipo de vida eleito como o ideal; a boa vida. Tanto é assim que ele, no fim, recusa-se obstinadamente a acreditar que sua vida não tenha decorrido de modo satisfatório.

Tolstói mostra que essa vida, muito cobiçada, na verdade traz uma satisfação ilusória. E isto exaspera Ilitch, pois esse vê, já sem poder remediá-lo, que deu a vida para manter este padrão tão desejado, e isso até mesmo literalmente, pois foi organizando a decoração soberba de sua casa que ficou doente.

O texto traz também outras questões, como o modo dissimulado e egoísta com que os outros tratam o moribundo e, ainda mais interessante, o Eu de Ilitch e sua atuação, ou seja, o que Ilitch realmente era, sentia, tinha vontade de fazer e porque fazia o que fazia ou deixava de fazer. Em suma, algo parecido com o que foi chamado depois de id, superego e ego, a divisão do ser em ímpetos, proibições e deliberações. Ilitch parece-nos durante maior parte do texto como um homem que é apenas o que lhe instigou a ser o meio em que vivia, apenas um reflexo do mundo à sua volta, como se não existisse uma unidade deliberativa nele e que só fazia o que diziam que devia ser feito, chegando ao final da vida sem ter sido ou feito o que desejava realmente ser ou fazer.

Já em Senhores e servos, que também critica o estilo de vida aristocrática e burguesa da época, trata-se mais especificamente da relação que essa aristocracia mantém com os seus subalternos. O senhor trata seu servo com superioridade e astúcia enquanto este lhe é sempre passivo, o que chega a ser irônico, pois em várias passagens do texto o servo aparenta ser superior ao senhor em muitos aspectos, sendo ele tratado como é apenas por pertencer a uma classe social diferente.

No fim da história o senhor percebe o quão vão é seu patrimônio diante do que eles estão enfrentando e como, por causa dele e de sua ambição, acabaram entrando nessa situação. Assim ele deixa de lado a avareza, que mais se preocupa em ter que usufruir do que tem, e compreende que, independentemente de classe ou posses, a vida tem mais valor que qualquer outra coisa.

Enfim, são duas histórias que nos convidam a refletir sobre como vivemos nossas vidas e a deixar de lado coisas que julgamos importantes, mas que na verdade podem ser supérfluas. Levando em conta o contexto pessoal em que essas histórias foram escritas, elas certamente carregam alguns traços autobiográficos e deixam transparecer exatamente qual o pensamento do autor a respeitos dos temas abordados.
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