Morada das Lembranças

Morada das Lembranças Daniella Bauer




Resenhas - Morada das Lembranças


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vrido 03/05/2023

ó
No começo, uma história super pesada é contada do ponto de vista de uma criança.
O desenvolvimento da história é interessante
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Tamirez | @resenhandosonhos 27/09/2016

Morada das Lembranças
Sempre que encontrava alguém falando de Morada das Lembranças via a emoção que transbordava através das palavras. E esse foi um dos principais motivos pelos quais resolvi fazer essa leitura. A Revolução Russa é um território estranho pra mim e acredito que esse seja um dos únicos livros que li que tenha esse acontecimento histórico como background.

O fato de a história se direcionar para o Brasil acaba por chamar mais a atenção. Por trás da guerra, das dificuldades das famílias e das jovens que imigravam para o país em busca de um futuro melhor, se criou uma gigantesca rede de aliciamento e prostituição dessas mulheres chamadas “polacas”. Nem as crianças se safavam e desde que pôs os pés no pais tanto a mãe quanto a filha foram abordadas pela avó para que aderissem a situação e passassem a contribuir com dinheiro para a casa.

E, por mais complicado que seja admitir, mesmo o livro se passando a quase 100 anos atrás, ainda é possível encontrar essas redes de prostituição e aliciamento de menores, sejam eles naturais daqui levados para fora do Brasil ou imigrantes que são obrigados a oferecer o corpo em troca de alguns trocados e, por vezes, sobrevivência. Isso é algo que acontece longe dos nossos olhos e já foi alvo de filmes e novelas, mas que também é um assunto deixado no esquecimento.

“Cada morte leva consigo um pequeno pedaço nosso e assim seguimos, às vezes esburacados, às vezes mais fortes. Será que, após cada morte, nasce algo que preencha momentaneamente nossos corações?”

Não há nada de excepcional na construção da narrativa, conhecemos essa história pelos olhos da menina, em primeira pessoa, e sentimos o que ela sente, a confusão, o sofrimento, a dúvida, a dor e a perseverança. O que Morada das Lembranças nos passa e que vários livros pecam em transparecer é a emoção e a sensibilidade dessa história. Por mais que a narrativa seja simples, o livro transborda sentimento.

O que vem nas entrelinhas da jornada traçada dessa família, vai além do que qualquer grande técnica de escrita. A luta dessa família, a coragem dessa menina e a forma simplista e orgânica como ela vê as coisas vale cada página e emociona o leitor. E, um fator que é super curioso, é que o nome da menina que nos conta sua trajetória não é revelado. Deixando-a anônima em sua própria história.

A um certo ponto é possível apenas pensar que não há como as coisas darem certo, que veremos essa personagem querida sofrer e perder a alegria. Porém ela tira forças de onde nem o leitor é capaz de ver. Não é uma narrativa feliz, não é uma história de sorrisos e alívio. Moradas das Lembranças é um livro para ser refletido de forma intrínseca, é para encontrar a lição no sofrimento, na superação.

“Sou o que sou, nunca me perguntaram se consigo carregar a bagagem que vem com a minha raça, minha religião. Temos que carregar aquilo com o que nascemos, seja o que for.”

Outro aspecto interessante é que quando essa família chega ao Brasil uma das coisas que são obrigado a fazer é abandonar suas reais identidades. Eles ganham nomes novos e precisam se adaptar a uma nova cultura, esquecendo tudo aquilo que deixaram pra trás. Acho que mesmo que o que lhes aguardava aqui sendo algo positivo isso não seria uma situação fácil, se despir de quem você é. Mas tendo em vista todo o desamor que encontraram e o desafio de buscar formas de sobreviver sem se submeter a prostituição deve ter agravado tudo ainda mais.

Quando parei pra pensar sobre isso, refleti que talvez a menina não ter o nome revelado durante o livro para o leitor tenha a ver com isso. No fim do dia não importa quem ela era antes, somente quem ela deveria se tornar aqui para conseguir seguir em frente e garantir o seu bem estar e o do irmão. De toda forma, quase tudo que lhe era amado no passado, já não faz mais parte de sua vida quando elas resolvem partir para fugir da Revolução Russa.

Além da história ser de uma delicadeza imensa, a edição também não fica pra trás. As páginas possuem uma diagramação diferenciada, com uma série de “estampas” intercaladas, que ajudam a dar um tom mais leve à trama. Durante a narrativa a autora menciona o fato de que as lembranças são como retalhos que vamos costurando ao longo da vida e, acredito eu, a disposição das estampas esteja relacionada com isso, bem como é possível notar que há uma mudança nos jogos de cor, entre quente e frio, conforme o enforque da história.

Daniela Bauer é uma autora nacional e esse é um livro muito bom, que merece ser comentado e lido. Acho que se encantar por uma obra pela forma como ela é escrita e ver isso dar peso a uma história simples tem um significado todo especial ao leitor. Eu tenho alguns livros assim em minha estante e sei o quanto é difícil tentar explicar para as pessoas como a história me conquistou pela sensibilidade, mesmo que não seja uma obra que leve 5 estrelas.

site: http://resenhandosonhos.com/morada-das-lembrancas-daniela-bauer/#more-6021
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Paulinha 28/08/2016

Resenha: Já colocada pelo Blog Não Leia!
“Morada das Lembranças” é uma história de uma menina e sua avó que tiveram que fugir da Rússia no período da revolução junto com a família. Por causa da precariedade com que a fuga acontecia, qualquer alimento era precioso, e a presença de crianças não era bem vinda, pois eram vistos como problema, então para que toda a família pudesse fugir, a mãe da menina a escondeu debaixo de sua saia.

Ao desembarcar na estação, sua mãe encontrou Alexei, um amigo que, apesar de ser judeu, deu abrigo para a família. Assim, foram em direção à América para encontrar Pérola, sua avó. A menina e o grupo procuravam uma terra de esperança que pudesse os acolher, e apesar de terem sido colocadas em um local denominado terceira classe, conseguiram sobreviver a travessia. Chegando no Rio de Janeiro, ocorreu alguns problemas que foram solucionados com a ajuda do companheiro de sua avó. Seus nomes tiveram que ser mudados, e tiveram que aprender a língua local para poderem seguir vivendo.

Apesar de ficção, Moradas das Lembranças faz nos relacionar com a história dos imigrantes que fugiram de guerras. É um livro triste, realista e sensível, muito bem descrito, que trata de uma profunda e dolorosa história, mas como os pensamentos da protagonista se torna muito tocante. Uma linda história. Isto foi um pouco do que conta o livro, e espero que seja o suficiente para vocês, leitores, se apaixonarem pela história, assim como eu!

site: Blog Não Leia!
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ricardo_22 15/04/2016

Resenha para o blog Over Shock
Morada das Lembranças, Daniella Bauer, 1ª edição, São Paulo-SP: Biruta, 2014, 200 páginas.

Após a morte do pai, uma menina se depara com uma mudança drástica em sua vida e na forma como vê tudo ao seu redor. No auge da Revolução Russa de 1917, o clima de tensão assombra muitas famílias judias e essa garota, acompanhada do que restou de sua família, se vê obrigada a iniciar uma jornada rumo ao desconhecido. Viajando para o outro lado do mundo, ela precisa assumir uma nova identidade, se adequar a uma nova cultura e enfrentar todas as dificuldades sem se abalar. E sempre seguindo em frente

Eu teria de me acostumar com esse traço de tristeza que me acompanharia. Mesmo quando experimentei momentos de alegria em minha vida, as marcas de tristeza em meu ânimo e o medo, companheiro próximo tal qual sombra, nunca me abandonavam (pág. 61).

Sabe aquela deliciosa sensação de visitar a casa da vó em uma tarde chuvosa e passar horas ouvindo as histórias do passado que ela tem para contar? Não é preciso muito para que essa experiência estreite os laços entre avó-netos, mas, dependendo dos relatos, a emoção pode tomar conta do ouvinte e isso inclusive moldar a sua personalidade.

Morada das Lembranças consegue transmitir exatamente essa emoção e talvez seja o motivo que torna essa a leitura tão cativante. Embora seja um livro de poucos diálogos, assim como costumam ser as histórias narradas por nossos avôs, o romance de estreia de Daniella Bauer é repleto de devaneios e ao mesmo tempo carrega a sensibilidade necessária ao se falar de temas delicados sob a visão de uma garota, que ainda desconhece as mazelas da sociedade.

A importância dessa sensibilidade se deve muito aos temas que são abordados ao longo de toda a narrativa. Em nenhum momento Bauer fala abertamente sobre, por exemplo, o antissemitismo, porém isso está tão presente na obra que acaba influenciando diretamente o desenvolvimento da narradora-personagem como pessoa. Sendo um livro destinado ao público infanto-juvenil, não haveria outra forma de a autora ser tão objetiva e realista, uma preocupação que deve ser reconhecida.

Contudo, enquanto esse estilo narrativo possibilita um aprofundamento dos dramas vividos pelas personagens, ele também se mostra falho por um único motivo: a falta de acontecimentos e consequentemente de ação. Muitas vezes os capítulos se estendem por longas páginas, mas tudo parece continuar sempre no mesmo lugar, com uma clara falta de dinamismo e reflexões repetitivas por parte da protagonista.

E essa protagonista é talvez o que faz maior diferença para a totalidade. Mesmo quebrando o ritmo da leitura pelo excesso de devaneios, ela carrega em si uma coragem invejável, que faz dela uma narradora diferenciada, chegando ao ponto de funcionar como uma verdadeira inspiração, tamanha a grandeza e a força de sua personalidade. Dá para dizer, portanto, que ela é a verdadeira cereja do bolo.

site: http://www.overshockblog.com.br/2016/04/resenha-378-morada-das-lembrancas.html#more
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Rotina Agridoce 08/12/2015

Tocante, 5 estrelas!! Leaim!!
Trecho da resenha do blog Lost Girly Girl:
Em 1920, quando Miha tinha sete anos de idade, em meio à Revolução Russa, à guerra civil e à violência desenfreada, ela se viu forçada a deixar para trás tudo o que ela conhecia. Após o assassinato de seu pai, ela, sua mãe, Mahena, e seu irmão, Benji, que tinha menos de um ano, foram obrigados a fugir da Rússia, para tentar reconstruir a vida em outro lugar, onde houvesse esperança.

“A realidade já era demasiadamente cruel, não precisávamos dormir para ter pesadelos e encontrar nossos monstros, eles estavam bem vivos ali mesmo e prontos para nos matar.” p. 39

A partir da narrativa feita pela menina Miha, que, apesar da idade, foi obrigada a amadurecer muito rápido diante das circunstancias, vamos acompanhar a triste história dessa família que, ainda com a dor da perda, precisa agir rapidamente e tentar salvar a única coisa que lhes sobrou, a própria vida.

“Pessoas como eu talvez renasçam da dor somente por meio do amor.” p. 50

Miha, Mahena e Benji eram judeus e isso os tornava uma das principais vítimas da violência na Rússia. No entanto, não foi a salvação que eles encontraram ao deixarem sua casa. Muita luta ainda estava por vir, viagens desconfortáveis, doenças, medo constante e pessoas que não tinham nada além de maldade e rancor a oferecer.

Leia o restante aqui: http://www.lostgirlygirl.com/2015/12/resenha-712-morada-das-lembrancas.html

site: http://www.lostgirlygirl.com/2015/12/resenha-712-morada-das-lembrancas.html
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Juliana 23/10/2015

Excelente!
O livro "Morada das Lembranças" foi escrito por Daniella Bauer e publicado em 2014 pela Editora Biruta. A obra possui 200 páginas e a diagramação, bem como a edição, estão maravilhosas. Muito bem feitas mesmo! Esse livro faz parte de um Book Tour, organizado pelo blog La Oliphant, juntamente com a Editora Biruta.

Nessa obra, escrita em primeira pessoa, podemos enxergar através dos olhos de uma menina a trajetória de sua família que, em meio à Revolução Russa de 1917, viu‑se obrigada a deixar para trás tudo o que conhecia e a empreender uma audaciosa e perigosa fuga rumo a um destino totalmente desconhecido. Com novas vidas e identidades, vê-se despertada pelas inúmeras perguntas que permanecem sem resposta.

Uma coisa é certa: impossível descrever a sensação que esse livro me passou. Aliás, as sensações. Assim mesmo, no plural. É um livro repleto de dilemas, sentimentalismo e dificuldades.

A trama apresenta ao leitor muitas memórias da personagem, que são imprescindíveis para a compreensão da história. Além disso, também há muita explicação sobre a Revolução Russa de 1917, o que, para o leitor leigo, é essencial para a contextualização da obra. Porém, se você entende muito de história, pode se tornar um ponto um pouco cansativo.

A escrita de Bauer é demais! Amei a forma detalhada como ela expõe os fatos. Havia mais de um quote interessante e que me levava a reflexões profundas em apenas uma página. A maneira que a autora utilizou os adjetivos e figuras de linguagem também me encantou.

Tenho apenas uma ressalva: a falta de crases em algumas frases que deveriam tê-la.

Enfim, indico a obra para todos aqueles que buscam um livro com uma ótima escrita e bons ensinamentos. Tenho certeza que esse livro irá te conquistar, assim como fez comigo. É uma obra excelente, envolvente e imprevisível.

"Somos feitos das escolhas que fazemos ou das que deixamos escapar?" p. 18

site: http://www.livroseflores.com/2015/10/resenha-morada-das-lembrancas-daniella.html
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Juh Claro 23/10/2015

Uma ficção que poderia ser real
A história tem início na fuga dela, de sua mãe e seu irmão da Rússia após o assassinato do pai para a Polônia, que é apenas uma escala. A descrição dessa fuga é extremamente delicada e tensa, com a garota escondida nas pernas de sua mãe enquanto seu irmão fica no conforto do colo dela. Acontece que ela só poderia levar uma das crianças legalmente, então a menina teve que se submeter ao desconforto para chegar ao destino deles.

Na Polônia eles encontram-se com um amigo de família, Alexei e são levados à casa dele para descansarem um pouco, já que em breve deveriam pegar um navio para continuarem sua fuga e mudança de vida: eles iriam para o Rio de Janeiro, no Brasil.

O capítulo da Travessia é o que mais se arrastou para mim, demorei um pouco para conseguir finalizá-lo por ser um pouco lento e sem grandes ações, porém é muito importante para o restante da história. É nele que os três são submetidos a terem forças para continuar vivendo e prosperando para chegarem ao novo país inteiros e com vontade de iniciar uma nova vida. Chegando no Rio, a garota fica encantada com o que vê: a praia, as pessoas, o céu, tudo! Quem os acolhe é a avó dela, Pérola, que está morando lá há alguns bons anos.

Mas nem tudo são flores… Primeiramente eles precisam se desfazer de suas identidades e, finalmente, acabam ganhando nomes: a garota vira Maria e o irmão Benjamin. Os nomes “originais” não são citados em momento algum, segundo “Maria”, isso é insignificante e acabamos sem saber como eles eram chamados em sua terra natal. Somente a mãe, Mahena, é mencionada, mas não sabemos se é o nome original ou o novo brasileiro… De qualquer forma, Maria não gostou muito do nome que lhe foi atribuído, mas aprendeu a conviver com ele, já que agora poderiam pronunciá-lo na nova língua que ela teria que aprender, o português.

A convivência com sua avó não foi nada fácil. Ela não estava nem um pouco contente com a chegada da filha e dos netos e fazia questão de transparecer sua infelicidade. Arranjou para eles um quarto no fundo da casa e fazia com que a filha e a neta a ajudassem com os serviços de casa. É quando Mahena começa a adoecer que as coisas começam a piorar. Maria tem que cuidar da casa e do irmão e ainda aguentar a avó dizendo que ela deveria ir à escola ao invés de cuidar da sua mãe. Mas como ela poderia deixar a ´pessoa mais importante para ela adoecendo em uma cama e ir aprender novas coisas? Ela queria passar o máximo de tempo possível com a mãe, pois não sabia até quando a teria ali.


NA ÍNTEGRA NO BLOG!

site: http://juhclaro.com/resenha-morada-das-lembrancas-daniella-bauer/
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03/08/2015

Um turbilhão de emoções
"É um livro que parece que vai levar apenas algumas horas para ler, mas que nos surpreende e nos faz parar vez ou outra para refletir com a protagonista. Assim, “Morada das Lembranças” se torna um livro rápido, mas profundo; triste, mas humano; realista, mas educativo."

Leia a resenha completa no blog Diário de uma Quase-Escritora!

site: http://www.diarioquaseescritora.blogspot.com.br/2015/07/resenha-morada-das-lembrancas-de.html
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Debyh 24/06/2015

Eis um livro que uma amiga escolheu, e de verdade valeu a leitura. Enquanto lia este livro fiquei imaginando quantas crianças não tem infância e são “obrigadas” a serem adultas antes da hora. E o pior é que além de serem adultas antes da hora não possuem os mesmo direitos que um adulto.
Ao mesmo tempo tive aquela sensação boa de que apesar das coisas estarem ruins sempre há uma superação te esperando no futuro. É um bom livro, e isso é algo a ser considerado.
(continua no link)

site: http://euinsisto.com.br/morada-das-lembrancas-daniella-bauer/
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Mari 08/06/2015

Poético!
Comecei a ficar intrigada com a história logo na capa. Normalmente conseguimos entender o que esperar de uma história por alguns elementos constantes na capa. Mas essa era diferente, tão abstrata e nada previsível. Me ganhou!
Em Morada das Lembranças acompanhamos a fuga de uma menina, sua mãe e seu irmãozinho do país natal, a Rússia. Em meio à Revolução Russa e com a morte do pai, Maria (como ficou conhecida quando chegou ao Brasil) viu a vida confortável que levava desmoronar diante dos seus olhos. Ela ainda não entendia o porque, mas precisava ser forte e acompanhar a mãe que, com a ajuda de amigos, conseguiu fugir para a Polônia e, logo depois, para o Brasil.
O livro todo é narrado em primeira pessoa. A rápida fuga, o frio que matava, o permanecer escondida para que ninguém visse que duas crianças estavam acompanhando a mãe (apenas uma era permitido), todos os episódios que levaram à mudança tão drástica de vida são contados através da percepção de Maria.
Eu, chorona assumida que sou, já comecei a derramar algumas lágrimas logo nas primeiras páginas quando Maria, no fim da vida, começa a narrar a história dos seus primeiros anos e das lembranças que tinha daquela época de mudanças.
Logo no início, a forma como Maria começa a contar a história, me levou a crer que ela falaria do relacionamento com sua neta. Foi nesse momento que as lágrimas começaram a rolar pois foi impossível não lembrar de minha avó, com quem eu era extremamente ligada e que já deixa saudades em meu coração desde 2009. Mas não é esse o caminho que o livro toma e eu confesso que fiquei um pouquinho decepcionada, porque ainda não li nenhum livro que fala da ligação entre avós e netos, achei que este poderia ser diferente mas a questão foi abordada bem sutilmente.
Independente disso, Morada das Lembranças é um livro poético. Apesar de narrado por uma criança, a forma como a personagem nos conduz para as dificuldades dos seus dias é comovente. Acompanhamos todas as mudanças e as recordações que Maria foi obrigada a guardar em um baú no seu coração: sua terra Natal, os nomes impronunciáveis que foram trocados por mais simples na chegada ao Brasil, os documentos originais da família, os pais, a religião e a vida que nunca mais seria a mesma. A narrativa não é nada infantil e é carregada de sentimentos e determinação.
A cada etapa da vida de Maria as letras das páginas são acompanhadas por ilustrações abstratas, como as da capa. Interpretei como as cores das lembranças, pois os tons das ilustrações mudam a cada capítulo e, a meu ver, de acordo com os sentimentos de Maria. Como eu disse, poético.
Indico o livro a todos e parabenizo a autora, Daniella Bauer pela sensibilidade em sua escrita. Desejo muito sucesso!
Espero que gostem!

site: http://cantinhodeleituradamari.blogspot.com.br/2015/06/resenha-morada-das-lembrancas.html
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ViagensdePapel 24/05/2015

Morada das lembranças, de Daniella Bauer
Classificado como literatura juvenil, Morada das lembranças é um livro que surpreende pela narrativa densa, rica e poética. Em suas 200 páginas, a obra conta a história de uma menina, que ainda muito nova teve que fugir com sua mãe e irmão pequeno da Rússia, que na época, por volta de 1920, promovia perseguições a diferentes grupos, como o de judeus. Como sua família era judia, ela teve que partir em busca de novos horizontes. Seu pai não poderia acompanhá-los, já que havia sido assassinado alguns dias antes.

Dividido em oito capítulos, além do prólogo e de um texto contextualizando a época, o livro narra, em primeira pessoa, a jornada seguida pela menina e uma imersão em suas lembranças e esperanças. Apresenta desde a fuga, quando ela tinha sete anos, até a chegada ao Rio de Janeiro, local de destino e a passagem do tempo. O amadurecimento precoce da protagonista e a narrativa rica e cheia de metáforas me fizeram lembrar de Valter Hugo Mãe. Halla, a personagem de “A desumanização“, e Maria (nome que a pequena russa adota ao chegar no Brasil) são bem diferentes, mas carregam em si marcas de uma difícil existência.

Tanto a fuga, a travessia e a chegada ao país foram complicadas para a família russa. Ao chegar no Brasil, hospedaram-se na casa da avó, que havia fugido alguns anos antes. Ela, porém, abrigava-os por obrigação e fazia de tudo para tornar a vida difícil. Isso piora quando a mãe morre e Maria perde os resquícios de sua infância para cuidar do irmão pequeno. O desejo que tinham de construir uma vida melhor ao chegar na América é apagado pelos claros obstáculos a serem enfrentados no país.

O livro é lindo, emocionante e desperta diversos sentimentos durante a leitura. A história de Maria é muito real e triste, mas o capítulo final, “Renascimento”, fecha muito bem a obra e traz esperança. No início e no fim, inclusive, somos apresentados à neta de Maria, que fica incumbida de adentrar a morada das lembranças da avó e contar a sua história para o mundo. A única coisa que achei que poderia ter sido explorada melhor é a relação entre avó e neta. Fiquei um pouco triste ao virar a última página, pois esperava ler mais sobre as duas juntas. Porém, isso não é um ponto negativo. A escolha feita pela autora também ficou muito legal.

Além da história, a edição feita pela Biruta também está lindíssima. Cada capítulo assume uma tonalidade diferente e praticamente todas as páginas do livro contam com ilustrações que remetem à colcha de retalhos, a maneira como a história ia sendo construída, bordada. Além de tornar o livro mais bonito, torna também a leitura mais dinâmica.

Apesar de juvenil, Morada das lembranças é um livro para ser apreciado por todos. Escancara as belezas e as durezas da vida, do exato jeito que ela é. Também vem, com excelência, para lançar Daniella Bauer ao mundo da escrita. Se este é o seu romance de estreia, estou ansiosa para o que vem por aí.



Leia a continuação da resenha, acesse o link abaixo:

site: http://www.viagensdepapel.com/2015/05/25/resenha-morada-das-lembrancas-de-daniella-bauer/
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Três Leitoras 17/05/2015

Resenha: Morada das Lembranças
Depois de ler a sinopse você pode estar se perguntando: mais um livro falando sobre a trajetória de uma família que foge do seu país devido a guerra?

Pode até ser mais um livro, mas não é qualquer livro... E vou listar para vocês alguns pontos que na minha opinião fizeram uma enorme diferença...

O livro se inicia com a morte da Maria, depois de tudo que ela passou... Desde a sua infância até a velhice... E isso já é um diferencial, independente do que ela tenha passado, ela sobreviveu e é nisso que me apego durante toda a história...

O pai da Maria foi assassinado e após isso a sua mãe resolve fugir da Rússia e vai para a Polônia com seus dois filhos, a Maria com sete anos e seu irmão, um bebê de colo. Ler tudo que eles passaram nessa pequena viagem é de nos fazer segurar a respiração, cada vez que me colocava no lugar da Maria, meus olhos enchiam de lágrimas.

Quando chegam a Polônia, eles ficam temporariamente na casa de um amigo, mas não podem ficar por lá durante muito tempo e aí descobrimos que eles virão para o Brasil (esse para mim é um outro diferencial!) e serão ajudados pela avó da Maria que já está há muitos anos no país, precisamente no Rio de Janeiro.

confira a resenha completa no blog
http://tresleitoras.blogspot.com/2015/04/resenha-morada-das-lembrancas.html

site: http://tresleitoras.blogspot.com/2015/04/resenha-morada-das-lembrancas.html
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Tay 14/03/2015

Booktour Editora Biruta
Através dos olhos de uma menina inicialmente assustada, mas bastante corajosa, o leitor acompanha a trajetória de sua família que, em meio á Revolução Russa de 1917, viu-se obrigada a deixar para trás tudo o que conhecia e a empreender uma audaciosa e perigosa fuga rumo a um destino totalmente desconhecido.
Durante a jornada, a menina percorre um caminho tortuoso para escapar da sina reservada aos filhos da revolução, enfrentando desconfortos inimagináveis que a levam a tecer um novo conhecimento acerca de si e do mundo. Com novas vidas e identidades, vê-se despertada pelas inúmeras perguntas que permanecem sem resposta.
Mas, essa é a chave da Morada.
Não ter as respostas lhe permite seguir em frente e abrir todas as portas.

Minha opinião: Achei o livro muito interessante, logo de inicio me remeteu ao livro "A Menina que Roubava Livros", uma história extremamente detalhada e linda...
A história se torna um pouco maçante no capitulo Travessia, onde travei um pouco, o restante vai fluindo perfeitamente, o livro é bem fácil de ler e entender.
O livro é lindo demais, as ilustrações, a biruta está de parabéns não encontrei nenhum erro de edição (o primeiro livro que li sem erros), os desenhos se encaixam em forma de cores na história.
De inicio acho que a história se perde referente a neta (da garotinha), onde só é mencionada no inicio e fim do livro.
A historia tem inicio meio e fim, seguem uma ordem de fatos, o que deixa mais fácil e evidente a compreensão e também o crescimento e evolução da personagem.
O sofrimento é constante e muito bem descrito no livro. A forma com que a dignidade dela é mantida, de criança a mulher, conseguimos perceber a força e coragem da personagem!
Confesso que esse gênero literário não é um dos meus preferidos, mas me apaixonei pela história, pela edição do livro.
Tanto a Daniella quanto a Editora Biruta estão de parabéns
Recomendo o livro para todos.
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Saleitura 20/02/2015

Moradas das Lembranças é um livro escrito pela autora Daniella Bauer e que nos foi cedido pela nossa parceira a Editora Biruta. Impossível não ficar maravilhado com a beleza de apresentação e ilustrações que enchem de vida e cores esta história que já são marca registrada da editora.

Morada das Lembranças é uma história da avó e neta que é contada através dos olhos de uma menina. “Uma delas viveu sua história com coragem e dignidade. A outra soube ESCUTAR COM O CORAÇÃO.”

Vamos conhecer a história de uma menina de sete anos que fugiu da Rússia na época da Revolução de 1917 junto com sua mãe e seu irmão ainda bebê. Momentos angustiantes em que crianças eram vistas como mais uma boca para comer. Sua mãe a escondeu entre suas saias até que chegassem a Polônia. "Nunca me esquecerei disso. Eu me tornara a segunda mala, o essencial".

Desembarcaram na estação de Trem onde sua mãe encontrou-se com Alexei - um amigo de infância- que mesmo correndo todos os riscos por ser judeu não deixou de ajudá-las arranjando uma casa para ficarem por alguns dias. A menina que é quem nos conta essa história descreve o que sentiu quando sua mãe soltou a faixa que a prendia ao seu corpo. O carinho e colo materno que recebera. "Ela me trouxe de volta à vida." E no aconchego desse lar ela se recorda dos momentos vividos com seus pais na Rússia, a dor pela morte do pai, os perigos que as mulheres enfrentavam na ilusão de receberem ajuda para fugir da miséria e acabarem sendo prostituídas. Partiriam logo rumo a América onde vivia sua avó Pérola.

Seguiram viagem de navio como fugitivos e mesmo já tendo passado mais de setenta anos ela se lembrava de todos os detalhes dessa travessia. Foram levados para um lugar chamado de terceira classe que cheirava mal e que nenhuma brisa dava o ar da graça. As pessoas podiam ser diferentes mas ali todos eram iguais. Todos fugiam "em busca de uma nova terra que pudesse acolher” suas esperanças. A viagem foi lenta e o tempo custava a passar. Muitos não conseguiram sobreviver à viagem sacrificante, mas enfim chegamos à terra firme.

A chegada ao Rio de Janeiro teve seus contratempos, mas com a chegada de sua avó junto com seu companheiro militar conseguiram ser liberadas. Tiveram que mudar seus primeiros nomes, aprender o idioma local e assim seguiram suas vidas. Só que sua mãe não teve a sorte que esperava. O que será que aconteceu? E ela que passou a se chamar Maria conseguiu se adaptar a nova vida? Tantos tropeços, lágrimas, solidão que acompanharam sua jornada. Com certeza os leitores vão se emocionar muito com essa história.

"Carregar muitas histórias sem contá-las, tendo muitas vidas que guardar, nos torna pessoas pesadas, por demasiado entristecidas."

Resenhado por Irene Moreira
http://www.skoob.com.br/atividades/post/user/54e6aea0584eb487798b4a23


site: http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2015/02/resenha-do-livro-morada-das-lembrancas.html
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