Naty__ 04/10/2014Indesejadas é o primeiro livro da série de Kristina Ohlsson e seu romance de estreia. A autora é sueca e cientista policial. Sua obra foi uma surpresa para mim; a história é angustiante e eletrizante. Não dá para largar o livro e não ficar curioso pelo o que acontecerá.
Fredrika Bergman é a protagonista da série, uma analista criminal que seus colegas de trabalho, Alex e Peder, não fazem questão de seu auxílio nas investigações, menosprezando sua qualificação profissional.
Em muitos momentos, o preconceito predomina. Na maioria das vezes, o leitor se apega com raiva de Alex e Peder, por tratar Fredrika como se não tivesse nenhuma utilidade no trabalho. Porém, ela mostrará que é capaz de fazer muito mais do que eles pensam e do que ela acredita.
As crianças não desaparecem, são as pessoas que as perdem (p.19).
Os três realizarão um trabalho incrível, mesmo tendo alguns desentendimentos. A autora se preocupou até nisso: em mostrar que em toda relação trabalhista existe uma intriga, mas que é possível ser resolvido. Ohlsson soube criá-los de forma a mostrar que os detetives são extremamente humanos e passíveis de erros.
Indesejadas é um nome intrigante e chamativo. A trama não poderia ser inferior ao título do livro. Sara está com sua filha Lilian na estação de trem da segunda maior cidade da Suécia: Estocolmo. Porém, Ela deixa sua filha dentro do trem e vai fazer uma ligação. Contudo, é surpreendida por uma jovem que está com o seu cachorro passando mal e resolve ajudá-la. Porém, algo surpreendente acontece: o trem parte antes do horário e sua filha fica sozinha no vagão. O desespero toma conta de Sara e ela se vê atada sem saber o que fazer.
A criança simplesmente desaparece do trem e a equipe de Alex é designada para desvendar esse caso. Quando a criança aparece morta, nua e com a palavra indesejada estampada em sua testa, o temor toma conta e o caso repercute na mídia.
De todas as pessoas doentes do mundo, nenhuma era mais repugnante do que as pessoas que violentavam crianças (p.84).
O crime é totalmente voltado para um suspeito e, de repente, todas as pistas são jogadas na mesa e eles se veem preso a outro suspeito. A trama é totalmente bem feita, criativa e o crime é surpreendente. Ohlsson deixa o leitor indignado, estagnado e preso em sua narrativa.
Não teremos apenas um crime, mas outros que nos deixarão receosos pensando em se tratar de um serial killer; será? A história é bem desenvolvida e a autora não deixa pontas soltas. Para tudo existe um motivo e isso faz com que a autora ganhe destaque em minha biblioteca.
A capa é muito linda, sombria, misteriosa e dá um aperto só de ver o par de sapatos de Lilian na foto. Ao terminar a obra, fiquei olhando a capa e divagando em tudo o que acontecera com a garota. Ohlsson soube me tocar até mesmo em pequenos detalhes. A diagramação é simples, mas deixa a leitura rápida. Notei pequenos erros de tradução, mas nada que desmerecesse a qualidade do livro ou que diminuísse minhas cinco estrelas à obra.
O mais importante não é o que você diz, mas o que você faz. Se eu não souber o quanto você me ama, se você tem que me dizer isso, é porque nosso amor não vale nada. Estou certo? (p.124).
Se vocês precisavam de um ânimo para ler este livro, se existia algum resquício de dúvida se vocês deveriam ler ou não, acredite: leiam! É totalmente surpreendente a resolução desse caso. Parabéns à autora e à editora Vestígio que já virei fã.