Marina 07/07/2021Como é bom reler Harry PotterTo devorando de novo a série, é uma delícia. Prisioneiro de Azkaban começa a dar o tom dos próximos livros, tem muito mais cenas nas aulas (inclusive vivemos a semana de provas com os alunos), começa a ter uma pegada menos infantil e insere alguns elementos geniais na franquia: Sirius Black, os Dementadores, o Mapa do Maroto, Lupin e a professora Trelawney, dentre outros.
Eu AMO a adaptação do Prisioneiro de Azkaban pro cinema, é um dos meus filmes preferidos da saga, mas não da pra negar que ela alterou muita coisa. Isso torna ainda mais gostoso ler o livro, porque temos vários ?bônus? e ?cenas extra? que são incríveis de reler.
Dentre eles têm as passagens do Harry passeando sozinho por Hogsmeade, detalhes sobre os marotos e, especialmente, o cotidiano deles enquanto alunos de Hogwarts. São mais momentos e diálogos que nos ajudam a imaginar o dia a dia de jovens bruxos.
SPOILERS ABAIXO!!
Apesar de amar muito o livro, acho importante pontuar duas críticas.
A primeira é sobre o enredo. Esse livro, até por complexificar a narrativa, acaba trazendo mais furos. São alguns, mas o que mais me incomoda é o vira-tempo: quando a professora McGonagall daria um item tão raro e perigoso - guardado numa sala ultra-secreta do ministério - pra uma menina de 13 anos assistir mais aulas??
A segunda crítica é mais séria, e é uma que permeia todos os livros, mas fica especialmente marcante nos livros que marcam o início da adolescência de Harry, Rony e Hermione, e diz respeito às mensagens implícitas de padrões de gênero e beleza - em especial gordofobia - que se tornam mais cruéis a partir do terceiro livro, sendo mais graves ainda no quarto.
Eu amo demais essa série, mas apesar dela passar mensagens macro extremamente necessárias e positivas, que eu levo pra vida até hoje, ela também contribui para reforçar mensagens preconceituosas, o que é especialmente grave considerando a faixa etária de muitos dos leitores.