Resenhas - Empreendedorismo Criativo

Gio 01/10/2024

Raso
A autora somente conta um pouco sobre a empresa e como foi criada/tudo começou. Tudo aliás parece muito igual. E ai você descobre que todas as empresas estão de alguma forma conectadas e as pessoas se conhecem. Sei lá, pareceu um livro encomendado.

ThiagoFermorais 29/12/2017

Um excelente livro para conhecer mais sobre Empreendedorismo Criativo
O livro Empreendedorismo Criativo apresenta cases sobre como surgiram algumas das empresas mais inovadoras do Brasil e as histórias de seus idealizadores. Muitos desses empreendimentos estão ligados ao segmento de Economia Criativa e são responsáveis pela transformação da experiência com o cliente, a implementação de práticas de gestão disruptivas e a quebra de padrões e paradigmas inerentes ao seu modelo de atuação.
No capítulo inicial do livro, a autora apresenta a empresa Inesplorato, uma curadoria temática de conhecimento fundada em 2010 na cidade de São Paulo. Trata-se de uma organização estruturada por núcleos de negócios que são monitorados pelos sócios e cujo propósito é “fazer com que a humanidade evolua por meio do conhecimento”. A empresa foi criada com base na ideia de cruzar dados para diagnosticar anseios de pessoas e outras empresas, e ajudá-las a encontrar caminhos para se relacionar melhor com qualquer tipo de informação. Ao identificar uma necessidade de conhecimento e encontrar a manifestação certa para aquela demanda, a Inesplorato inovou no formato da entrega dessa curadoria, com diagnósticos e entrevista prévia com o cliente além do envio de conteúdo em caixas personalizadas, o que remete a ideia de um presente exclusivo, feito sob medida. Ao propor um negócio totalmente novo, os sócios se depararam com a desconfiança do mercado uma vez que não havia serviço semelhante sendo disponibilizado, até então. Com o tempo, já estabelecidos no mercado e não tendo concorrência direta explícita, a empresa conseguiu arregimentar clientes de grande porte (como Melitta, por exemplo) e ampliou consideravelmente seus serviços e áreas de atuação, focados principalmente no mercado corporativo.
Outro exemplo é a empresa Perestroika. No capítulo dedicado a este empreendimento, a autora conta a história de um grupo de amigos que decidiram criar uma escola bem diferente dos padrões convencionais. Trata-se de uma escola de atividades criativas, que oferece cursos originais com temáticas inusitadas (como pôquer, cerveja, futurismo e até maternidade!) e dispõe de metodologias próprias. A Perestroika inovou justamente ao disponibilizar ao cliente uma experiência autêntica, marcante e memorável. Os conteúdos são apresentados com esmero em relação ao design da informação. A forma como as histórias são contadas durante as aulas, a experiência vivencial, o modo outside baseado na ideia do “ir e fazer”, além da utilização de simulações, vídeos, música e até a caracterização dos facilitadores como um personagem em sala de aula, fez com que a Perestroika pudesse se dar ao luxo de inventar qualquer curso cujo tema esteja relacionado a criatividade. Já consolidados no Brasil, com unidades espalhadas em alguns estados, os sócios apontam o desafio futuro: criar uma metodologia de ensino a distância e a internacionalização do empreendimento.
É importante destacar que muitas dessas iniciativas surgiram do desejo irrequieto de seus fundadores de promover mudanças significativas no mundo, bem como de ser agentes principais dessas transformações. É o caso da Catarse, a primeira plataforma de crowndfunding para projetos criativos no Brasil. No livro, fica evidente o propósito da empresa que é o de ajudar a viabilizar projetos criativos e apoiar ideias que têm alguma causa social. De um modelo totalmente colaborativo, atualmente a empresa expandiu para outras plataformas com categorias específicas, como financiamento de shows musicais e/ou projetos cujo objetivo seja captar recursos via leis de incentivos fiscais. Outro exemplo nesta mesma linha é a WebCitizen, cujo propósito está vinculado a promoção do engajamento político e a conexão e aproximação dos cidadãos aos seus representantes.
Outras empresas como como a Mandalah, Cria e até mesmo a já conhecida Box1824, também aparece no livro em capítulos exclusivos. Além da presença de forte idealismo nessas iniciativas, é possível constatar também o emprego de atitudes e habilidades empreendedoras, como utilização de rede de contatos, persistência e exposição a riscos calculados. A ideia de propósito também permanece como um forte componente influenciador da ação empreendedora, bem como um desejo intenso de inovar, criar algo totalmente diferente, criativo e com potencial para transformar uma boa ideia em realidade, em produto ou serviço e mesmo mudar o mundo.
Estes empreendimentos figuram hoje como iniciativas sustentáveis cujo modelo de negócios foi amplamente difundido e copiado em seus respectivos segmentos de atuação. As empresas citadas no livro são capazes de se reinventar, adotar formas diferenciadas de se posicionar no mercado, crescer e transformar, além de atuarem como vetores importantes da inovação e criatividade, revolucionando o nicho em que estão inseridas e servindo de inspiração para outras empresas criativas nascentes.
Em relação ao livro supracitado, é importante destacar a facilidade com que esses novos negócios foram criados e se estabeleceram no mercado. É, com certeza, um dos aspectos mais positivos relatados pois demostram também a adaptabilidade de seus fundadores ao ambiente incerto e as constantes mudanças. Embora seja um livro que conta histórias apenas de empresas do mercado de economia criativa, os exemplos escolhidos servem de inspiração para empresários e empreendedores que desejam iniciar um novo negócio ou mesmo que querem mudar sua área de atuação