bowldelaire_ 21/02/2023
Eu sinceramente amei revisitar um pouco do Arcadismo brasileiro. Sempre foi um dos movimentos literários que mais me encantou. No entanto, a minha paciência para as liras amorosas é um pouco mais rasa, gosto das comparações e o sentido não teológico que se dá aos seres míticos, mas todo o amor por Marília é tão excessivo que cansa.
Quase não se há defeitos nessa mulher amada, que é perfeita em tudo que se propõe e é capaz de suprir (com um sorriso, um abraço, um olhar ou seja lá o que for) todas as demandas exigidas pelo sentimentalismo daquele que está apaixonado.
Recomendo, porque é um clássico e merece sim ser revisitado de tempos em tempos para se entender e compreender alguns aspectos da época. Não retiro aqui o valor literário das liras amorosas, por mais que elas não sejam do meu agrado no todo. Para quem procura mais do Arcadismo e quer fugir dessa amorosidade em excesso, recomendo O Uraguai, cuja leitura em conjunto com Marília de Dirceu deixa claro os diversos aspectos do Arcadismo brasileiro, o que pode ser muito proveitoso para quem se aventura a estudar as raízes da história literária no Brasil