Jose 10/03/2023
Marada, a Mulher-Lobo é um quadrinho de fantasia, do subgênero espada e feitiçaria, o mesmo do célebre clássico pulp Conan, o Bárbaro. Foi publicado aqui no Brasil pela editora Pipoca & Nanquim em um lindo acabamento de capa dura e com ótimos textos introdutórios de amigos e também editores dos autores.
A obra é escrita por Chris Claremont, que foi responsável pela co-criação de adorados personagens da Marvel, como Vampira, Mística, Gambit e Lince Negra. Também foi responsável por arcos de história cultuadíssimos pelo público, como a saga da Fênix Negra que reformulou Jean Grey como a Fênix. Já quem cuida da arte é John Bolton, um monstro do desenho, que usa e abusa do fotorrealismo de maneira impecável e tem uma mão para mínimos detalhes que fazem toda diferença.
Indo para a história, o gibi se passa no Império Romano, mas com a adição de monstros, demônios, feiticeiros e magia, e suas primeiras páginas nos introduzem à Donal MacLlanllwyr (sim, estou com o quadrinho na mão pra poder digitar esse nome) entrando em combate com uma caravana que levava um prisioneiro. Esse prisioneiro é Marada Starhair, uma guerreira feroz e temida mercenária, com o sangue do imperador Júlio César correndo em suas veias, e cuja fama em combate lhe trouxe a alcunha de Mulher-Lobo. No entanto, Donal percebe que Marada está diferente. Ela está dócil, não há um traço sequer da indomada guerreira de outrora, e então Donal decide trazê-la a sua custódia para descobrir o que aconteceu com a Mulher-Lobo.
É nesse mistério que a história dá seu pontapé inicial. Com uma escrita literária e objetiva, característica dos anos 80, somos levados para conhecer Marada e tentar descobrir o que houve com ela. Diferente de muitos quadrinhos de sua época, temos uma protagonista mulher, forte, bonita e sem o clichê da donzela indefesa, quebrando vários paradigmas de machismo, tanto no meio dos gibis quanto de sua época. É uma ótima leitura, que aborda temas como a superação de um trauma e a força que há dentro de si.