Nan 03/02/2024
Simplesmente (quase não) acontece
Você já teve aquele silêncio?
De simples não tem nada.
O livro começa com uma sequência incrível de bilhetes, e-mails e mensagens trocadas com provocações que te fazem sorrir. Essas mensagens introduzem a dinâmica da amizade de Rosie e Alex. Se você já teve uma amizade assim, vai se identificar. É uma forma curiosa de contar a história. Trás intimidade das conversas e mostra vários ângulos porém, pode dar a impressão que eles sempre tiveram uma webamizade o que faz a química amorosa perder um pouco o sentido. A verdade é que eles sempre estiveram"próximos" mesmo estando longe. Ou pelo menos tentaram.
Quando li o livro pela primeira vez, era adolescente e amei. Eu tinha um melhor amigo que acabei me apaixonando e as conversas eram assim. Tinha esse sentimento. Hoje lendo adulta, vejo a imaturidade nas ações e como ambos desconhecem seus verdadeiros sentimentos. Antes me conectei muito com a Rosie adolescente e seu amorzinho pelo amigo.
Agora, me conectei muito mais com a Rosie, mãe, percebendo a pressão que sofre. Sofrendo o medo adiantado pela adolescência da filha. Vendo como o mundo é diferente para as mulheres na questão da parentalidade. Lidando com traição, solidão, a dependência de um parceiro. Em resumo, Alex se muda pra Boston com 18 anos, vira médico bem sucedido. Já Rosie, engravida na formatura e se torna mãe, cancelando todos os seus sonhos de trabalhar como gerente de hotel. A vida passa e em 10 anos, Alex se casa e Rosie cria sua filha sem muita perspectiva: arruma um emprego e um namorado.
Acho que esse é um dos poucos casos onde o filme acaba sendo melhor ou tão bom quanto o livro. O lado bom é que graças aos saltos temporários vemos a história toda do começo ao fim. E também é fácil de ler rápido. Reler o livro também me lembrou o motivo pelo qual não leio mais romances e histórias de amor. É impossível não se comparar e desejar um desses amores de novela. Coisa que dificilmente vamos encontrar na vida real.
Digo que simplesmente quase não acontece porque são muitos desencontros, sempre estão em momentos diferentes, como se a vida brincasse de ping pong com eles.
E a Ruby, sinceramente, é uma amiga que me arrancou boas risadas. Todo mundo deveria ter uma amiga meio Ruby. O Greg é um idiota completo.
Chega um monte que fica difícil aguentar a relação da Rosie do Alex. A carta do pai da Rosie me fez chorar. E momento da mãe da Rose também. Chega a ser frustante demais você ver passar os anos e os personagens perdidos. Me faz muito refletir se não estou fazendo a mesma coisa. E o maldito silêncio...será que um dia vou ter (de novo?)? ?