anapachecoeumsm 14/07/2022
A Fuga dos males
Quem nunca se sentiu triste? Sozinho? Como se ninguém o entendesse?
O Louco, apesar do título do personagem e da criação dele ter sido exatamente para aquilo ao qual o nome dele se refere, é um personagem de várias camadas e nuances, essas que fogem pelas páginas e são abraçadas por aqueles que mergulham e correm com ele nessa fuga.
O Louco é a personificação da alma, das cores, da esperança, das coisas boas e vivas sem máscaras sociais, da falta de medo, de filtro, cheio de vivacidade, tenacidade e naturalidade.
Poderia ser a eterna criança da turminha de eternas crianças, justamente por ter em si aquilo de mais bonito que alguém pode ter; vida.
E vida nesse caso, é sinônimo de arte, já que Licurgo Orival Umbelino é um artista nato. Seja no seu jeito de se vestir, falar, agir com a turminha (que diga-se de passagem foi uma das partes mais lindas do livro aos olhos do Rogério Coelho), o Louco respira arte, respira cor e nessa fuga de um lugar ao outro impede que os guardiões do silêncio tirem dele aquilo que é mais importante pra viver; a arte.
A fuga dos males nesse caso, é permanecer artista num mundo que cala, num mundo que briga, bate e anula aqueles sem as máscaras sociais engendradas, engrenagens cinzas e gaiolas pré-prontas.
Aqueles dispostos a fugir com o Louco, se aventurem não só por essa história, mas todas da turminha e de outros artistas, porque a verdadeira fuga do Louco ocorre quando nós, os supostos sãos, damos as mãos pra arte e acordamos num mundo mais bonito.