paloma 20/09/2020
O livro conta a história da família Buendía e da cidade e povo de Macondo, cidade fictícia que bem poderia ser real, e se encontram isolados do restante do mundo. Através de uma escrita ímpar o autor nos leva a uma imersão junto àquele povo para condenar as mazelas sofridas naquele reduto expondo de forma sem igual as corrupções, explorações, genocídios, revoluções, despotismo, entre outras condições. É nesse momento que o leitor se dá conta que Macondo corresponde a qualquer cidade, estado ou país da América Latina e que o ciclo de esquecimento, abandono e negligencia por parte dos líderes (leia-se governantes, chefes de família e estado) presente na narrativa permeia a nossa realidade.
Por muitos momentos a narrativa é dominada por metáforas e o real se confunde com o fantástico, nos levando ao patamar do realismo mágico da imaginação, de sonhos e divertimento, estilo tão contundente quanto belo.
Essa obra nos deixa maravilhados com a genialidade de Gabo e nos trás a incontundente certeza de que se privar de ler Cem Anos de Solidão, é se privar de se conhecer.
"Autor de diversas obras, a questão da busca da identidade latino-americana sempre foi tema chave de suas narrativas, uma vez, que conforme o mesmo salientou em seu discurso na Suécia em 1982, ao ser premiado com o Nobel: a América Latina sempre foi subjugada, despida e abandonada após a colonização, além da usurpação de suas riquezas.
Expôs ali de forma comovente as 05 guerras sofridas, os 19 golpes de Estado, os 120 mil desaparecidos e a morte de 20 milhões de crianças antes de completarem dois anos." (Luciana Queirós)