Rafael 01/08/2019
Intenso e viciante!
O livro nos conta a história e as infelicidades da família Buendía através do tempo. Algo que, por si só, pode despertar o interesse de leitores de todos os gostos. Entretanto, a capacidade de permear por diferentes gerações e suavemente mesclar realidade e fantasia em momentos oportunos, torna-se algo extremamente agradável através das palavras de Gabriel García Márquez. Atrevo-me a dizer que não há partes tediosas no livro, e sempre tem um acontecimento capaz de prender a atenção do leitor. Pus-me diversas vezes no lugar do escritor e me perguntei de onde poderia vir tanta criatividade e imaginação. Li que a estória foi inspirada em sua infância, junto aos seus avós, em pequeno "pueblo" colombiano. O livro lhe rendeu um merecido Nobel de literatura. Já havia lido outras obras do autor, como "O amor nos tempos do Cólera" e "Memórias de minhas putas tristes". Creio que nenhum é tão bom quanto à obra resenhada. Quero destacar ainda aos que pretendem ler o livro, que vale muito a pena, mesmo que seja para discordar da minha modesta opinião. O livro poderá proporcionar uma viagem pelo ciclo repetitivo de Aurelianos e Josés Arcardio e das bem elaboradas personagens femininas que surpreendem pela força, como Úrsula Iguarán e Santa Sofia. Enfim, dava para passar o dia falando sobre cada personagem bem construído desse clássico. Não há como esquecer do personagem Maurício Babilônia, que durante sua breve passagem pelo romance, marcou profundamente pela sua ligação com as mariposas amarelas que perseguiam sua amante e pelo triste fim que separou para sempre o casal. Como lembra o grande cronista Luiz Fernando Veríssimo, tudo que vicia começa com a letra c: cachaça, cigarro, coca-cola, café, cannabis, chocolate. Não seria diferente o livro Cem anos de solidão.