Sofi 28/09/2021
Livro feito para sentir, não para entender
Talvez me critiquem, mas acho que essa foi a leitura mais difícil que já fiz. Não sei se foi a falta de experiência com a escrita do autor ou se ele é realmente complexo mesmo.
Cem anos de solidão trata de muito mais do que a solidão através do tempo, mas a solidão e entre as pessoas. Passam-se gerações e gerações e tudo parece igual - os sentimentos, as pessoas, as ações.
Você é levado a construir uma Macondo na cabeça e vai adicionando as novas informações como se criasse um mapa, detalhando ruas, casas? você praticamente vira um habitante junto aos personagens.
Amo o fato de usarem nomes e personalidades únicas para as mulheres, fazendo-as serem as peças chaves de toda a trama. Não nego que os nomes dos homens confundem a mente, hora ou outra eu não sabia se estavam falando do pai, do filho, do neto ou do bisneto. Mas acredito que tudo isso seja intencional para gerar essa ideia de looping que Gabo queria demonstrar.
O livro é uma obra prima, de relevância não só nacional como mundial. Eleva o padrão e valoriza a América Latina como referência na literatura. Talvez eu releia em alguns anos e sinto que terei as mesmas emoções que senti.