ludwig2 29/01/2022
comicidade e ironia
São seis contos:
A parasita azul: jovem médico que estudou em Paris volta para a sua vila natal no interior de Goiás, e reencontra as pessoas da sua infância e adolescência, e um amor. É um conto interessante porque tem alguma reflexão sobre as diferenças entre capital e interior, usando um extremo que é Paris.
As bodas de Luís Duarte: narra a festa de casamento de Luís Duarte e Carlota. É o conto mais interessante e engraçado do livro, na minha opinião. Contém muita ironia.
Ernesto de tal: dois rapazes que rivalizam pelo coração de uma moça. O clássico triângulo amoroso machadiano, em que (spoiler) no fim a mulher sempre vence: ela se casa com um, mas sempre mantém o outro perto, ficando sempre com dois homens.
Aurora sem dia: um jovem que tenta ser poeta, depois tenta ser político, e enfim se fixa como lavrador, deixando para trás os arrebatamentos e teimosias da juventude. É um conto bem cômico.
O relógio de ouro: o marido chega em casa e depara-se com um relógio de ouro. É um mistério: ele pergunta à esposa, e ela diz que não sabe. Ele quase enlouquece com o enigma, até que ele enfim se resolve, com uma surpresa...
Ponto de vista: troca de cartas entre duas amigas, uma casada em Juiz de Fora, outra solteira no Rio de Janeiro. É outro conto interessante, porque traz uma "narradora" feminina e jovem.
No geral, são contos em que predomina o aspecto cômico e, por debaixo dele, a ironia sobre os personagens e as pessoas que eles representam na sociedade da época: o bacharel, o jovem que faz versos, a moça esperta e namoradeira, os adúlteros, os políticos que só se ocupam com discursos, etc. Foi uma leitura boa, 3/5.