ricardo_22 04/07/2015
Resenha para o blog Over Shock
Matar Alguém, Roger Franchini, 1ª edição, São Paulo-SP: Planeta, 2014, 368 páginas.
Em uma madrugada chuvosa, o plantão dos policiais Maurício e Rodrigo tinha tudo para ser tranquilo, mas eles se deparam com a morte de um fotógrafo e, em meio a investigação, descobrem um pen drive que contém gravações suspeitas de várias ligações do secretário de Segurança do Estado de São Paulo.
Ao mesmo tempo em que tentam descobrir o motivo de um fotógrafo ter grampeado um secretário do governo estadual, Maurício e Rodrigo precisam encontrar a relação disso com uma série de assassinatos de policiais militares, cometidos por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). E a investigação vai levá-los a uma conspiração inimaginável.
“Mesmo não sentindo o mínimo de respeito pelos policiais militares, Maurício compartilhava com eles a vontade de eliminar todos os vagabundos incorrigíveis do mundo. Só era preciso tomar cuidado, pois algumas pessoas cometiam crimes, mas não eram bandidos” (pág. 148).
Como fã de romances policiais, todos os livros do gênero conquistam a minha atenção e isso, infelizmente, algumas vezes acaba não sendo tão bom. Os motivos podem variar, mas quase sempre o que incomoda é a ausência de um cuidado que, ao meu ver, é essencial para uma obra do gênero. Roger Franchini pode ter acertado na elaboração dos detalhes, porém Matar Alguém está longe de ser o livro que imaginei em um primeiro momento.
Antes de qualquer outro comentário, vale ressaltar que a diagramação da obra possibilita uma leitura extremamente rápida, o que se intensifica também com a própria linguagem simples utilizada pelo autor. No entanto, o início confuso acabou dificultando o meu envolvimento com a história, assim como a demora em revelar um enredo consistente. Embora em dado momento passe a ser interessante, ainda considerei aquém do imaginado.
Dá para afirmar, sem a menor dúvida, que a sinopse me deixou preparado para um livro diferente de tudo o que havia lido até hoje. Foi exatamente por isso que a primeira imagem de Matar Alguém foi a de um livro diferenciado, que teria as ruas de São Paulo como cenário, a polícia como protagonista, mas que se destacaria principalmente pela possível conspiração retratada em suas páginas. Isso tudo acontece, porém sem proporcionar qualquer tipo de envolvimento.
Os detalhes da conspiração até devem ser levados em consideração, em especial por ser algo que muito provavelmente não fica longe da realidade. Ao perceber que o autor explorou cada mínimo detalhe da vida de um policial, fica claro o quanto sua experiência como investigador contribuiu para a construção do enredo e das personagens. Ele sabe o que está falando, mas… isso nem sempre é suficiente.
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