Tsu 09/03/2016
Poucas obras têm protagonistas invencíveis tão convincentes qto Conan. Geralmente esse tipo de protagonista fica chato rapidamente e o autor tem que apelar pra história ou pra outros personagens. Mas a obra de Howard não é só seu protagonista; ela o coloca dentro de um mundo extremamente denso e criativo, com feiticeiros, nações, reis, princesas e, claro, o desconhecido sobrenatural. A densidade de um universo de uma história é a receita - que poucos conseguem seguir - para um bom livro de fantasia, Howard parece ter a manha nesse quesito e ainda alia a isso a sua forma envolvente de contar a história e temos um ícone do gênero espada e feitiçaria, ou melhor, a origem dele.
Confesso que achei os contos independentes do final do livro mais interessantes do que a história principal, mas nada que a desmereça.
As lutas de Conan contra seres inumanos muito mais poderosos, seu protagonismo brutal e o choque provocado pelo contraste entre a sua forma prática (bárbara) e ao msm tempo até mais civilizada de lidar com a vida e a forma mais burocrática das outras sociedades foram o que mais me agradou no livro.
Falando dos pontos negativos, tenho dois: a falta de um mapa foi angustiante em certas partes e até msm atrapalhou o entendimento do que determinados personagens queriam dizer.
O outro é o escrachado racismo contra os negros do autor. É engraçado notar isso qdo ele tbm é claramente antiescravagista e demonstra isso nas ações do protagonista. Mas o fato é que isso me incomodou um pouco na hora de ler.
Tirando esses dois pontos, principalmente o segundo, com certeza foi uma ótima leitura e com certeza pretendo ler mais coisas do bárbaro cimério.