Larissa 04/03/2017Blog Por Livros IncríveisHá séculos, uma verdade acompanha cada herdeiro do ducado de Bousquet: A Maldição dos Hallinson's.
Conta-se que a tragédia os acompanha, levando à morte as esposas em seu primeiro ano de matrimônio. Geração após geração, aprendem sua sina e a regra a seguir para possuir uma união frutífera e longa.
Octávio Hallinson Segundo sofre as consequências de não seguir esses ensinamentos. Viúvo, isolou-se da sociedade, fugindo da responsabilidade de casar-se novamente para providenciar um herdeiro para deu título. Um homem marcado pela dor.
Mical Baudalaire Nashgan sempre foi uma mulher decidida, enfrentandoas ordens de sua tia e negando-se a seguir o protocolo que obrigava mulheres a procurar maridos apenas por posse de títulos e dinheiro e não por amor.
O posicionamento contraditório aos costumes afastou os candidatos, tornando-o uma das únicas solteironas que sua província conheceu. A mais bela dentre elas.
Uma tragédia a coloca frente aos perigos da floresta aos pés da Montanha da Lua e seu futuro torná-se incerto e assustador.
*Sinopse original
"Por que o proibido sempre retorna para atormentar aqueles que se empenham em resisti-lo?"
Sabem quando um livro te ganha pela capa? Esse foi o caso entre Montanha da Lua, sua linda capa e eu. Mais do que qualquer outra coisa, foi atração instantânea por essa moça com capuz à la Chapeuzinho Vermelho que, não faço a mínima ideia do porquê, me remetia a uma fantasia medieval. Pois bem, sabemos agora que o livro na verdade é um romance de época e quem frequenta o blog há algum tempo sabe que esse é um dos meus gêneros literários favoritos, por isso eu não poderia deixar passar a chance de conhecer essa história de amor. E valeu a pena pois mesmo não sendo muito diferente dos usuais romances datados há aqui uma sutil mensagem sobre amar e ser amado que me deu o que pensar.
Mical, que devo dizer é um nome que achei bastante incomum, é uma mulher de 34 anos que, contrariando a sociedade, nunca se casou por preferir permanecer sozinha a enfrentar um casamento sem amor, mesmo desejando muito ser mãe. Ela é uma protagonista forte, decidida, que vai atrás das suas convicções independente do que os outros pensem mas que por isso também é muito teimosa e sua teimosia gera algumas situações inusitadas no início da trama. Apesar disso, pois eu tenho um certo problema com personagens com teimosia em excesso, ela é uma personagem que me agradou desde o início, principalmente pela sua forma de lidar com tudo de cabeça erguida.
Já Octávio, o mocinho em questão, é um homem que vive consumido pela culpa da morte de sua esposa, já que acredita piamente que a maldição que assola os homens da sua família é verdadeira. Olha, eu entendo os motivos do personagem ser e agir da forma como o fazia, afinal a carga que ele carregava não era pra qualquer um, mas em diversos momentos tudo o que eu queria era dar um belo puxão de orelha nele pois ele era tão obcecado pela maldição que não percebia o quanto isso afetava Mical e a relação de ambos, muitas vezes a fazendo passar poucas e boas.
Quem leu a minha resenha de O Cobiçado, sabe que eu me apaixonei pela escrita da autora, que é leve, fluida e instigante na medida certa. A narrativa em primeira pessoa conta a história na visão dos protagonistas, Mical e Octávio, e há alguns capítulos narrados por Antonietta, tia de Mical, e pelo mordomo de Octávio que foram essenciais para ampliar a visão do leitor dos acontecimentos, deixando mais claras algumas situações e atitudes. Aliás, todos os personagens secundários nesse livro foram muito bem aproveitados: seja em tramas secundárias ou em favor da trama principal, todos estão ali por algum motivo.
A trama em si transcorre de forma bastante tranquila e em consequência a leitura flui bem e em uma boa velocidade. O único ponto que não me agradou foram as cenas de sexo que achei que não se encaixaram muito bem na trama, tornarando os capítulos mais lentos e, na minha visão, acabaram se tornando desnecessárias, mas nada que pese ou desvalorize o romance que tem todo um conjunto muito bem elaborado.
"O medo é um dos sentimentos mais impactantes que conheço, assim como o amor. Ambos possuem o poder de guiar um ser humano, levando-nos a atitudes que jamais seguiríamos em um estado normal"
Mari Scotti conseguiu criar (mais) um casal que possui uma química única, bastante própria e que com isso deixa o leitor torcendo desde o início pelo final feliz enquanto acompanha uma história cheia de percalços e mistérios envolventes. Um início muito agradável pra uma série que tem tudo pra ser excelente.
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