Juliana 12/01/2017
RESENHA: MONTANHA DA LUA (FAMÍLIA HALLINSON #1) - MARI SCOTTI
♥ TÍTULO: Montanha da Lua (Família Hallinson #1)
♥GÊNERO: Romance de Época
♥SINOPSE: Há séculos uma verdade acompanha cada herdeiro do ducado de Bousquet: A Maldição dos Hallinsons. Conta-se que a tragédia os acompanha, levando à morte as esposas em seu primeiro ano de matrimônio. Geração após geração, aprendem sua sina e a regra a seguir para possuir uma união frutífera e longa. Octávio Hallinson Segundo sofre as consequências de não seguir estes ensinamentos. Viúvo, isolou-se da sociedade, fugindo da responsabilidade de casar-se novamente para providenciar um herdeiro para seu título. Um homem marcado pela dor. Mical Baudelaire Nashgan sempre foi uma mulher decidida, enfrentando as ordens de sua tia e negando-se a seguir o protocolo que obrigava mulheres a procurar maridos apenas por posse de títulos e dinheiro e não por amor. O posicionamento contraditório aos costumes afastou os candidatos, tornando-a uma das únicas solteironas que sua província conheceu. A mais bela dentre elas. Uma tragédia a coloca frente aos perigos da floresta aos pés da Montanha da Lua e seu futuro torna-se incerto e assustador. Conta-se que a tragédia os acompanha, levando à morte as esposas em seu primeiro ano de matrimônio. Geração após geração, aprendem sua sina e a regra a seguir para possuir uma união frutífera e longa. Octávio Hallinson Segundo sofre as consequências de não seguir estes ensinamentos. Viúvo, isolou-se da sociedade, fugindo da responsabilidade de casar-se novamente para providenciar um herdeiro para seu título. Um homem marcado pela dor. Mical Baudelaire Nashgan sempre foi uma mulher decidida, enfrentando as ordens de sua tia e negando-se a seguir o protocolo que obrigava mulheres a procurar maridos apenas por posse de títulos e dinheiro e não por amor. O posicionamento contraditório aos costumes afastou os candidatos, tornando-a uma das únicas solteironas que sua província conheceu. A mais bela dentre elas.
Uma tragédia a coloca frente aos perigos da floresta aos pés da Montanha da Lua e seu futuro torna-se incerto e assustador.
♥REDES SOCIAIS
Skoob - Adicione
Onde comprar: Ebook amazon
♥ RESENHA
Quando peguei esse livro para ler eu procurei não saber nada sobre ele. O que para mim é estranho, pois tornou-se em mim um velho vício saber, ao menos o nome dos personagens principais e ler a sinopse antes de iniciar qualquer leitura. Mas, com "Montanha da Lua" não foi assim. Então, já abrindo as primeiras páginas restou para mim a alternativa de especular sobre o que se tratava aquela história.
Logo no começo nos é apresentada uma personagem que, embora esteja numa situação que despertaria em qualquer pessoa medo, seu primeiro pensamento sobre o que vivência é não se deixar cair no papel de donzela em perigo.
“Deveria lembrar-me de que sou a mulher que enfrentou toda uma sociedade para permanecer solteira e não uma donzela em apuros que precisa de um príncipe encantado que a resgate! ”
Mical Badeilare Nashgan é uma "Donzela" solteira, já na casa de seus trinta anos, o que é totalmente inaceitável, fora dos padrões de sua época, alguém atingir tamanha idade sem um marido e filho sequer. Apesar de demonstrar tristeza com a perda dos pais ainda na adolescência e ter sido criada por uma tia amargurada e rígida e um tio amoroso, mas submisso à esposa, e mostrar não se importar com o que os outros dizem, no fundo, anseia se apaixonar e conceber à um filho, fruto de uma união com amor.
Em um final de tarde, após um incidente, Mical se vê em um lugar completamente desconhecido, julgando ter sido vítima de um sequestro apavora-se. Principalmente ao descobrir seu "sequestrador".
Mical Badeilare Nashgan é uma "Donzela" solteira, já na casa de seus trinta anos, o que é totalmente inaceitável, fora dos padrões de sua época, alguém atingir tamanha idade sem um marido e filho sequer. Apesar de demonstrar tristeza com a perda dos pais ainda na adolescência e ter sido criada por uma tia amargurada e rígida e um tio amoroso, mas submisso à esposa, e mostrar não se importar com o que os outros dizem, no fundo, anseia se apaixonar e conceber à um filho, fruto de uma união com amor.
Em um final de tarde, após um incidente, Mical se vê em um lugar completamente desconhecido, julgando ter sido vítima de um sequestro apavora-se. Principalmente ao descobrir seu "sequestrador".
Octávio Hallinson é um duque que carrega nas costas um peso maior que seu título nobre. Herdeiro não somente de uma vasta fortuna e propriedades, mas de uma maldição que vem se arrastando por gerações, fazendo-o mais uma vítima da vasta lista de homens da família Hallinson, deixando para trás apenas um homem afundado na culpa e na solidão. Apesar de ser formado em medicina e ser considerado, inclusive pelo rei, um excelente profissional, ter um diploma não o impede de acreditar que está amaldiçoado para toda vida e que se der continuidade a sua geração, assim será passada adiante. Todos sabem que basta um Hallinson se apaixonar para que a maldição da família as enlouqueça até a morte, ter um filho de um, então, é condenar a próxima geração de alguma outra mulher que virá a encantar o varão. Não suportando mais o pesar da perda que sofreu em seu coração, Octávio se isola em sua cabana localizada na Montanha da Lua afim de não "condenar" mais nenhuma pobre donzela a um destino rumo a sua cova, mas um encontro inesperado desafia todas as suas escolhas passadas, e, voltar a se apaixonar se mostra um caminho sem retorno, mas que ele não tem forças para não o trilhar.
“ A primeira lição que recebíamos: Toda mulher que você amar morrerá. Iniciando por sua mãe. ”
♥.MINHA OPINIÃO
Diferente de muitos romances que li, em " A montanha da lua" não conhecemos uma donzela jovem toda romântica, em perigo, onde o cavalheiro aparecerá para resgatá-la, mas totalmente ao contrário. O protagonista é quem precisa desesperadamente ser salvo de seus demônios por querer amar e não poder, seus medos o sufoca e o impedem de viver. Mical, apaixonando-se desde o primeiro momento descrê totalmente de que seu amado seja realmente amaldiçoado. Mas como fazê-lo acreditar de uma vez por todas e, finalmente, admitir que a ama e que há a possibilidade de um futuro juntos?
É o primeiro romance de época em que não me irritei com a protagonista por ser delicada demais ou "sofredora" demais ao ponto do rapaz a todo momento se esforçar para convencê-la a se entregar ao romance, o famoso clichê, mas totalmente ao contrário! É impossível não admirar Mical pela persistência sem se desvalorizar, sem perder o amor por si mesma em uma sociedade que só a descrimina por ser uma solteirona órfã na casa do trintas.
Mical é o retrato perfeito de uma época em que a idade de uma mulher era irrelevante até que a mesma desposasse. Fora isso, a ingenuidade que hoje praticamente não existe mais, permanece nos conceitos, costumes e educação de uma dama. Apesar da idade da protagonista é possível ver claramente que a autora soube por reflexos de uma sociedade machista onde casar "bem" e dar filhos homens ao seu marido se torna uma obrigação, que apesar de ignorar as regras de sua sociedade, a maneira a qual foi educada e criada sua “rebeldia” não impede o impulso de cumprir com suas "obrigações".
Apesar de gosta muito de romances de época, confesso que alguns chegam a ser cansativos por ser tratar de costumes e falas diferentes dos quais estou habituada e parecer muito artificial. Mas, não foi o que aconteceu com esse. Uma leitura contínua e super gostosa de seguir.
Quando um autor nos apresenta uma obra que se passa num século antecedente ao nosso, um detalhe que jamais me escapa é a maneira que seu personagem, ou seus personagens, apresentam o mundo em que vivem de acordo como era anteriormente. Não me refiro a carruagens e etc, mas na maneira de falar e pensar e agir, de através do personagem sermos introduzidos no universo em que será narrado a história, desde os costumes delicados e educados às necessidades básicas (kkk) e a Mari se preocupou bastante com esses detalhes, claro que seu foco não foi inteiramente narrar um século passado, mas ela não fechou os olhos para isso deixando seu romance muito mais envolvente.
OBS: Eu sempre achei admirável nos autores a intuição certeira de conseguir encaixar nas cenas onde uma determinada ação, onde desenrolar da história acontece, momentos em que o personagem vai se apresentado para o leitor, narrado sua história sem deixar de viver o que acontece ali, no seu presente momento. Mari soube fazer isso, sem deixar estranho e sem desfocar do que acontece no agora de sua protagonista.