Daniela742 26/12/2022
Cada dia mais apaixonada por Jorge Amado
Como minha segunda leitura de Jorge Amado, já percebo como o autor não se contenta em dar profundidade apenas aos personagens principais, mas de mostrar detalhadamente o entorno, as relações, a cultura e o cotidiano. Cada personagem é um universo e isso deixa a história muito rica!
Adoro os regionalismos e como a cultura baiana é parte importante da história. Muito provavelmente, seja minha parte preferida: enxergar a região em que vivo tão cheia de vida e com personagens tão marcantes vivendo dessa realidade.
Dona Flor é uma super personagem, super heroína. Ela faz o destino dela! Em alguns momentos lembrei de Anna Karenina e não pude deixa de fazer algumas comparações meio sem pé nem cabeça (mas com algum sentido na minha cabeça). Cheguei a conclusão de que dona Flor tem o tempero baiano e no final ela não se prende regras, preconceitos e normas. No final, ela faz o que bem quer, pensando no melhor para ela mesma.
Destaco esse trecho do posfácio do livro que diz muito sobre a história: "(...) Dona Flor é mais que um romance meramente baiano (...) Ele é também - e sobretudo! - uma densa especulação sobre o escolher não escolhendo. É uma parábola de viés enganadoramente populista, na qual uma consciência feminina, educada para ser obediente, ativamente transforma a relação mediadora, que é sempre lida como consequência, num sujeito, colocando-a como central, e não como resultado das oposições."
Escrevo isso logo que acabei de ler então ainda estou na êxtase do final, com certeza minhas opiniões são suspeitas, mas fazer o que, já estou fixada por Jorge Amado ?????