Tipo Coelhos 18/05/2016
Stoner, da editora Rádio Londres, editora esta que eu nunca tinha ouvido falar mas que fez essa belíssima edição capa dura, com uma belíiíssima foto, e aquela folha gostosa de se ler ... ai ai, me lembrou aqueles livros capa dura do circulo do livro...
Bem, o livro conta a história de Willian Stoner, essa história começa em 1910 quando ele tinha seus 19 anos e se estende até o ano de 1956, onde com seus 65 anos, ele morre.
Já na primeira página é isso que você vai ver, todo o resumo da vida de Willian Stoner. O escritor passa todo o resto do livro contando essa história de vida da forma mais linear e simples possível, e com uma escrita deliciosa, com aquele estilo gostoso de contador de história mesmo, sabe?
Stoner tinha uma vida muito simples, vivia em um ambiente rural e desde bem novo ja tinha suas obrigações como: ordenhar as vacas, alimentar os porcos, etc. até que um dia seu pai o informa sobre a possibilidade de ele ir para faculdade de Columbia estudar Ciências Agrarias.
Com aquele tipo de conversa entre pai e filho que pouquíssimo se fala, e com obediência e submissão a seus pais, ele apenas aceita ir, não se pode dizer que ele queria ir, nem que não queria, ele apenas aceita e vai.
E é esse tipo de atitude, ou falta dela, que veremos em Stoner, e falando assim até parece ser chato, mas o grande trunfo do livro não é a história que é contada, e sim como é contada, como a maioria dos bons livros, né?
Não vou entrar em detalhes sobre o que acontecerá na vida de Stoner, mas o que o escritor John Willians consegue é criar um personagem extremamente carismático.
De certa forma me lembra muito aqueles filmes de comédia, tipo dos Irmãos Coen, que torcemos demais pelo personagem, mesmo que saibamos que as coisas muito provavelmente darão errado pra ele.
E em mais ou menos 300 paginas iremos conhecer esse personagem, torcer por ele, vê-lo se casar, vê-lo se formar, ter filhos, se desapontar, ser extremamente feliz, e extremamente infeliz.
Até nas partes mais tristes eu senti que o escritor teve um jeito leve de contá-las, ele contava algo extremamente ruim, e passava por isso de maneira simples, do tipo "a vida continua", acho que pela forma passiva que Stoner encarava a vida, parecia que nada o atingia realmente.
Outro detalhe interessante é que a história passa pelas duas Grandes Guerras, e por mais que isso seja só pano de fundo, o pouco que se fala, a forma que o personagem encara a guerra, é bem interessante.
Até aqui eu pensei: um livro bom, mas só bom, nada excepcional, mas aí chegaram as paginas finais, e me arrisco a dizer que foi um dos melhores e mais bem escritos finais que já li.
Livro pra ser devorado mais de uma vez.
site: www.tipocoelhos13.blogspot.com.br