CrisVieira~ 29/05/2024Uma boa Leitura com um frustrante FinalA história desse livro complementa as informações do segundo livro da trilogia e dá aos personagens funções interessantes na trama, porém, após um momento de intensidade tão eletrizante que prende o leitor, o enredo segue para um desenlace que prometia ainda mais, mas não se concretiza.
E se o final se encerra dessa maneira, qualquer leitor se pergunta o que virá depois, pois as pontas soltas permaneceram.
Além disso, houve entrosamentos e relacionamentos que achei dispensáveis e que não tinham valor significativo para o desenrolar da história. A tenente Ekalu é um personagem que, apesar da competência em comando, me parece uma "válvula de escape" para um dos personagens principais e não gosto quando um escritor cria um personagem, dá a ele algum conteúdo de fundo, para apenas ser um "suporte" para as idas e vindas de humor de outro que, como disse outro personagem, fica bem apenas quando a personagem principal está em cena.
Também acredito que esse e o livro anterior poderiam ter sido publicados como um só pois os eventos não apenas de complementam como o segundo livro pareceu, depois da leitura deste, um apêndice do terceiro livro.
E, claro, se era para serem separados, deveria ser uma quadrilogia, pois as consequências do que os personagens fizeram da metade para o final do livro provavelmente foram sentidas em todo o Império e as outras partes do Tirano devem ter percebido o adversário formidável que encontraram em Breq. Fora os personagens que surgiram neste livro - que são importantes em suas particularidades frente ao Império Radch - e o que ocorreria nos anos mais próximos após o que a Breq decidiu criar.
Cada um desses pontos seriam um verdadeiro fechamento para a saga e dariam o pontapé inicial para o futuro do Império - sua ruína ou reerguimento - e dos que viviam nele e ao redor dele.
Mas, ao que parece, essas questões permanecerão não respondidas. O livro fecha-se de maneira melancólica, "em aberto", com uma ideia que não gosto de que "tudo é possível"; e, para mim, isso demonstra o cansaço em se criar um mundo inteiro tão complexo como o do Império Radch e afins ou o esgotamento de ideias da autora para ele.
Foi um leitura mediana com um final frustrante e que merecia um pouco mais (ou mais um livro para explicá-lo).