Brasil: Uma biografia

Brasil: Uma biografia Lilia Moritz Schwarcz
Heloisa Murgel Starling
Heloisa Murgel Starling




Resenhas - Brasil: Uma Biografia


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Rosangela Max 06/02/2022

Trabalho impecável!
Imagino o quão extensa e profunda foi a pesquisa feita para a escrita deste livro.
As autoras arrasaram demais!
Conseguiram contar a história do Brasil de uma forma rica, sem ser maçante.
Foi uma leitura cansativa pra mim, não vou negar, mas isso devido ao tema e ao gênero, não em relação a escrita das autoras.
Senti que aproveitei mais a leitura depois da parte sobre a Inconfidência Mineira porque, muito do que estava sendo informado até então, não era novidade pra mim. Já tinha lido em outros livros, como os dois primeiros livros da trilogia ?Escravidão? de Laurentino Gomes que aborda exaustivamente sobre alguns temas.
Gostei muito da leitura. Foi um intensivão sobre o Brasil.
Recomendo para quem tem interesse em tentar entender as ?presepadas?que o povo brasileiro vem enfrentando ao longo dos séculos e toda luta gerada, em busca de um país melhor.
Só não podemos esquecer que o país é governado e povoado por pessoas. Portanto, nada será melhor se não tivermos governantes e cidadãos melhores.
Marlon 06/02/2022minha estante
Vc acaba de me dar mais uma boa razão para, assim que me for possível, ler esse livro. Gostei demais da sua resenha. E certamente vou gostar do livro tbm quando o ler. Pra vc uma boa noite e uma ótima semana.


Paloma 07/02/2022minha estante
Estou ainda no início da leitura e amando! Lendo aos poucos pois não tenho muito tempo, mas está sendo uma experiência muito rica. É claro o impecável trabalho de pesquisa das autoras.


lipeengineer 10/04/2024minha estante
Stou lendo




Gustota 23/07/2015

Um livro de história clássico atualizado
O livro "Brasil: Uma Biografia" é uma abordagem culturalista da história do Brasil com devidas atualizações históricas e novas confrontações de velhos fatos. O trabalho das autoras traz aquilo que gostamos nos livros de história clássicos: fartas gravuras, detalhamentos da vida social, paralelos da vida pessoal de figuras notórias com suas trajetórias com a nação. Aliás, para esse livro, a máxima de que "a história nada mais é que a biografia de figuras notórias" cabe como uma luva.

O período analisado vai da ideia de viagem ao Brasil (não da "descoberta", mas de um planejamento para a consciência da Coroa Portuguesa de que havia algo lá e não eram as Índias) para mais ou menos a eleição de Fernando Henrique em 1994, resumindo em menos de um parágrafo as três sequências eleitorais de reeleições. Isso é deveras frustrante, visto que nas imagens é destacado o momento das Jornadas de Junho. Acho que faltou um pouco de coragem e ousadia das autoras em analisar esse momento, perdendo a oportunidade de serem pioneiras em inserir uma análise dessas num livro de história do Brasil. Talvez foi feito em termos de se manterem neutras em relação à política contemporânea. Novamente é uma pena, pois o período não incluído de análise (todo o pós ditadura) é muito rico em questões sociais e culturais e foi tratado com menor cuidado.

Esse livro é muito feliz em montar um mapa da história que não une só política e economia, como joga também no lado dos costumes sociais e produções culturais. Não pretende criar teorias totalizantes que explicam de forma radicalmente inovadora nosso país nem tentam redimir novos grupos sociais culpabilizando velhos inimigos. Tem um forte espírito do padrinho Gilberto Freyre e do Sérgio Buarque de Hollanda, sem entretanto querer amenizar as rusgas raciais ou fixar um temperamento histórico para o brasileiro.
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Rafa 11/08/2021

Biografia Perenal
O livro sintetiza a nossa história por meio de um prisma inovador. Trazendo uma versão dinâmica e acessível dos eventos culturais, sociais, políticos e econômicos. As autoras (acertadamente) não ousam apresentar um prognóstico para esse arcano chamado Brasil.
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Paula 10/09/2022

Livro que todo brasileiro deveria ler
Nesse livro estudamos a História do Brasil de forma consciente. É realizado um amplo debate sobre vários aspectos sobre a nossa história e que nos levam a entender todo o processo de formação do povo brasileiro.

Um livro para todos lerem.
Fábio Yeshua 10/09/2022minha estante
Estou com ele aqui. Dei uma rápida olhada e parece excelente. Nunca gostei da história do Brasil, sem odiei pra falar a vdd, por isso me dediquei a filosofia e história antiga. Recentemente um amigo Heni Ozi Kukier conseguiu me incentivar a ler sobre o Brasil e eu gostei muito rsrs fiquei até surpreso. E esse livro realmente todo brasileiro deveria ler ??




amandafffdo 03/10/2022

No presente há mais passado que se imagina
Assisti algumas entrevistas das autoras enquanto lia o livro, buscando entender a proposta, o que levaram-nas a escrever como escreveram, as alternativas que tinham, as opções que seguiram... Me emocionei. Me emocionei assistindo, me emocionei lendo. Lendo com o olhar de quem queria entender, somado ao olhar de quem queria explorar.

Brasil é um personagem de tantas camadas, com vozes de primeira a infinitas pessoas, ambíguo, e, sobretudo,  rico. Rico de histórias, de lutas, lideranças, pontos de vista, incongruências, enfim, uma gama de adjetivos contestáveis porque toda a história está sob a ótica de cada um, brasileiro ou não.

A leitura é espontânea. A edição belíssima.
Os capítulos de Lília tem a escrita muito envolvente e fala do povo e das artes com clareza e simplicidade. Já os da Heloísa, trazem vigor político ao discurso, são densos, lentos e objetivos. Ambos contextualizados e com várias referências, além de trechos esquecidos que dificilmente encontraremos em alguma outra fonte nesses padrões.

Fica o exercício da história: análise de preconceitos a partir de interpretações questionadoras, sendo talvez improvável sairmos ilesos às nossas antigas concepções e "certezas" sobre determinado período ou esclarecimento.
Há muito o que se aprender!

"Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena e/ou do negro."
Gilberto Freyre

"Cada época sonha com a seguinte." Michelet
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Jivago 16/08/2020

Leitura obrigatória?
A alguns o título da resenha pode soar como um contrassenso. Não os culpo. Pela maneira como somos apresentados à História (enquanto disciplina) em boa parte de nossas vidas como estudantes, acabamos por desenvolver certa repulsa. Leitura nenhuma, e portanto, saber nenhum, se apresenta como atraente se vem prensado sob o peso do dever, da obrigatoriedade. Assim o é com a História, assim o é com os demais campos do saber. É dessa forma que, em grande medida, Lilia Schwarcz e Heloisa Starling são exitosas ao nos apresentarem, num calhamaço de mais de 500 páginas, uma prazerosa história do brasil. O livro é um chance de reencontro: de certo modo, todos já vimos ou ouvimos o que nele se relata, mas o conjunto da obra nos escapa justamente porque lembramos desse encontro com a história como sendo uma coisa do passado, algo que ficou pra época da escola, que aprendíamos por pura obrigação. A proposta das autoras não é simples: passar em revista 500 anos da história do brasil, da chegada dos portugueses à redemocratização. Acompanhamos esse percurso e o livro nos saúda, ainda, com 4 seções de imagens que ajudam a visualizar os acontecimentos narrados. Lilia e Heloisa conseguem dar relevo a eventos, nomes, datas que de algum modo representaram pontos de inflexão na vida da nação por se constituir. Sem repetições desnecessárias ou linguagem rebuscada, porém sem prescindir do rigor metodológico, logram apontar para as contradições e as marcas particulares desse processo histórico. No caso do Brasil vejamos: nenhum outro país ocidental abrigou, durante sua história, toda a família real e seu séquito, como fez o Brasil quando da vinda de D. João VI, fugindo das guerras napoleônicas e da intensificação das ameaças inglesas; nenhum outro país das Américas parece ter registrado a proclamação de sua independência em relação às suas metrópoles para continuar filiado a um regimento de governo monárquico; além disso, é gritante a contradição de um país que proclama sua república e é governado por líderes do exército; por fim, parece trágico nomearmos nossa constituição de 1988 de "Cidadã" e continuamos a testemunhar desigualdade social galopante, concentração de renda elevada, e grupos marginalizados serem injustiçados de várias maneiras. A linha de raciocínio que guia a escrita das autoras é a tentativa de desvendar as amarras e os entraves que impedem, reiteradamente ao longo de nossa história, a possibilidade de nos entendermos como nação e efetivar a potencialidade oferecida por um regime democrático real. Nossa história é, em verdade, a história de uma luta para entender o que significa, de fato, República: res pública, ou coisa pública. Somos o resultado de forças que lutam para acomodar visões diferentes e, na maioria das vezes, contraditórias, do que significa o trato com a coisa pública. As autoras entendem que os que hoje vivem a história precisarão primeiro entender como chegaram até aqui, para daí serem capazes de imbuírem-se do dever cívico de zelar pela coisa pública e assim garantir a efetivação das potencialidades da democracia. É nesse sentindo que, além de prazerosa, a leitura do livro pode ser entendida como obrigatória ainda mais se levamos em consideração o tempo em que vivemos onde pululam publicações fajutas de pseudo-historiadores a contar uma história sem fontes seguras, sem evidências, sem rigor acadêmico-metodológico. Brasil: uma biografia é um alento nesse sentido, e uma possibilidade de nos reencontrarmos de maneira responsável com nossa própria história.
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Daniel1906 03/03/2023

Excelente
Obra excelente das autoras, fiquei muito feliz de finalmente ter conseguido concluir essa leitura tão essencial. Rico de informações (cheio de coisas escritas kkkkkkkkkk), mas igualmente rico de imagens marcantes da nossa história. Por mais que se leia história, há sempre muito a ser descoberto e melhor compreendido. De fato uma obra impecável, na minha opinião de leigo.
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almeidalewis 27/10/2020

Brasil mostra a tua cara !
Brasil,meu Brasil ! Mesmo lendo histórias bem longe parece que foi ontem porque temos muita dificuldade de nos desvincular de algumas coisas do passado,passado este marcado principalmente pela escravidão e pelo autoritarismo. queremos passar para o exterior uma imagem de um povo pacato e sereno,porém a nossa história mostra o contrário dessa imagem. Naturalizamos a escravidão a violência quatro do cinco séculos da nossa história foi assinada por uma prática de escravidão que tem por consequência gerado um Racismo institucional.
Temos ainda hoje muita dificuldade de consolidar nossa República e os valores firmados na constituinte de 1988.É uma constituição de certa forma fragilizada em que o bem público é pensado que é privado.

Alguns assuntos abordados no livro tive conhecimento prévio pelo professor Loryel Rocha do IMUB ( Instituto Mukharajj Brasilian )

Registrado em 27/10/20
Alexsandro G.de Almeida
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emy.books 15/12/2021

Brasil - Uma Biografia
Terminei hoje o livro que mais me acompanhou em 2021. Obrigada Lilia e Heloisa por essa grande obra que tem me ajudado bastante a entender de modo minucioso a história do nosso país, de forma clara e objetiva com ótimos detalhes. O Brasil é um país com diversos períodos e uma história que exige tempo e atenção de quem se propõe a fazer a biografia desse gigantesco país, assim como daqueles que se dispõem a ler cada complexidade e cada detalhe. Eu precisava desse livro e só agradeço de ter o lido neste ano! ??
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 12/08/2015

Brasil: Uma Biografia - Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling
Editora Companhia das Letras - 792 páginas - Lançamento: 27/04/2015.

Não há dúvidas sobre o fato de estarmos vivendo um momento crítico e, talvez, transformador da nossa postura política, tanto por parte da sociedade quanto dos nossos representantes no Congresso. A urgência de saber mais sobre o Brasil e a trajetória que percorremos para chegar até aqui, torna a leitura desta "biografia" não autorizada muito oportuna. A interpretação do nosso passado, sendo ele remoto ou recente, muitas vezes se confunde com a ficção e o conhecimento de certas peculiaridades que influenciaram a formação da identidade nacional e do patrimônio artístico e cultural do nosso país não se apresenta como tarefa simples, mesmo para historiadores experientes, quanto mais para o leitor leigo que carrega na sua bagagem um conhecimento superficial aprendido na escola e muitas vezes manipulado ou produzido de acordo com interesses políticos e econômicos. As autoras, para contar uma nova história entre muitas outras possíveis, reuniram vasto material de referência, incluindo imagens, sem tornar o livro excessivamente acadêmico, seguindo um estilo iniciado por Boris Fausto e mais recentemente por Laurentino Gomes, autores que facilitam o entendimento do grande público, sem comprometer o rigor do fato histórico.

O período coberto pelo livro tem início antes do descobrimento — ou "invasão" em uma interpretação mais moderna — e procura interpretar os principais ciclos econômicos ao longo de mais de quinhentos anos de história, o ciclo da cana, por exemplo, que estabeleceu o sistema escravocrata, também conhecido como "infame comércio de almas", como base do sistema produtivo que possibilitou o desenvolvimento da colônia no período seiscentista, mas deixou marcas profundas e uma herança de violência em nossa sociedade que já nascia em um ambiente formado por contrastes brutais, uma mistura de paraíso e inferno na terra, representado pela "civilização do açúcar" e suas etapas produtivas nos engenhos: processamento da cana, transporte, manutenção e administração. Esta dependência da mão de obra escrava fez com que o Brasil fosse o último país a abolir a escravidão no Ocidente em 1888, uma das muitas razões para o racismo dissimulado que ainda persiste em nossa sociedade até o presente momento.

"A essas alturas, o tráfico negreiro constituía um negócio dos mais lucrativos, e alguns senhores tinham mais interesse em 'repor' um escravo morto que em ajudar na longa e dispendiosa criação de sua 'propriedade'. Por sinal, a imagem difundida de que a escravidão brasileira teria sido mais amena que a norte-americana, uma vez que por lá teriam existido engenhos especializados na 'criação de escravos', é mais teórica do que real. Os motivos que explicam tal conduta nada têm de humanitários, e são o mais das vezes de ordem pragmática e comercial. Era custoso manter um escravo criança até que atingisse a idade produtiva. Portanto, melhor comprar um 'novo' nos mercados abertos das cidades, os quais expunham os africanos como peças, coisas e bens. Os preços também variavam conforme o 'uso': mulheres e crianças eram menos bem avaliadas que homens e adultos. Antes dos oito anos eram crianças, depois dos 35, velhos, pouco aproveitáveis no trabalho pesado da cana. O 'envelhecimento' ocorria cedo, assim como o fim da adolescência: a partir de oito anos e até os doze um escravo já era classificado como adulto (...) a civilização do açucar originou um local de extremos: o doce da cana se fez às custas do travo da escravidão. Um mundo verdadeiramente novo, no sentido de diferente, ia sendo criado. Amargo açúcar, ardida doçura." (págs. 77 e 78).

A transferência da família real, ameaçada por Napoleão na Europa e, consequentemente, a mudança da própria administração da metrópole para o Brasil, promovido à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves, é um dos fatos políticos mais marcantes da formação de nossa identidade nacional. Em 1808, a colônia transformava-se em sede do império português, uma inversão de valores nunca antes vista na história, e que provocou uma série de ações progressistas como a criação do Banco do Brasil no mesmo ano, além do banho de civilização recebido pela cidade do Rio de Janeiro. No entanto a logística para a mudança da corte e todo o aparato da monarquia não foi nada simples, envolvendo o transporte de aproximadamente 15 mil pessoas, assim como os transtornos decorrentes desta verdadeira população que enfrentou todo o tipo de problemas durante a travessia do Atlântico, desde a falta de acomodações e condições precárias de higiene a bordo das naus da esquadra portuguesa até a insuficiência de provisões.

"E o plano era complexo. Afinal seguiriam viagem, junto com os Bragança, alguns poucos funcionários selecionados, mas também várias famílias — as dos conselheiros e ministros de Estado, da nobreza, da corte e dos servidores da casa real. Não eram indivíduos isolados que fugiam às pressas, e sim a sede do Estado português que mudava de endereço, com seu aparelho administrativo e burocrático, seu tesouro, suas repartições, secretarias, tribunais, arquivos e funcionários. Acompanhava a rainha e o príncipe regente tudo aquilo que representasse a monarquia: os personagens, os paramentos, os costumeiros rituais de corte e cerimoniais religiosos, as instituições, o erário, os emblemas... Enfim todo o arsenal necessário para sustentar a dinastia e os negócios do governo de Portugal e a eles dar continuidade" (pág. 163).

A independência do Brasil, declarada por d. Pedro I em 1822, e o fim da monarquia foram eventos conduzidos surpreendentemente pela própria monarquia, como resultado de uma estratégia política de manutenção do poder, procedimento inusitado e inédito na história das colônias. A solução de continuidade "parecia uma contradição em seus próprios termos, dado que na conjuntura era difícil imaginar um processo de emancipação nas Américas sem prever, como decorrência, a instalação de um regime republicano". De qualquer forma, através de uma transição gradual e da implementação de uma "monarquia constitucional representativa", que ainda durou 67 anos, acabamos chegando à proclamação da república somente em 1889, encerrando a soberania de d. Pedro II e instituindo o marechal Deodoro da Fonseca como o primeiro presidente da república.

Outros marcos importantes foram os sucessivos governos da era Getúlio Vargas, o primeiro período de 1930 a 1945 que culminou na ditadura do Estado Novo e o período em que foi eleito democraticamente, de 1951 até o seu suicídio em 1954, fato que o eternizou na memória do povo como um herói da pátria. Não há como não admitir a importância dos avanços sociais (principalmente na área trabalhista) e entre os maiores feitos de Getúlio podemos destacar a criação da carteira de trabalho em 1932, os direitos trabalhistas da Constituição de 1934, a Companhia Siderúrgica Nacional em 1941, a Companhia Vale do Rio Doce em 1942, a CLT (Consolidação das Leis do trabalho) em 1943, o BNDES em 1952 e finalmente o monopólio estatal do petróleo com a fundação da Petrobras em 1953.

O Plano de Metas, "cinquenta anos em cinco", de Juscelino Kubitscheck, foi certamente fundamental para o desenvolvimento do país e a inauguração de Brasília em 1960 o fruto de "uma conjunção rara de quatro loucuras: a de JK, de Israel Pinheiro, Niemeyer e Lúcio Costa" como bem resumiu Otto Lara Resende, mas o que definitivamente não poderia faltar em uma obra como esta foi o sofrido processo de redemocratização iniciado em 1985 com a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio eleitoral, a posse forçada de José Sarney devido à inesperada morte de Tancredo e, finalmente, a eleição direta de Fernando Collor em 1989 — a primeira realizada pelo voto popular desde 1961 — encerrando o longo período de governo dos militares que se alternaram no comando do poder Executivo, através dos generais: Castello Branco (1964-67), Costa e Silva (1967-69), Garrastazu Médici (1969-74), Ernesto Geisel (1974-79) e João Figueiredo (1979-85).

"Em 1975, as versões de suicídio divulgadas pelos militares tinham virado rotina: quase cinco meses antes da morte de Herzog, o tenente José Ferreira de Almeida também teria se suicidado na mesma cela, com outra tira de pano que não existia e na mesma posição. Pouco mas de dois meses após o assassinato de Herzog, a morte do operário Manoel Fiel Filho, nas dependências do Codi-DOI paulista, produziu versão idêntica. Fiel Filho foi o 39° caso de suicídio de prisioneiro político da ditadura e o 19º a se enforcar — em dois desses casos, os presos teriam se enforcados sentados." (pág. 472)

A história é contada até a eleição de 1994, conquistada por Fernando Henrique Cardoso devido ao plano Real (o livro oferece uma tabela cronológica muito prática em seu final que compara importantes marcos históricos do Brasil e do mundo) e chegamos finalmente aos eventos mais recentes com os governos sucessivos do PT, à partir da primeira eleição de Lula em 2003, sua reeleição em 2006 e os dois mandatos de Dilma Rousseff, desde 2011 até a crise de popularidade atual devido às investigações sobre o mensalão e da operação lava jato, escândalos que atingiram as lideranças do PT, Diretores da Petrobras e as principais empresas construtoras brasileiras. Um livro assim ficará sempre incompleto, mas por outro lado nos leva a refletir sobre a importância do momento histórico que estamos vivendo e a responsabilidade de preservar os valores democráticos.
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Marcianeysa 12/03/2023

"A história é o único recurso de que o Brasil dispõe para dar um futuro ao seu passado.."

Excelente livro para quem quer conhecer a história do Brasil e descobir como chegamos nessa polarização e extremismo dos diss atuais.
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Priscila (@priafonsinha) 18/07/2017

Leiam!
Quando estávamos no colégio geralmente estudávamos para passar nas provas e não pegar recuperação rs. E quando crescemos parece que queremos voltar no tempo e recuperar esse conhecimento que não demos tanto valor na época, e eis um excelente livro para isso! Maduro, com fontes bem selecionadas e muito bem escrito. Desde 1500 até um pouco além da era Collor, somos apresentados com detalhes/fotos/notas à história do Brasil.
A desigualdade social, a escravidão, a violência; enfim, são abordados uma série de fatores que nos acompanham até hoje. Devemos conhecer o processo civilizatório brasileiro, principalmente por conta do momento em que vivemos, já que olhando para o passado encontramos respostas sobre como viemos parar nesta atual situação.
Ao final do livro as autoras montaram uma linha do tempo com fatos ocorridos no Brasil e no mundo.
Um calhamaço para ler sem pressa e estudarmos sempre.
Recomendadíssimo para todos!
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Fabio.Nunes 18/11/2022

Uma aquarela do nosso Brasil
Este foi um livro que me acompanhou por meses, de leitura simples, nem sempre de fácil digestão e que me trouxe um verdadeiro quadro do Brasil.
Pincelando o passado de maneira magistral, as autoras conseguem resumir a história do nosso país sem tirar do leitor os fatores essenciais para cada fato e cada momento histórico. Aliás, parabéns ao trabalho de pesquisa realizado, pois nossa leitura termina efetivamente na página 521 e o restante, até a página 709, são de notas, referências bibliográficas, índice remissivo e cronologia.
Além disso, há inúmeras imagens às quais as autoras fazem alusão para que nosso entendimento seja mais completo.
Uma obra que mostra todas as cores da nossa rica e conflituosa história, tão eivada de contradições. Uma aquarela do Brasil em forma de texto que possui apenas um defeito: o livro é curto demais. Ele passa pela história de forma a te deixar com gosto de ?quero mais?. Menção honrosa para as frases líricas de efeito ao final de vários capítulos ou subcapítulos.
Sinto em mim uma brasilidade mais rica após a leitura dessa obra, e creio que todo mundo deveria conhecer melhor nossa própria história, para não repetirmos os erros do passado.
Um livro obrigatório.
Kemilão 20/11/2022minha estante
Acabei de comprar , vou ler sua resenha !




Edna 07/09/2020

Brasil, mostra tua cara
Alguns trechos curiosos da história dessa Biografia que recomendo para todo brasileiro.

Sete de Setembro 1822 ? 198 anos Independencia política do Brasil.

"A 12 de outubro do mesmo ano - data que a princípio os brasileiros consideraram mais importante que o Sete de Setembro. Diz o refrão português que "bosa molhada, boda abençoada", e o casamento do imperador com a nação brasileira, a julgar pelas fortes pancadas de chuva que quase estragaram a cerimônia da aclamação, não deveria desmentir o dito."

"Para marcar a data e a continuidade da realeza, num ato carregado de significados, logo que o tempo serenou. d. Pedro e d. Leopoldina achegaram-se à varanda do Palacete do Campo de Santana _ cenário de tantas manifestações da época de João e juntos mostraram à multidão, espremida diante do Palácio, a princesa d.Maria da Glória, erguida nos braços paternos e simbolizando a continuidade do Império e, no limite, da dinastia."

"As mudanças vinham rápido....emblemas e símbolos. (...) uma nova bandeira no Brasil. O verde representava a casa dos Bragança, o amarelo a casa de Lorena usada pela familia imperial austríaca.(...)Em destaque, ainda, o losango da bandeira imperial, indisfarçável e incômoda homenagem que d. Pedro I resolvera fazer a Napoleão, apenas introduzindo sob ele o brasão monárquico, com as armas imperiais aplicadas sob as plantas do Brasil."

A data foi seguida de um ambiente nervoso, demonstrações de xenofobismo, um império dividido. aberta e insidiosa contra o fim do tráfico e questões pertinentes que duraria até 1888.

"(...) a alegria que trouxe à cidade a lei da abolição de 1888, (...) São boas essas recordações; elas tem um perfume de saudade e fazem com que sintamos a eternidade do tempo. O tempo inflexível, o tempo que, como o moço é irmão da morte, vai matando aspirações, tirando perempções, trazendo desalento, e só nos deixa na alma essa saudade do passado, às vezes composto de fúteis acontecimentos, mas que é bom sempre relembrar." Lima Barreto

"A sanha dos meus inimigos deixo o legado de minha morte: Levo o pesar de não ter podido fazer pelos humildes tudo aquilo que eu desejava." 1954 Getúlio Vargas

"Eu sei que vou te amar ?Por toda a minha vida eu vou te amar?. Essa música também foi feita por Vinicius de Moraes e Tom Jobim e se tornou a primeira canção popular no Rio de Janeiro em 1956 Tom Jobim e Vinicius de Moraes

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