Geanne.Darc 24/03/2015
El Cid
Corneille, poeta e autor dramático francês, foi o primeiro a ousar escrever sobre a paixão e a inflamar uma cena com suas fulgurações e ainda por cima, em acréscimo, fazer um estudo clínico do amor contrariado pelo dever. Este é o gênio e toda a novidade do “Cid”. A tragédia, em cinco atos, começa pelo recíproco de Ximena e Rodrigo, mas cuja união torna-se impossível, pois o pai de Ximena, Dom Gómez, sente inveja do pai de Rodrigo, Dom Diego: é que o rei Fernando de Castela acaba de confiar a este último a educação de seu filho. Dom Gómez considera a nomeação de Dom Diego, para um posto que ele próprio ambicionava, uma afronta. Injuria Dom Diego e o esbofeteia. Este, muito idoso, pede ao filho Rodrigo que lhe vingue a honra. Mesmo que se trate do pai da mulher que ama, o dever é mais forte e Rodrigo encontra-se com Dom Gómez e o mata.
Ferida, Ximena – apesar de continuar apaixonada por Rodrigo – pede ao rei a punição do assassino de seu pai, porém Rodrigo era um herói, vencedor dos mouros e o rei lhe devota grande estima. Sua recusa exaspera Ximena. Durante um encontro, Rodrigo, agora conhecido como “El Cid” pede a jovem que lhe trespasse o coração, mas ela não consegue, assim como não consegue esconder o amor que sente por ele. No entanto, não pode esquecer que este mesmo homem é o autor da morte de seu pai e a justiça precisa ser feita.
Ximena proclama então que desposará aquele que matar o Cid e Dom Sancho se apresenta disposto a cumprir a tarefa. Ele provoca Rodrigo para um duelo e no dia marcado o rapaz apresenta-se diante da amada e deixa claro que perderá o combate para que sua morte aplaque a ira da moça.
Poderá Ximena permitir tal ameaça se cumpra? Dilacerada entre o amor e o dever, poderá suportar a ideia dessa morte?