Wania Cris 26/02/2021Um amontoado de nada chato"Em águas profundas (...) explora os abismos mais sombrios da psique humana e lança luz para o fato de que sob a superfície das personalidades mais pacatas e exemplares podem se esconder as mais sórdidas psicopatias." - TRUCO!!! VI NADA DISSO!
Mais uma leitura coletiva na qual entrei feliz porque há tempos queria conhecer a escrita da autora. A ignorância é mesmo uma virtude...
O livro promete nos contar o interessante arranjo matrimonial de Vic e Melinda Van Allen... que de interessante não tem nada. Não há um arranjo entre eles. Melinda é a promíscua esposa de Vic e ambos são pais da pequena Trixie. Em algum momento do relacionamento do casal Melinda decidiu que poderia ter amantes, mesmo na conservadora década de 50 em uma pequena cidade igualmente conservadora. O marido simplesmente aceita essa decisão sem nunca ter discutido a situação com a esposa nem se mostrar incomodado com o comportamento dela. Melinda expõe seus amantes à sociedade, quer tendo encontros em bares, quer levando tais pessoas em festas em casas de amigos, não tendo qualquer cuidado em disfarçar seus interesses românticos. E as pessoas notam, as pessoas comentam, as pessoas se escandalizam e se constrangem com esse comportamento e é isso que incomoda Vic. Caso ele não notasse os olhares e ouvisse os rumores, estaria tudo como sempre esteve.
Um dos amantes de Melinda tinha sido assassinado em Nova York e, intencionando assustar o amante da vez, Vic diz ser o autor do crime. Consegue o intento de assustar o pé de pano, mas, logo outro aparece e toma seu lugar. Qualquer coisa daqui pra frente é spoiler e não vou contar, mas, já é o suficiente para saber do que se trata o livro.
Melinda não é apenas promíscua. É uma esposa ausente, uma mãe displicente, uma cidadã condenável, uma dona de casa cujo único mérito é o de não deixar faltar cigarros e tabaco em casa... Vic merece tudo isso pois é um completo banana. Aceita o comportamento da esposa por pura covardia, a mesma que o incita a assumir um crime que não cometeu. Acha mais aceitável ser apontado como criminoso que como corno.
A escrita da autora é cansativa, repetitiva, maçante. A estória não engrena, fica o tempo todo em ponto morto. Quando a estória parece que vai começar, para e fica modorrenta de novo e assim vai até o final. Apesar disso é difícil largar o livro, mas, não porque ele seja envolvente ou instigante, mas, por puro desejo de saber onde aquilo tudo vai dar.
Uma trama inverossímil, personagens detestáveis, com uma escrita medíocre. Não tenho como recomendar essa leitura. É melhor ir ver o filme do Pelé.