Jon 21/07/2017
Decepcionante.
Vou ser direto: não se dê o trabalho de ler este livro, porque se você gosta de uma história com final, esta não tem um. Eu sempre digo: uma história tem que ter começo, meio e fim, sendo o fim a conclusão dos problemas dos personagens, seja ela boa ou ruim. Com este livro eu nem posso dizer se gostei ou não do fim, porque, repito, ele não tem um.
Duas perguntas básicas deveriam ter sido respondidas e não foram: Por quais razões exatas o pai de Dzsátá foi preso? A gente só fica conjecturando, já que a história parece se passar na Hungria da época soviética. Ele deve ter feito alguma coisa muito grave contra o regime, porque sabemos que se você fizesse algo 'duvidoso' contra o regime, teria sorte de continuar vivo. Tudo bem, de que adianta ler se não pudermos imaginar? Imaginar é ótimo, mas sem uma confirmação do que aconteceu, uma afirmação concreta, a gente termina perdido.
A outra pergunta é: Que verdade é essa, de acordo com a sinopse de capa, que o garoto descobre, com a qual ele se "arrisca a perder para sempre sua juventude"? Porque se a verdade for que o pai dele estava vivo, não explica muita coisa, porque isso tinha 50% de chances de acontecer, para todos os efeitos. E por extensão, o que há de tão drástico em o menino saber que o pai estava vivo e estivera na prisão? Tudo isso devia obrigatoriamente ter sido explicado no final do livro. Mas não. Não se iluda.
Outra coisa de que não gostei foi o estilo de escrita do autor: parágrafos enormes, com poucos pontos-finais, uma mistura frenética de narração em discurso direto e indireto, sem travessões, aspas... A única razão plausível para que ele possa ter escrito assim seria retratar o modo como as turbulências da vida passavam pela mente do menino, sem filtros, sem pausas, rápido, na euforia de comunicar seus sentimentos.
Apenas porque o transcorrer da história é interessante, narrando a vida do menino Dzsátá, que tem 12 anos e está na sexta série, considero que ainda fiz muito ao dar 2 estrelas.