A Outra Guerra do Fim do Mundo

A Outra Guerra do Fim do Mundo Osvaldo Coggiola




Resenhas - A Outra Guerra do Fim do Mundo


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Andre.28 23/04/2021

Malvinas e o neocolonialismo: As ilusões da agonizante Ditadura Argentina
Existem certos conflitos históricos tem uma aura bastante incomum, e até certo ponto inesperada, e que marcam sociedades muito mais pelo caráter emblemático do que pelos danos causados. Nesse sentido, temos uma Ditadura argentina em estagio terminal, uma reivindicação colonial territorial datada de 1833, de ilhas “esquecidas” no meio do Oceano Atlântico, uma potencia militar do ocidente, um “Neocolonialismo” britânico em um contexto “estranho” e um perigo de uma guerra continental. Elementos da Guerra das Malvinas (1982), conflito entre Reino Unido e Argentina pela disputa das Ilhas Malvinas/Falklands e sua posição territorial estratégica. O autor Argentino Osvaldo Coggiola aborda em seu livro “A Outra Guerra do Fim do Mundo: a batalha pelas Malvinas e a America do Sul”, um trabalho acadêmico publicado em 2014.

Entre inícios de abril e meados de junho de 1982 teve lugar o enfrentamento militar entre Argentina e Inglaterra (apoiada pelos EUA) pela posse e soberania das Ilhas Malvinas, ocupadas por tropas argentinas a 2 de abril de 1982. Depois da Segunda Guerra Mundial, o das Malvinas foi um dos conflitos em que mais perto se esteve do uso de armas atômicas, carregadas pela frota inglesa ao Atlântico Sul para seu eventual uso contra o território continental argentino. Dentro do contexto política dos EUA, então, como "Guerra (ou Conflito) de Baixa Intensidade" (GBI), o que foi unilateral, toda vez que a política ianque consistiu em combinar a manobra democratizante com o velho big stick, o conflito transcorreu sobre o clima de tensão e silêncio velado. A aliança político/militar da OTAN, através da celebrada e conveniente aliança entre os Estados Unidos e o Reino Unido, se fez presente através da conjuntura política dos anos 80, a aliança conservadora encabeçada pela Primeira-ministra Margaret Thatcher e o Presidente estadunidense Ronald Reagan.

A Ditadura Militar Argentina (1976-1983) se aventura na Guerra esperando algum respaldo internacional, e de seus principais aliados na América – especialmente os EUA –, seu principal aliado no Cone Sul, e principal agente logístico de forças reacionárias (civis e militares). Para os EUA a diplomacia não fora o suficiente para manter o ímpeto dos alienados generais argentinos, cheios e empáfia e dando a sua ultima cartada através do conflito de “retomada” das isoladas Ilhas atlânticas das Malvinas. A Ditadura Militar Brasileira, embora nutrisse simpatias aos argentinos manteve sua posição de neutralidade, um silêncio velado, ressaltando que a guerra continuasse nos limites do contexto ultramarino. A Guerra teria que ser aeronaval, nada que atingisse o continente. Havia risco reais, embora a “vizinhança” sempre estava disposta a por panos quentes no assunto.

Para os militares argentinos e a sua Ditadura sanguinária, o começo dos anos 80 eram épocas de crise para o Regime. Pressões diplomáticas internacionais sobre as inúmeras violações dos Direitos Humanos, as agitações políticas e de classe, especialmente a classe trabalhadora, pressão inflacionaria e políticas econômicas de austeridade, carestia de alimentos e insatisfação das classes medias (que outrora apoiaram a Ditadura), ausência de liberdades políticas e diminuição drástica da qualidade de vida. O contexto necessitava de uma “última cartada” da agonizante Ditadura Militar Argentina. A Guerra das Malvinas representou o último sopro no castelo de cartas do delirante Governo Militar argentino e seus agentes ambiciosos.

O livro em si tem uma dinâmica bem palatável, com descrições de batalhas e modelos de armamento, descrições dos fatos bélicos dessa guerra de aproximadamente 2 meses. Os argentinos lutaram de forma honrada, e até deram trabalho pra uma “primeira frente” do Exército Real Britânico. Contudo, a letargia inicial da Dama de Ferro Thatcher não tardou em passar das ameaças e o contingente militar britânico, infinitamente superior em homens e tecnologia bélica, usou de reação. O autor ressalta os estragos que os ataques dos mísseis franceses exocet, usados pelo exercito argentino, muito embora retomada terrestre britânica fora destacada como sendo uma manobra rápida e de sucesso.
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Alfredo 15/10/2020

Era para ser um livro sobre guerra, mas...
O autor deixa bem explícito seu posicionamento político quando trata da ambientação sobre a Guerra das Malvinas. Apesar de necessário, por vezes uma postura meio revanchista ficava evidente quando se relatavam fatos ou citavam autoridades, sejam elas argentinas, inglesas ou americanas. Esperava mais imparcialidade por parte do escritor.
Os relatos sobre a Guerra em si foram bem elaborados, mas se perdem um pouco dentro da atenção exagerada que foi dada ao regime militar argentino. Em algumas ocasiões o autor se rende à especulação, principalmente quando trata do possível emprego de armas nucleares por parte dos britânicos.
Em resumo, a obra mais se enquadraria na descrição da ditadura militar do que no relato do.embate entre duas nações.
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